domingo, 27 de maio de 2012

Um ato heroíco

Pra variar eu não estava nos meus melhores dias, na noite anterior Júlia tinha terminado o namoro comigo de vez, eu estava oficialmente solteiro de novo, e minha tristeza que ja era grande ficou cada vez maior. Passei o dia todo pra baixo, não conseguia pensar em mais nada que não fosse a Júlia, e o pior de tudo é que eu via ela no prédio praticamente todo dia, antes ver ela era uma coisa completamente confortante, agora é uma coisa completamente dolorosa.
A aula tinha terminado e eu fui logo para parada de ônibus, a coisa que eu mais queria naquele momento era ir pra casa, ao longo do dia Joey e Thiago tentaram me alegrar, mas não tiveram muito sucesso. Cheguei na parada, me sentei e comecei a aguardar o ônibus (que como sempre, demoro pra caramba).
Os minutos passaram-se e eu só conseguia pensar em Júlia, só conseguia pensar em como tinha sido nossa relação, e só conseguia pensar o fato que no próximo mês iamos fazer 1 ano de namoro. Foi então que resolvi da uma olhada nas pessoas ao redor, certamente eu vi muitas caras das quais eu nunca iria me lembrar no futuro e também algumas pessoas do colégio.
Entre essas pessoas estava uma galeguinha do 1º ano, Gabriela, que na minha opinião era uma das garotas mais bonitas de toda a escola, ela era o tipo de garota que quando passa todos os meninos param o que tão fazendo para observa-la. Tinha vezes que a gente pegava o mesmo ônibus e tinha vezes que não, mas não fazia diferença nenhuma, a gente nunca se falava de qualquer forma, pelo menos até aquele dia.
Ela estava arrumando um grande bloco de papeis até o momento que um vento os fez voar para o meio da pista, e ela desesperadamente correu para pega-los de volta. Sendo que ela ficou tão desesperada que não viu o ônibus que se aproximava, muitos que estavam na parada gritaram quando viram a cena, o motorista do ônibus quando viu a garota no meio da pista meteu o pé no freio. Mas antes que o ônibus acabasse atingindo ela eu corri rapidamente e a empurrei para o outro lado da pista fora do alcance do veículo (e por um triz eu não era atingido).
O susto foi grande da parte de todos, tanto os que estavam na parada, tanto os que estavam no ônibus e do motorista principalmente.
- Você está bem? - perguntei
- Estou... - respondeu ela confusa
- Baita susto você deu na gente hein? Mais cuidado na próxima vez.
- TA TUDO BEM AI? - gritou o motorista
- TA TUDO BEM! - respondi
E então o ônibus seguiu seu caminho.
- TA TUDO BEM GENTE! - gritei para o pessoal que olhava apreensivo na parada
E ela voltou a pegar os papeis...
- Deixe-me ajuda-la com isso - falei
E então peguei os papeis a entreguei, enquanto ela os reorganizavas nós voltamos para a parada, e ela disse:
- Obrigada!
- De nada, agora, próxima vez sempre olhe se não estar vindo veículos beleza?
- Claro hehe, estupidez a minha.
- Relaxe, pelo menos não aconteceu nenhuma tragédia. - falei piscando pra ela
E ela me deu um sorriso, foi então que vi meu ônibus chegando.
- Bom, esse é meu ônibus - falei fazendo sinal - tchau, tchau e se cuide!
- Tchau... - falou ela meio sem jeito
Mas antes de eu ir em direção ao meu ônibus ela gritou:
- ESPERE!
- Pois não? - falei
- Qual seu nome?
- Brian! - falei
- Sou Gabriela!
- Prazer... - falei eu mesmo sabendo o nome dela a muito tempo - ...bom, até a próxima.
- Até!
E eu entrei no ônibus com uma ótima sensação.


