domingo, 12 de junho de 2011

O melhor Dia do Namorados

Estavamos perto do dia dos namorados, e mais uma vez eu ia ficar sozinho nesse dia, faltavam já uns 3 dias, e mais uma vez eu apenas ia ficar em casa vendo filmes (normalmente eu evitava os filmes de romance no dia dos namorados, para não bater a tristeza por ainda não ter ninguém), sendo que eu nem ligava muito, eu sempre pensei nas vantagens (como por exemplo, não gastar dinheiro com presente), enfim, eu nem pensava muito nisso.
Cheguei do colégio naquela quinta-feira, naquela hora eu estava pensando na possibilidade de eu ir no são joão da escola (que era exatamente no dia dos namorados), e eu tinha até o dia seguinte para decidir, porque eles não iriam vender ingresso na hora, pensava nas seguintes coisas: o que vou fazer lá e quem estaria lá. Alguns amigos meus já tinham confirmado que estariam lá (entre eles, Joey) então já era um motivo para eu ir, mas ainda estava em duvida.
Quando eu estava esperando o elevador, eu vi ela chegar, Júlia, a garota a qual ainda tinha uma queda, já fazia um tempo que eu andava pretendendo falar o que eu sinto para ela, mas eu nunca conseguia coragem o suficiente, até que um dia desses eu desisti dessa ideia.
- Oi Brian! - falou ela quando me viu
- Oi Júlia! - respondi
- Tudo bem?
- Sim e você?
- Também. - falou ela sorrindo, e vou te falar uma coisa, em todo o tempo que conheci ela nunca a vi sorrir desse jeito.
- Também chegasse do colégio agora? Pensei que você so largava mais tarde.
- É que o professor das 2 últimas aulas faltou hoje, então a gente saiu mais cedo.
- Ah, entendo!
Então não resisti e resolvi perguntar:
- Nunca te vi sorrir tanto assim antes, algo bom aconteceu?
- Ah, é nada de mais. - disse ela - é que o dia ta ótimo hoje.
- Tem algum motivo certo?
- Bom, tive umas notas boas, e me diverti muito com as minhas amigas hoje no colégio.
- Hum, entendo! - disse eu apesar que ainda achava que não era so isso.
Até que o elevador chegou.
- Você primeiro. - disse eu
- Obrigada! - falou ela
Então entramos e não conseguimos mais puxar assunto, foi ai que eu pensei: ''porque eu não chamo ela para o são joão lá do colégio? Provavelmente ela deve ta sem ter o que fazer também no dia'' mas fiquei naquele ''vou ou não vou'' por minutos, então chegamos no andar dela.
- Bom, é aqui que eu ficou. - disse ela - tchau Brian, a gente se ver.
- Tchau! - respondi, até que rapidamente chamei a atenção dela. - Ei Júlia, perai! - falei segurando a porta do elevador.
- Oi! - respondeu ela
- Você tem algo para fazer no domingo?
- Não, por que?
Demorei uns segundos para falar pensando se era realmente uma boa ideia, até que falei de vez:
- Quer ir no São João do meu colégio comigo?  Tipo, eu estava pensando em comprar meu ingresso amanhã, ai se quiser eu compro um para você também!
Ela ficou um tempo sem falar nada, depois de alguns segundos ela respondeu:
- Tá bom, pode ser!
- Então, posso comprar?
- Pode! - disse ela ainda sorrindo (para o meu alívio) - quanto é?
- Não se incomode, pode deixar que eu pago.
- Brian, você não precisa fazer isso.
- Eu insisto. - falei - você é a convidada, e para mim o convidado nunca deve pagar nada.
Depois de mais uma pausa ela falou:
- Ok então.
