quinta-feira, 12 de maio de 2016

Detalhes azuis

Apesar de ter passado algumas semanas triste por conta disso, aos poucos fui conseguindo superar Simone, aliás, faziam mais de cinco meses desde que ela tinha ido embora, por mais que ainda sentisse a falta dela de vez em quando, já havia passado tempo o suficiente para eu virar mais essa página da minha vida.
Sendo assim, já estava disponível para tentar uma nova relação, mas me conhecendo do jeito que me conheço, eu sabia que isso iria demorar um tempo considerável, por isso tentava não pensar muito nisso. Afinal, as coisas iriam acontecer naturalmente.
Mas o problema é que muitas vezes, batia também a maldita da carência, e isso era a pior coisa, porque aí sim eu sentia saudades de Simone, o que me deixava bastante mal a ponto de ficar de cara fechada. Eu e minha mania de remoer o passado, para variar.
Mas enfim, não vou perder muito tempo falando esses detalhes.
Por conta dessa carência, acontecia que eu começava a suspirar por basicamente qualquer garota bonita que passasse por mim, o que por um lado era chato, porque quando chegava num nível extremo eu começava a ficar doido. Por isso que normalmente digo, ter hormônios é uma merda.
Mas, havia uma em específico que me chamava muito a atenção, e explicarei para vocês o porquê.
Se trata de uma garota que estuda lá pela faculdade também, não é da minha sala, mas também faz jornalismo, ela é do 3º período, se não me engano (estou no 6º), e é simplesmente uma das meninas mais lindas que costumo ver passar naquela universidade.
Não lembro do dia exato em que a vi pela primeira vez (certamente), mas lembro de um "primeiro contato" que a gente teve, quando meu amigo Rodolfo foi perguntar alguma coisa para ela que não lembro exatamente o que. Lembro que naquele momento enquanto ele falava com ela, parei para reparar na beleza dela, e claro, a primeira vista eu fiquei encantado, aliás, quem não ficaria?
Ela é uma das garotas que a primeira vista parece ser meigas (não que eu tenha confirmado essa teoria), a primeira coisa nela que chama bastante atenção são suas mechas azuis em seu cabelo moreno e liso, de alguma forma, aquilo realçava a sua beleza. Por alguma razão que nem eu mesmo sei explicar, tenho uma grande atração por garotas que tem pele bem branquinha e bochechudas, e ela era mais uma prova disso. Após meu amigo falar o que queria com ela, seguimos nosso caminho, tendo eu nem sequer a mencionado para ele depois disso.
Após esse dia passei a reparar mais na presença dela quando ela passava ou quando estava por perto, e não perdia a chance de admirá-la um pouco. Mas claro, tudo ficava nessa "relação platônica", mas pelo menos até aquele momento eu nem pensava em fazer mais algo além daquilo, afinal, não sabia nem o nome dela.
Até que chegou o dia em que finalmente tive um contato direto com ela, sendo ele mais uma vez tendo sido através do meu amigo Rodolfo. Foi quando estava eu e ele a toa pela faculdade em uma tarde dessas em que tínhamos um buraco no meio do horário, com isso, eu e ele fomos andar por aí para passar o tempo, e nisso esbarramos com a garota em questão e uma amiga dela, que por acaso conhecia Rodolfo também.
Com isso, ficou nós quatro depois sentados no gramado da universidade jogando conversa fora, apesar que houve momentos em que fiquei um pouco escanteado enquanto eles três conversavam. Aquele meu velho problema de timidez, para variar.
No fim, quando tivemos que voltar pra sala eu me dei conta que ainda não sabia o nome dela, e olha que houve momentos em que troquei palavras com ela diretamente, mas na hora não fiquei dando tanta importância para isso.
Após isso, houve um outro dia em que tive um outro contato "meio-direto" com ela. Que foi quando uma amiga Lúcia minha que a conhecia foi conversar com ela, nessa ocasião fiquei apenas do lado, não interagi muito. Mas após elas terminarem de se falar e nos afastarmos da garota em questão, Lúcia se virou para mim e disse:
- O que acha dela?
Não entendi na hora, e perguntei:
- Como assim?
- Acha ela bonita?
Fiquei meio sem graça na hora, mas respondi:
- Sim, bastante.
- Imaginei que ela fizesse seu tipo. - respondeu Lúcia
E eu ali sem entender aonde ela queria chegar com aquilo.
- Você devia tentar algo com ela. - falou ela pouco depois
Claro, na hora não sabia nem o que falar.
Lúcia sabia bem da minha situação, e meio que desde então tem feito alguns esforços para que eu conseguisse ficar com alguma garota, tanto que por isso ela falou aquilo para mim.
E pior que, foi a partir disso que comecei a considerar essa possibilidade, por incrível que pareça. Passei a olhar a tal garota das mechas azuis de uma outra forma, e com isso, procurei saber mais algumas informações dela, a começar pelo nome.
Através de Lúcia, descobri que o nome dela era Marina e que ela era nascida em São Paulo, mas viveu boa parte da vida aqui em Recife, isso sem falar do fato que ela é gamer (assim como eu rs). Isso pelo menos era tudo que ela tinha para me informar, o que já era algo.
E a partir daí começou uma "paixão platônica", quer dizer, paixão não porque essa palavra é muito forte, diria mais que aquilo era uma "atração platônica". Platônica porque eu ficava naquela frescura de ficar a admirando, mas sem coragem de ir lá trocar uma palavra com ela.
Minha dificuldades de sempre, se você acompanha as minhas histórias há um bom tempo sabe muito bem quais são. Cheguei até a adicioná-la no facebook, tendo ela aceitado, mas ficou apenas nisso mesmo, depois não fiz mais nada, e claro, pessoalmente não era nada diferente disso.
Inclusive houve vezes em que ficamos sentados juntos sozinhos, mas ainda assim eu não tinha coragem de tomar a iniciativa, aquela coisa de sempre que já é típica de mim, tanto que o resto é até redundante falar, vocês provavelmente já imaginam.
No fim, estou até agora nesse lenga-lenga, e sempre que Marina passa por mim e Lúcia está do lado, minha amiga sempre me dá aquele olhar de "olha lá, vai tentar nada não?". E me conhecendo bem, tudo indica que essa coisa toda não passará disso, no fim ficarei apenas a admirando toda vez que ela passar, observando seu lindo rosto e suas mechas azuis.


Brian