Brian

sábado, 26 de maio de 2012

''A última bolacha do pacote sempre vem quebrada''

Era mais um dia normal de aula (ou não), a professora de biologia tinha faltado no dia, ou seja, a sala teve 2 aulas livres seguidas, 2 aulas as quais a galera aproveitou do seu jeito.
Joey tinha faltado no dia e Thiago aproveitou as aulas livres para ficar estudando para o simulado da sexta-feira, enquanto a mim so restava ficar quieto no meu canto vendo o que a galera fazia (e justo naquele dia eu estava sem meu ipod). Thiago tinha ate me sugerido pra que eu estudasse um pouco, eu ate tentei na hora, mas quem disse que eu consegui me concentrar?
Naquele momento a coisa mais interessante pra mim era a minha caneta, então comecei a rabiscar algumas besteiras na última folha do meu caderno (letras de música para ser mais exato), até que apareceu a garota que se acha a última bolacha do pacote, Keyla!
Como eu posso definir Keyla? Simples, ela é uma das garotas mais peruas da sala, se brincar do colégio inteiro também, sim, ela é gata, so um cego negaria isso, sendo que ela também é chata pra caralho, e isso tira toda beleza dela. Então Keyla apareceu com as suas amigas (tão peruas quanto ela) e se sentaram em umas cadeiras vazias e começaram a conversar besteira, e eu voltei pro meu mundo paralelo.
Até que chegou num momento em que Keyla deixou seu caderno cair, e eu tenho algum tipo de impulso que me faz pegar qualquer coisa que cair no chão, seja la de quem for a coisa, então me abaixei e peguei o caderno. Na hora que eu ia devolver o caderno pra Keyla, ela toma da minha mão gritando:
- O que você ta fazendo?
- Eu so ia... - falei até ela me interromper
- Eu te dei o direito de pegar no meu caderno? Não, sua mãe por acaso não te disse que não se deve pegar na coisa dos outros sem permissão? Vindo de um tipinho que nem você eu imagino que não...
Eu simplesmente não sabia o que falar, não sabia que o nivel de chatisse dela chegava a tanto, eu so queria fazer uma simples gentileza e ela me trata daquela forma, mas eu não ia deixar barato, mas não ia mesmo.
Quando ela finalmente terminou de da o chilique dela eu falei:
- Eu so queria ser gentil, mas vendo a forma que você reagiu do me resta fazer uma coisa...
Me levantei, fui ate a banca dela, derrubei todo seu material, pisei na bolsa dela e ainda derrubei também a banca dela, e disse:
- Agora se vire pra arrumar isso.
Claro que ela deu chilique e eu acabei parando na coordenação, sendo que eu so recebi uma advertência por aquilo, e sinceramente, não me arrependo de nada, principalmente porque ela merecia aquilo. E fiz aquilo pra lembrar a ela que ''a última bolacha do pacote sempre vem quebrada''.