- Beleza, amanhã eu compro os ingressos e passo na sua casa para te entregar beleza?
- Tá bom, tchau até amanhã.
Naquele momento minhas pernas estavam tremendo, eu não estava acreditando que eu tinha chamado ela para sair comigo no dia dos namorados, finalmente tinha dado um grande passo. No dia seguinte eu comprei os ingressos no colégio e depois passei na casa dela para entregar, bati lá e la foi lá atender a porta.
- Oi Brian! - disse ela
- Oi Júlia! - repondi - Tá aqui o seu ingresso, vai ser ai nesse clube e começará as 18.
- Beleza.
Fiz uma pausa e falei:
- Então pronto, às 17 a gente se encontra lá embaixo ok?
- Ok!
- Então, até lá!
- Até!
E de novo minhas pernas estavam tremendo, desde aquele dia eu fiquei nervoso em relação a esse dia, meu único objetivo era não parecer um idiota.
No dia minutos antes da hora que marquei com ela eu já estava completamente nervoso procurando o que eu ia vestir, resolvi vestir algo que seja algo parecido com as roupas tradicionais de São João (já que eu não tinha mais nenhuma), era umas 16:40 quando terminei de me vestir, naquela hora eu reparei que nunca tinha demorado tanto para me vestir antes, o que prova que eu realmente queria ta com boa aparência naquela hora, então assim que terminei eu liguei para Júlia para saber se ela estava pronta, ela confirmou, então descemos, quando desci ela já estava lá, e naquele momento eu tive a impressão de estar tendo a visão do paraíso, ela estava linda, ela estava com um vestido também tradicional de são joão de com 2 marias chiquinhas.
- E ai Brian? o que achou? - perguntou ela
- Você está... - não sabia se dizia o que eu queria dizer ou não - você está ótima.
- Obrigada! - agradeceu ela - você também está ótimo.
- Obrigado! - disse eu com um frio na barriga
Então ficamos conversando até o táxi chegar, no táxi continuamos conversando sobre nossas besteiras do dia a dia, e quando chegamos ela quis pagar o táxi, mas eu disse:
- Deixe comigo, você é a convidada.
Paguei o táxi e descemos, e ela falou:
- Tu não precisa pagar tudo para mim.
- Eu insisto, não é educado deixar a dama pagar.
- Olha, ta falando quem nem uma pessoa chique agora. - falou ela rindo, e eu ri junto, até ela falar - Gostei do seu perfume.
- Obrigado! - respondi
Aquilo para mim já foi um bom sinal, e me fez me sentir ótimo. Entramos lá e formos encontar os meus amigos, cheguei lá e apresentei todos (menos o Joey que ela já conhecia), ficamos conversando sobre nossas vidas e tudo o mais, depois ficamos vendo as apresentações das salas (das qual nem eu e nem Joey participamos), e durante a tradicional quadrilha do 3º ano Joey me chamou a atenção.
- Ei cara!
- Fala!
- Eu pensei numa coisa, hoje é dia dos namorados, tu chamou Júlia para cá, e eles tão fazendo aqui a brincadeira do correio do amor, tu bem que podia mandar uma dessas rosas para ela.
- Ah, mas a graça dessa brincadeira é o anonimato, e aqui eu sou o único que conheço ela, vai ta na cara.
- Não é por nada não cara, mas para mim é melhor ainda, isso vai tornar a coisa mais fácil para você.
Mas ainda assim eu não sabia se era uma boa ideia.
- Olhe, pense comigo. - disse Joey - Tu manda a rosa, ela recebe, sabe que é você, ai você chama ela para dançar forró e bota tudo para fora, e ai quem sabe você não sai daqui mais feliz que entrou?