Brian 

sábado, 12 de maio de 2012

O difícil ato de superar

Tinha se passado quase 1 semana desde que a Júlia tinha me pedido ''um tempo'' na nossa relação, e desde então eu estava completamente arrasado, tinha horas que eu não conseguia parar de pensar nisso, eu sempre ficava me perguntando ''Por que isso? O que eu fiz de errado?''.
Já era hora do intervalo no colégio, e naquele dia tinha me batido uma saudade extrema de Júlia, ou seja, eu nem estava prestando atenção direito na aula so pensando nela, eu estava num momento difícil. Eu tinha acabado de comprar meu lanche quando Joey veio falar comigo:
- Ei Brian!
- Fala Joey... - disse eu
- Vamos nos sentar ali porque quero falar contigo em particular.
- Beleza então. - então nos sentamos no banco mais próximo que havia
- To percebendo que você ta triste hoje, alias, já faz um tempo que eu vejo que você está triste.
- Você é um ótimo observador! - falei
- Isso tem a ver com a Júlia né?
- Claro né? Eu ainda não me conformo.
- Cara, esquece isso.
- Eu bem que ando tentando, mas ta difícil, hoje mesmo me bateu uma saudade extrema dela.
- Percebo!
- E velho, eu ainda não consigo entender o porquê disso, a gente tava tão bem...
- Ei, tu num tinha me dito que ela antes disso andava um pouco ''fria'' contigo?
- Sim!
- Então NÃO ESTAVA TUDO BEM!
Então parei um pouco para refletir isso que ele disse, e vi que por um lado ele estava certo.
- É, realmente... - falei - mas eu so queria entender o porque disso tudo.
- Velho, pelo que você anda me dizendo o problema não é você. - disse Joey
- Então você está dizendo que ela simplesmente parou de gostar de mim?
- Sim, é exatamente o que estou lhe dizendo.
- Mas por que velho?
- Porra cara, põe isso na tua cabeça, não há um porque, ela so ta deixando de te amar e pediu um tempo pra ter certeza disso.
Então pensei um pouco e disse:
- Bom, so espero que nesse ''tempo'' ela perceba que está enganada disso.
- Não se iluda, tu sabe bem que num relacionamento quando alguem pede ''um tempo'' é quase a mesma coisa de terminar o namoro de vez, principalmente porque a pessoa acaba vendo realmente outras pessoas, se interessa por essas outras pessoa e ai o namoro acaba de vez.
Quando ele me disse isso eu senti uma dor forte no coração, já estava me esforçando para não chorar, e Joey tinha percebido.
- Não velho, pare com isso... - disse ele - isso não é a tua cara.
- Foi mal velho... - falei tentando me recompor - é que eu realmente amo ela, e poxa, não queria que acabasse assim.
Ficamos uns segundos calados, até que Joey se levantou e disse:
- Brian, vem cá.
Então me levantei e fui até onde ele estava.
- Olhe bem isso tudo! - disse ele
- Isso tudo o que? - perguntei
- Você ver bastante menina bonita nesse pátio não é?
- Sim! - respondi
- Então, se so nesse colégio já tem tanta menina bonita assim, imagina la fora.
Foi então que comecei a pensar
- Velho, o que eu quero dizer é... - falou Joey - Ainda há muito peixe livre no mar, e não adianta nada você fica sentado chorando por causa de um que lhe escapou.
Tudo aquilo que ele dizia fazia sentido...
- Simplesmente jogue o anzol na água e seja paciente.- falou ele
- É velho, você ta certo, mas tu sabe que não vai ser fácil eu finalmente conseguir esquecer Júlia né?
- Eu sei, nunca é, mas pense nisso que eu te disse, principalmente que não é porque que um relacionamento acabou que tu vai parar de viver por isso.
- Eu sei. - respondi - Valeu velho. - disse apertando a mão dele.
- Amigos servem para isso né? - disse ele - agora, vamos esquecer um pouco isso e jogar um pouco de futebol né?
- Beleza! - respondi
Então ficamos jogando até a hora de finalmente voltar pra aula, eu realmente pensei nisso que Joey disse, mas superar Júlia ia ser uma tarefa muito difícil, principalmente quando eu lembrava que no próximo mês iamos fazer 1 ano de namoro, mas esse era um desafio que eu tinha que superar.



Brian

domingo, 6 de maio de 2012

A Loira do Banheiro*

[*Esse é mais um conto do qual não há nenhuma relação com o Brian]
-

Já se passavam das 6 da tarde no colégio São João, já estava tudo escuro, boa parte dos funcionários, alunos e professores já tinham ido para casa, os poucos que ainda estavam no colégio já se preparavam para ir embora. Até que chegou o momento que só estavam dentro do colégio alguns funcionários, os vigias, o diretor e duas alunas.
Jéssica e Vivian são duas alunas do 1º ano do ensino médio, estavam no banheiro fumando escondidas, elas fumavam e jogavam o que restava na privada para não levantar suspeitas, até que Vivian falou:
--- Sei não Jéssica, não acho que isso seja uma boa idéia.
--- Relaxa Vivian, os funcionários já foram embora, ninguém vai pegar a gente aqui. – disse Jéssica
--- Esse é o problema, quase todos foram embora, então como a gente vai sair daqui?
--- Vamos pular o muro ué.
--- Com aquelas lanças?
--- Você se preocupa demais, relaxa e aproveita teu cigarro ai.
--- E também tem meus pais, eles devem ta preocupados.
--- Que desculpa você deu para eles?
--- Disse que ia ficar no colégio a tarde inteira fazendo trabalho contigo.
--- Qualquer coisa eu falo que a gente foi para a casa da Anne completar o trabalho, eu falo com ela depois para que ela confirme isso.
--- Ok então! – falou Vivian terminando o último cigarro do maço.
--- Tem mais ai? – perguntou ela
--- Tem na bolsa,  mas ta perto da sala – lamentou Jéssica – espero que ninguém tenha a levado pro achados e perdidos, com certeza ta fechado a essa hora, eu já volto.
Então Jéssica saiu em busca da bolsa, enquanto isso Vivian ficou esperando no banheiro dentro do boxe, pegou o cigarro que estava fumando e jogou na privada, deu uma descarga o cigarro não desceu, na segunda também não, deu a terceira descarga e finalmente o cigarro desceu. Sendo que na hora da terceira descarga, a privada fez um barulho estranho, como se fosse o rugido de algum bicho, Vivian se assustou com isso, mas depois deixou para lá, foi para a pia lavar as mãos. Até que de repente ela ouviu o encamento estralando, mais uma vez Vivian se assustou, começou a andar devagarinho em direção a pia, abriu a torneira, e nada saiu.
“Algum cano deve ter estourado’’ pensou ela mais aliviada, fechou a torneira e andou em direção ao boxe. E do nada a torneira abriu sozinha, soltando toda a água que podia, Vivian deu um salto de susto.
“Que porra ta havendo?’’ se perguntou, foi ate a torneira e a fechou firmemente, retornando ao boxe a torneira abriu do nada de novo, nesse momento ela ficou pálida de medo, começou a se afastar o máximo que podia da torneira, até que viu uma poça d’água em seus pés, olhou para os boxes e viu que todas as privadas estavam transbordando.
“Tudo bem Vivian, isso é so um sonho maluco, já já você irá acordar na sua cama e tudo estará bem’’ falou ela para si mesma.
Sendo que aquilo não era um sonho, era completamente real, era como se ela estivesse vivendo um pesadelo, um pesadelo do qual ela não podia acordar. Então ela ouviu algo estranho, era alguém suspirando.
--- Jéssica é você? – grito Vivian – para com isso, não tem graça!
Sendo que aquele suspirou vinha do boxe onde ela estava, sua mão já tremia de tanto medo que ela estava sentindo, ela ficou olhando fixamente para a privada do seu boxe. Até que ela viu uma cabeça, uma cabeça de uma garota, Vivian estava na iminência de gritar, se segurava o máximo que podia, então uma garota saiu da privada se arrastando, uma garota loira, que vestia uma camisola branca, tinha dois algodões tampando o nariz (que aparentemente estava sangrando), unhas e dentes afiadas.
A garota se levantou, Vivian estava completamente pálida, a garota olhou bem para Vivian, a avaliou da cabeça aos pés. E então gritou ferozmente mostrando seus afiados dentes, deu um grito que lembrava o rugido de uma pantera, e então Vivian gritou.

Jéssica voltava decepcionada para o banheiro, realmente tinham levado a bolsa dela para os achados e perdidos, e que realmente estava fechado, naquela hora os únicos que se encontravam nas redondezas do colégio além dela e Vivian eram os dois vigias da rua. Ela andava em direção do banheiro feminino já pensando num plano para sair do colégio sem deixar rastros, e quando já estava próxima de lá, ouviu o grito de desespero.
Então percebeu que era Vivian que tinha gritado, então foi correndo para o banheiro para ver o que tinha acontecido.
--- Vivian? – chamou ela – aconteceu algo?
Então viu sua amiga deitada de barriga no chão, estava tudo completamente molhado e ela foi em direção da amiga.
--- Vivian, o que foi que aconte... AAAAAAH
Ao vira-la, viu que ela estava sangrando, havia quatro cortes em seu pescoço, tremendo foi checar seu pulso, e então confirmou, ela estava morta.
E mais uma vez ela gritou, pos a mão na boca e pensou:
“E agora meu deus? Minha amiga ta morta, o que vou explicar para os outros? O que será que aconteceu?’’
Então ela se virou para o espelho e ficou paralisada, a garota loira estava atrás dela, sua camisola estava melada de sangue, foi então que Jéssica concluiu, aquela garota tinha matado Vivian. Jéssica gritou, e a garota loira cravou seus afiados dentes em seu pescoço também a matando.