- É, talvez você esteja certo.
- Confie em mim, alias, eu te dei aquele conselho no dia do eclipse e deu certo não foi?
- É, foi mesmo!
- Então, vá a luta.
- Eu vou agora! - disse eu indo para a barraca do correio do amor.
- Assim que se fala! - disse Joey
Comprei a rosa e assim que a quadrilha do 3º ano terminou, os organizadores foram anunciar todos aqueles que ganharam um correio do amor, e quando chamaram Júlia meu coração disparou, eu vi que quando ela foi receber a rosa, ela estava olhando para mim, e eu pensando se ela ia falar algo, quando ela desceu ela disse:
- Estranho eu receber isso aqui.
- Também acho. - falei nervoso, e naquele mesmo momento foi anunciada a quadrilha para todo mundo, então pensando no que Joey disse eu chamei Júlia para dançar.
- Bora lá? - falei
Ela fez uma pausa e falou sorrindo:
- Bora!
Então formos, e nos divertimos bastante, nunca tinha gostado tanto de uma quadrilha antes, eu me sentia nas nuvens.
Quando a quadrilha terminou, eles anunciaram uma das bandas que ia tocar, e nesse momento eu comecei a pensar no que Joey disse, então pensei: ''vou chama-la para dançar, e durante isso eu conto tudo''. Comemos uma tapioca, e então eu falei:
- Vamos lá dançar?
- Pensei que você odiasse forró! - disse ela
- É, eu sei, mas se ta na chuva é para se molhar, estou certo?
- É, estar! - E então formos lá dançar, e meu amigos tem razão, escutar forró é ruim, mas dançar, principalmente com uma garota linda que nem Júlia, era ótimo.
A cada momento eu buscava coragem para contar o que eu sentia para ela, até que chegou o momento que finalmente resolvi falar:
- Ei Júlia!
- Oi?
- Tenho uma coisa a te falar, que já faz um tempinho que tento falar mas so consegui coragem agora... - dei uma pausa e falei - É que...
- Não precisa continuar. - falou Júlia pondo a mão nos meus lábios - sei muito bem o que você vai dizer.
- Sabe?
- Há muito tempo eu já percebi isso. - falou ela - você vai falar que é apaixonado por mim né?
Fiquei chocado naquela hora, estava completamente sem palavras.
- É, é isso mesmo. - confirmei
- Pois eu tenho algo a te falar também. - então ela foi falar isso bem baixinho no meu ouvido - Eu também estou apaixonada por você!
Meu coração disparou naquele momento, eu estava definitivamente sem palavras.
- E quinta eu estava feliz não so pelo dia que estive na escola, também estava feliz por te ver, e quando você me convidou para vim para cá eu fiquei mais feliz ainda.
E eu ainda impressionado perguntei:
- Então você sabia que fui que mandei aquela rosa né?
- Quem mais poderia ter sido?
Então ficamos um momento calados até Júlia dizer:
- E então?
- Para mim não há mais nada o que se dizer agora.
- Concordo! - então nossas cabeças foram se aproximando, se aproximando, nossas bocas foram se tocando, até que nos beijamos. Cara, eu nunca me senti tão bem antes, aquela era a melhor sensação do mundo, eu estava beijando a garota que eu mais amava.
E depois daquele beijo, não saimos do lado do outro pelo resto da noite, a única coisa que eu queria era curtir aquele belo momento com ela, e até hoje, para mim, esse foi o melhor dia da minha vida!


Brian  

sábado, 11 de junho de 2011

Uma outra história tensa

Depois de ter passado por aquele momento tenso com Joey, ele tinha ido para a parada de ônibus e eu fui para o estacionamento esperar meu pai, eu estava feliz por voltar de carro mas o ruim é que eu ia ficar no estacionamento esperando ele sozinho sem mais ninguém num tédio do cacete, boa parte do pessoal já tinha ido embora, cheguei no estacionamento e nenhum sinal do meu pai, então me sentei um pouco e fiquei de olho no portão para qualquer sinal do carro dele, então depois de um tempinho, Heitor apareceu por lá.
- E ai? - falou ele
- Fala ai! - respondi
- Vai voltar de carro hoje?
- É, finalmente. - respondi - e ainda bem q tu ta aqui, achei que eu ia ficar sozinho aqui sem fazer nada até meu pai chegar.
- Sei como é, como eu volto de carro a maioria das vezes eu também fico aqui sozinho sem fazer nada, mas a maioria das vezes eu to com o meu mp3, então nem sofro tanto assim.
- Entendo!
Então pensei em outro assunto na hora, até Heitor falar:
- Tu e Joey tiveram algum problema com a coordenação por terem sidos expulsos de sala?
- Rapaz, senta ai que a história vai ser longa, vou te contar tim tim por tim tim.
Então comecei a contar tudo que tinha acontecido comigo e com Joey depois que saimos da sala, todos os detalhes desde que decidimos ficar escondidos no banheiro até tocar, e ele ouviu a tudo atentamente, então quando finalmente terminei eu falei:
- Foi um dos momentos mais tensos da minha vida.
- Caramba! - falou ele - parece até filme de suspense.
- Então! - exclamei
- Ainda me lembro quando passei por uma situação bem parecida.
- Ah é? - falei - conte-me como foi.
- Bom, era  madrugada de uma terça para uma quarta, era meia-noite mais ou menos, eu tinha ido dormir umas 10, mas o problema é que eu tava com uma insônia desgraçada, sabe, virava de um lado, virava para o outro, mas nada do sono vim.
- Hm! - falei
- Então resolvi vagar um pouco pela casa... - continuou ele - fiquei uns dez minutos andando de um canto para o outro, até que decidi ir para a cozinha beliscar algo. Bom, até ai tudo bem.
- Sim! - exclamei completamente atento.
- Mas eu tinha esquecido da mania do meu pai e acordar no meio da noite para fazer não sei o que, então quando eu ia para a cozinha eu ouvi a porta do quarto dele abrir, eu até pensei em apagar a luz naquela hora para não levantar suspeitas, sendo que a probabilidade dele ter visto a luz ligada era grande, então eu sai correndo ate a área de serviço que estava completamente escura, me abaixei perto da máquina de lavar e fiquei lá sentado sem falar um pio. E para o meu azar meu pai tinha ido para a cozinha...
- Pera ai! - interrompi - teu pai não gostar de te ver acordado tarde da noite?
- Não mesmo, última vez que ele me pegou acordado tarde eu fiquei 2 semanas sem sair.
- Mas você não podia falar que estava com insônia?
- Quando ele tinha me pego acordado na primeira vez eu disse isso, mas não adiantou. - respondeu Heitor - enfim, continuando. Ai meu pai foi para a geladeira e pegou um copo de leite, e para provar que a sorte não estava no meu lado naquela hora, ele em vez de beber ele pôs o leite para esquentar.
- E ele não estranhou a luz da sala ligada não?
- Ainda bem que não, acho que ele pensou que eu fui dormir e esqueci de desligar. - disse ele - continuando, ai fiquei uns minutos la abaixado completamente tenso, com um puta medo de ser pego, mais ou menos da mesma forma que você se sentiu hoje quando estava escondido no banheiro.
- Hum!
- Até que teve uma hora que resolvi esticar um pouco as pernas, e para eu ter mais azar ainda meu tornozelo estralou. Naquela hora so pensei numa coisa: ''fudeu''. Fiz o maior esforço para não respirar e torci para que meu pai não fosse la ver o que tinha sido o barulho, e finalmente eu tive sorte naquela noite, ele ignorou o barulho.
- Uau!
- Até que o leite finalmente esquentou, ele bebeu e foi para o quarto, tive que esperar mais um tempinho até que eu tivesse certeza que ele tava no quarto, depois de ter esperado o necessario eu corri para o meu quarto e so sai de lá na manhã seguinte.
- Mas conseguisse dormir?
- Não mesmo, tanto que aqui no colégio eu quase cochilava nas primeiras aulas.
- Mas cara, se seu pai tivesse te pego fora da cama, tu num podia inventar alguma desculpa?
- Com meu pai? Não mesmo, ele é um detector de mentiras humanos!
- Ixi, mas nessas situações tu tem que pensar nas seguintes coisa: Numa maneira mais fácil de escapar e numa desculpa convincente se caso você for pego.
- Realmente. - E naquele momento a mãe de Heitor tinha chegado.
- Bom - disse Heitor - vou nessa, falou ai!
- Falou! - respondi
E essa conversa confirmou o que eu já disse: ''é fazendo merda que se aduba a vida''

Brian

sábado, 4 de junho de 2011

É fazendo merda que se aduba a vida!