Os vigias da rua tinham ouvido os gritos das garotas, então entraram no colégio para ver o que tinha acontecido, olharam por todos os lados, mas nada encontraram, voltaram para os seus postos achando que tinha sido impressão deles. Mas eles não tinham olhado os banheiros, então por isso não viram os corpos de Vivian e Jéssica estirados no chão do banheiro feminino do térreo.
Seus corpos foram visto no dia seguinte por uma das funcionárias do colégio, o acontecimento chocou todos na cidade, e as aulas foram suspensas naquele dia, os detetives investigaram mas nada concluíram. No entanto mal eles sabiam que isso era só o começo de um grande banho de sangue que estava por vir.

sábado, 5 de maio de 2012

Mais uma conversa com a minha consciência

Estava eu em mais um dos meus momentos depressivos, mais uma vez parecia que nada estava a meu favor. Começando com os meus pais que passaram praticamente a semana toda brigando, e o motivos das brigas sempre era o mesmo, ''dinheiro''. A cada dia as brigas ficavam piores e mais frequentes, e pra piorar, algumas vezes eles descontavam a raiva deles um do outro em mim.
E alem disso a pressão na questão escolar tem me enchido cada vez mais, desde o simulado em que fui mal meus pais tem pegado no meu pé cada vez mais sobre o vestibular, e sempre que eu penso nesse maldito vestibular eu fico a beira de um ataque. Porque eu sei que ando muito vagabundo ultimamente, e se eu continuar assim não passarei no vestibular nem fodendo, e se isso acontecer meu pai acaba com a minha raça.
E se já não bastasse, ainda aconteceu outra coisa que faz essas duas coisas virarem fichinhas. Júlia veio falar comigo pedindo um ''tempo'' na nossa relação, usando aquela velha desculpa dizendo pra gente sair com outras pessoas e ver se a gente realmente se ama, porque no momento ela não estava com certeza de que se realmente me amava, e cara, pra mim quando a menina vem pedir ''um tempo na relação'' é a mesma coisa de terminar. Nesse dia eu fiquei tão triste que eu estava a ponto de chorar, eu sinceramente não entendia porque que a Júlia fez isso, tava tudo bem entre a gente, não tinhamos brigado nem nada, fiquei realmente arrasado.
Já era noite quando ela me disse isso, depois de termos terminado de conversar eu fui pra casa quase que as lágrimas, e por um simples impulso eu fui para a cozinha. E lá eu de novo fui pegar uma faca, sim, mais uma vez eu pensei em me suicidar, estava quase com a mão no cabo da faca, até que comecei a pensar mais uma vez em meu entes queridos, e pensado também na última vez que eu tinha pensado em me matar. Na mesma hora eu me afastei da faca e fui direto para o meu quarto, já eram 20:30, eu pensei que talvez uma boa noite de sono me esfriasse um pouco a cabeça, e foi o que eu fiz, fui dormir extremamente cedo naquele dia.
Demorei uma hora e meia para pegar no sono por completo, foi dificil conseguir dormir com a cabeça cheia de pensamentos. Quando finalmente peguei no sono, eu comecei a sonhar, quando abri os olhos, eu me encontrei numa pequena sala suja, mal iluminada e fedida. Foi  então que reparei que eu estava amarrado numa cadeira e algemado pelas mãos, na mesma hora eu entrei em desespero, comecei a me remexer tentando afrouxar as cordas e gritando por ajuda, mas eu realmente duvidava de que havia alguem por perto para me ouvir, foi então que a porta daquela sala se abriu, e eu vi alguem passando por ela.
- Finalmente nos encontramos de novo! - disse a pessoa, e na mesma hora eu reconheci a voz, e percebi que eu estava sonhando, era minha consciência que estava naquela porta (que para variar, estava usando a minha imagem).
- Ah, então é você de novo? - disse eu
- Claro... - repondeu minha consciência - e eu não estou muito feliz de ta aqui, eu te garanto.
Foi então que a minha consciência se aproximou e eu pude ve-lo mais nitidamente.
- Eu realmente não queria ter essa conversa contigo, mas terá que ser do pior jeito! - disse ele
- Como assim ''do pior jeito''? - perguntei
Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, minha consciência partiu pra cima de mim me dando um soco no rosto gritando:
- DE NOVO VOCÊ PENSOU EM SE MATAR? - gritou dando outro soco em meu rosto - MESMO DEPOIS DAQUELA CONVERSA QUE A GENTE TEVE?
- Mas isso é motivo pra me bater? - perguntei
- CLARO QUE É! - falou ele me dando mais um soco - QUANDO A PESSOA FAZ A MESMA MERDA PELA SEGUNDA VEZ, PRA MIM ELA MERECE APANHAR! - e me deu um último soco.
- Mas foi por causa da nossa última conversa que eu não fiz, eu pensei em tudo aquilo que você me falou da última vez.
- Mas ainda assim você pensou em agir que nem um fraco.
- Você sabe pelo que eu ando passando!
- E é assim que você pretende resolver tudo? Simplesmente fugindo dos problemas?
- Já que eu não acho uma solução!
E de novo ele me deu mais um soco.
- Pare de agir que nem um covarde, até parece que você não sabe como é a vida.
- Muito pelo contrário, eu sei muito bem como a vida é, a vida é uma bosta por completo, o mundo é uma bosta por completo, o mundo anda tão ruim que morrer ta virando um privilégio.
E desta vez ele inves de me da um soco, me deu um chute nos testículos tão forte que meus olhos quase lacrimejaram.
- Se você continuar com esse tipo de pensamento, eu juro que eu acabo com a tua raça aqui mesmo!
Então ele começou a respirar fundo, e falou:
- Agora vamos falar sobre os seus ''motivos''.
- Sim, melhor do que você ficar me enchendo de porrada.
- Pronto, começando com seus pais. - falou ele - sim, eu sei que a barra ta pesando não so para eles mas pra você também, e infelizmente não há nada que você possa fazer...
- Agora chegamos num ponto em comum! - interrompi ele
- ESCUTA! - esbravejou - ...mas ainda assim, eles podem ta brigando da forma que for, mas ainda há uma coisa que os mantem unidos, você e sua irmã, eles podem discordar em várias coisas, mas quando for algo a favor de vocês 2, eles sempre estarão unidos.
- Sim, beleza - falei - mas ainda assim não me ajuda em muita coisa!
- Então vamos pro próximo motivo, o vestibular.
- Agora você também vai me da puxão de orelha?
- Claro, esse é meu dever, e você ja imagina o que eu vou falar?
- Claro, mas fale mesmo assim!
- A solução pra isso é simples, deixe de ser vagabundo, sente a bunda na cadeira e ESTUDE, mais simples que isso é impossivel! - falou ele - porque se você realmente continuar do jeito que ta você ta fodido.
- Certo, nisso eu concordo, mas não podemos esquecer do motivo principal né?
- Claro que não.. - falou ele - Júlia.
- Poxa, tava tudo tão bem entre a gente!
- Sim, mas nós dois sabemos que já faz um tempo que ela andava um pouco mais fria contigo.
- E isso me incomodava profundamente.
- Então você devia ter previsto isso.
- Eu sou apaixonado por ela, ou seja, sou completamente besta, a unica coisa que eu fiz foi não levar isso em questão.
- Esse é seu problema, você devia ter perguntando pra ela o que tava pegando, mas você escolheu por aceitar a situação.
- É porque eu amo ela.
- Então lembre-se dessa frase de John Lennon: ''Deixe as coisas que você ama livre, porque se elas voltarem é porque você as tem, se não voltarem é porque você nunca as possuiu''.
Foi então que eu percebi que ele estava certo, e que o ''tempo'' com a Júlia ia mostrar se eu realmente a tinha, ou se não passou tudo de uma grande ilusão.
- E lembre-se disso Brian, a vida é um jogo de várias rodadas, rodadas essas onde você pode ganhar ou perder, tudo depende apenas de você!
Esse foi mais um grande pensamento que eu lembro por toda a minha vida, foi então que tudo começou a tremer.
- Bom, nossa conversa acaba aqui, lembre-se de tudo que aconteceu por aqui - falou ele - e eu não quero ter outra conversa desse tipo contigo de novo!
E eu acordei, acordei com a sensação de que tudo aquilo realmente tinha acontecido, sentia ate a dor dos socos em meu rosto, até que olhei o relógio e vi que ainda era 3 da manhã, então depois de refletir um pouco sobre tudo aquilo, eu voltei a dormir tranquilamente.


Brian