Eu estava na aula numa segunda-feira a tarde (quase de noite), tinha tempo integral no dia, e para piorar as 3 ultimas aulas do dia eram de matematica, eu sempre dizia q essas tres aulas de matematica pareciam mais que duravam 10 horas, eu ainda achava incrível como meu professor tinha o poder de fazer o tempo andar mais devagar. Eu estava sentado numa das laterais da sala viajando no meu mundo paralelo, na minha frente estava Joey e Heitor conversando sem parar, então teve uma hora que os dois começaram a rir de algo, me bateu a curiosidade e perguntei:
- O que foi?
- Uma coisa que Heitor falou aqui, muito engraçado. - respondeu Joey
- O que é?
- Depois te conto.
- Não pô, fala ai o que é!
- Depois eu falo, relaxa.
- Depois nós dois vamos acabar esquecendo, fala ai!
Então Joey pensou e disse:
- Tá bom! - Ai ele me contou tudo que Heitor tinha lhe falado naquela hora, quando terminou eu também ri, até que o professor chamou a nossa atenção.
- Vocês dois ai, para fora, tão conversando demais.
Ai na hora eu pensei ''fudeu'', e Joey falou:
- Não professor, a gente vai ficar calado.
- É o que todos dizem mas nunca cumprem, para fora os dois. - disse o professor
- Mas pro...
- Não discuta comigo, saiam.
- Tá bom. - Então arrumamos nossas coisas e saimos da sala, enquanto saiamos, Thiago nos olhou com uma cara de decepção (e com razão), já eu sai da sala puto da vida, eu não era expulso de sala a muito tempo, e se meus pais soubessem do que houve eu tava morto.
- Porra... - falei - Num acredito velho, eu não era expulso de sala a anos!
- Relaxa cara, acontece.
- Como eu posso relaxar? Se meus pais souberem disso eu to fudido!
- Eles não precisam saber.
- Mas irão, porque já já vai chegar o fiscal para saber o porque que estamos fora de sala de aula.
- Eita, bem lembrado! - falou Joey - me segue.
Eu segui ele e formos até a banheiro.
- É o seguinte... - falou ele - entra um em cada boxer, a gente fica aqui em silêncio até a hora que o pessoal largar.
- Beleza, mas falta quanto tempo para o pessoal largar?
- Deixa eu ver... - falou ele pondo a mão no bolso, até perceber que estava sem o celular
- Porra, deixei meu celular carregando na sala, ta com o teu ai?
- Sim mas ta sem bateria.
- Droga! - falou ele - mas indo pela última vez que olhei a hora, eles devem largar a daqui no máximo 40 minutos.
- 40 minutos? - falei indignado - a gente vai ficar aqui dentro por 40 minutos?
- Tem ideia melhor?
- Não.
- Então entra ai e não reclama!
Então entrei no meu boxer, estava um fedor de mijo de matar, e o último cara que tinha usado a privada tinha esquecido de dar descarga ainda por cima, mas já que eu estava lá aproveitei para fazer minhas necessidades.
- Brian... - falou Joey - fica ai dentro em silêncio e não saia por nada.
- Beleza! - falei
Então ficamos uns minutos quietos, eu fiquei lá pensando na merda que eu tinha feito e com um puta medo de ser pego.
- Brian?
- Fala!
- Tais com raiva do professor?
- Não pô, que eu sei que ele faria isso com qualquer um, to é com raiva de mim mesmo.
- E realmente você deve ta com raiva de si mesmo, não é para menos, sua curiosidade que nos botou para fora de sala.
- Foi mal.
- Cara, próxima vez que eu disser ''te conto depois'', não insista, deixe para depois.
- Beleza, alias o que aconteceu agora foi aquilo de ''a curiosidade matou o gato''.
Até que naquele momento a gente ouviu o som da porta do banheiro abrindo, no mesmo momento nos calamos, subiu a tensão naquela hora, na hora tentei parecer o mais normal possivel, eu ouvia o som do mijo do cara e na mesma hora eu torcia para o cara ir embora logo, então depois se ouviu o barulho da torneira aberta e em seguida o som da porta novamente, na hora que a porta fechou eu abri um pouco a porta do boxer para ver se a barra tava limpa.
- A barra ta limpa.- confirmei.
- Ufa! - falou Joey.
- Meu irmão, a coisa ta tensa aqui.
- Então! - falou Joey - Num sei o que é pior, essa angústia toda ou o fedor que tá esse banheiro.
- Nem eu sei dizer.
Então ficamos mais uns minutos calados, eu podia dizer que nunca tinham sentido tanta tensão assim em toda minha vida, não sabia o que era pior, não saber o que estava ocorrendo la fora ou não ter noção do tempo, até que mais uma pessoa entrou no banheiro, fiquei segurando a porta para não haver risco dele entrar lá, voltei a ficar mais nervoso do que o normal, fiquei aguardando ele sair, e quando ele finalmente saiu fui checar de novo se a barra tava limpa.
- Barra limpa. - falei para Joey.
- Beleza! - falou ele - cara, essa é a coisa mais radical que já fiz.
- Digo o mesmo, isso ta aparecendo até jogos mortais ou algum outro filme de terror, sendo que no caso ninguem ta acorrentado.
- Não tamos acorrentados, mas ainda assim presos em outro sentido.
- É, realmente.
- E se alguem tiver que cortar o pé esse alguem será você.
- É, né? eu so me fodo mesmo. - e rimos
E mais uma vez o silêncio se estabeleceu, depois de alguns minutos Joey falou.
- Brian, vou da uma checada rápida la fora, mas não sai daí.
- Beleza!
Então ele saiu, e mais uma vez o silêncio reinou, eu ainda sem ideia de que horas eram, torcendo para que o pessoal largasse logo, e o fedor de mijo estava ficando cada vez pior, até que Joey voltou.
- Sou eu! - falou ele entrando.
- E então?
- Ainda falta 20 minutos para o pessoal largar.
- Puta que pariu!
Então Joey entrou no boxer de novo e mais uma vez voltamos a ficar em silêncio, depois de uns minutos, Joey voltou a quebrar o silêncio.
- Brian?
Sendo que na mesma hora alguem entrou no banheiro.
- Shhhhhhh - falei
E esperamos o cara sair de lá para começarmos a falar, quando ele finalmente saiu olhei de novo se a barra tava limpa e falei.
- Barra limpa.
- Beleza!
- Tu ia falar uma coisa.
- Ah, cara, realmente isso ta parecendo jogos mortais.
- É o que eu disse.
- Então so nos resta uma saída, o suícidio.
- Não será necessário, porque o cheiro que ta isso aqui ja vai nos matar.
- Cara, se eu morrer aqui eu quero que tu saiba que eu sempre te amei!
- Deixe de ser viado. - e Joey riu
- Mas cara, tem até mancha de sangue e catota na parede aqui.
- Ta zuando?
- Não po, juro para você!
- Quando aparecer uma barata ai sim a coisa ta completa.
E foram mais alguns minutos de silêncio, até que Joey falou:
- Ei Brian!
- Fala!
- To achando nelhor a gente sair daqui.
- Porque?
- Se a gente acabar pegando uma doença aqui? - disse ele - tu viu a aula de biologia de hoje sobre doenças.
- É verdade!
- Sai daí.
Então saimos dos nossos boxers e assim que saimos formos lavar as mãos, até Joey falar.
- Ei cara, to com a impressão que aquilo ali é uma câmera.
Então olhei e falei:
- É nada, é um detector de incêndio, eu sei que o colégio é cheio de câmeras mas dentro do banheiro já seria demais.
- Realmente, e se fosse uma câmera não ficaria piscando assim.
- Enfim, qual é o plano?
- É o seguinte, ta ligado aquele canto lá da quadra?
- Sim,
- Pronto, como ta ficando escuro lá vai ficar mais escuro ainda, e tem uns caras do 3ºano jogando na quadra, a gente corre para lá, espera o povo liberar e ninguém vai reparar na gente lá.
- Beleza!
- Agora ver ai se a barra ta limpa.
- Ok!
Então pus a cabeça para fora do banheiro e olhei para todos os lados, ninguem suspeito.
- Tudo Ok!
- Beleza.
E saímos, e realmente já tava escuro, mas quando tava parecendo tudo bem, a gente ver o fiscal parado do nosso lado. Então pensei de novo ''Fudeu''.
- Ele nos viu! - falei
- Eu sei, fica frio.
Então andamos normalmente como se nada tivesse acontecido.
- Bora lá para aquele banco! - falou Joey.
Formos até lá e nos sentamos, então Joey falou:
- Pegar o caderno, o lápis e o livro e bora fingir que estamos fazendo tarefa.
- Beleza. - falei - ou então a gente devia fazer tarefa, que ai a gente despista o fiscal e se ocupa com algo até tocar.
- Boa ideia, abre ai o livro.
Então começamos a fazer umas questões de física, a gente ate copiou o enunciado para passar mais o tempo.
- Ei Joey! - falei - Pode falar que tu tava exagerando naquela hora da mancha de sangue e da catota.
- Juro para você que ta assim, se quiser vá la você mesmo para comprovar.
- Acho melhor não.
Então naquele momento uma luz brilhou no nosso caminho, vimos Heitor correndo até a quadra.
- HEITOR! - chamamos juntos.
- Fala! - respondeu ele.
- Já largaram? - perguntou Joey
- Já!
- AE! - exclamamos eu e Joey.
Joey foi até a sala e pegou seu celular e formos falar com Thiago, ele nos deu uma bela de uma bronca, falou que eramos irresponsaveis e falou do porque que não senta perto da gente, quando ele terminou de falar eu e Joey contamos tudo que ocorreu no banheiro, os momentos de tensão e tudo o mais, e depois de contar tudo que houve para Thiago eu falei pra Joey:
- Sobrevivemos hein?
- Ainda bem.
- Devíamos repetir a dose um dia desses.
- Não mesmo! - falou Joey com enfase, na mesma hora eu soltei um riso.
- Faz tempo que eu num ficava tão tenso desse jeito. - disse eu
- Eu também.
- Mas cara, essa será mais uma história da qual no futuro iremos rir.
- Também acho, que apesar de tudo, nada do que um pouco de adrenalina para quebrar a rotina.
- E outra coisa, é fazendo merda que se aduba a vida.
Então Joey foi para a parada de ônibus e eu fui esperar meu pai, e realmente, hoje a gente conta essa história e até rir. Aquele dia foi marcante.


Brian