segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uma conversa amistosa com a minha consciência

Eu estava passando por aquela velha cena que tudo mundo ver nos filmes, eu estava deitado numa maca com vários médicos correndo ao meu redor, eu abria os olhos lentamente e aquilo era tudo que eu via, antes de fechar os olhos novamente, até que um certo momento eu vi meu pai do meu lado, eles estava falando coisas as quais eu não estava entendendo na hora, tentei falar algo, mas de novo eu não consegui, então fechei os olhos de novo, de vez.
Me vi num local onde tudo era branco, olhava para os lados e tudo que eu via era branco, nada mais além de branco, então pensei ''Será que eu morri?'', só em pensar nisso eu já ficava triste, me levantei e comecei a procurar alguém, ou ate mesmo qualquer coisa, eu simplesmente queria achar algo no meio daquele ''branco'' todo.
Foi então que me lembrei do meu pai, da minha mãe, da minha irmã, dos meus amigos, de Gabriela. Fiquei com vontade de chorar, mas consegui segurar e continuei andando a procura de algo, até que eu finalmente achei algo, aliás, algo não, alguém.
Eu achei a mim mesmo, quer dizer, eu tinha certeza que aquele seria mais um dos meus encontros com a minha consciência, que como sempre, estava usando a minha imagem. A única coisa que eu vi dele foi a cabeça e os braços, já que eles estava completamente vestido de branco, parecia mais que ele era uma cabeça e um par de braços flutuantes.
- Olá Brian, é bom vê-lo de novo! - falou ele
- O que eu fiz agora? - perguntei
- Relaxe, desta vez eu não vim te castigar, tenho nem motivo pra bater em você!
- Certeza?
- Absoluta!
Fiquei convencido.
Ele andou um pouco em minha direção, e eu disse:
- Estou morto?
- Não! - respondeu ele
- Corro risco de vida?
- Também não. - disse ele - Deixe-me simplificar pra você, você está em coma.
Fiquei um momento calado.
- Mas ainda assim não corro nenhum risco?
- Nenhum.
Fiquei um tempo refletindo, estava tentando processar aquilo tudo.
- Então a minha agonia continuará, eu imagino. - eu disse
- Como assim?
- Continuarei vivendo nesse mundo, que a cada dia caminha cada vez mais pro fundo do poço.
- Onde você quer chegar com tudo isso?
- Que o mundo ta tão ruim que possivelmente, morrer ta virando um privilégio!
Minha consciência suspirou, e disse:
- Brian, vem cá!
Fui pra perto dele, fique frente a frente com ele.
- Deixa eu te dizer uma coisa! - disse ele
Fiquei atento, até ele me da um tapa no rosto.
- Ei... - disse eu - você disse que não tinha motivo pra me bater!
- Você acabou de me da um motivo.
Comecei a alisar meu rosto para aliviar a dor.
- Cara, é o seguinte... - disse minha consciência - tem pessoas lá fora torcendo pela sua recuperação, pessoas que eu sei que você não gostaria de vê-las triste, então não as decepcione com esse pensamento.
Ele estava certo, pra variar.
- Aliás, você não se pergunta sempre sobre quem iria te visitar se você fosse internado no hospital?
- Sim - respondi
- Você terá a resposta agora!
Ele veio pro meu lado, e fez que uma tela transparente se abrisse a nossa frente, passaram-se alguns segundos, e eu vi nessa tela a minha família. Meu pai, minha irmã, minha mãe, minha avó, minha prima e meus tios, eles estavam todos do meu lado completamente angustiados, minha avó rezava, minha mãe não largava a minha mão, minha irmã chorava.
- Aí estar! - falou minha consciência
- Caramba velho, é duro vê-los assim.
- Entendeu o que eu disse agora?
- Sim!
- Beleza, e antes que tu diga ''era previsível que minha família me visitasse'', veja o próximo vídeo!
Ele passou a tela, e agora eu via meus amigos perto da minha cama. Andreza chorava, Thiago tentava consola-lá, mas ele estava a ponto de chorar também, Joey estava do meu lado dizendo:
- Tu é forte, cara, eu sei que tu vai escapar dessa, tenho certeza que você não nos deixará.
- Só uma pergunta... - falei pra minha consciência - isso foi num dia só?
- Sim... - disse ele - mas eles vieram mais vezes depois disso, aliás, já faz uma semana, eles continuam aflitos mesmo sabendo que você não corre risco.
- Pera aí, estou em coma a uma semana? Mas faz nem 20 minutos que a gente ta aqui conversando!
- Velho, você sabe tão bem quanto eu que a noção de tempo dos sonhos é muito diferente da noção de tempo da realidade.
Eu realmente sabia.
- Os próximos 2 vídeos serão uma surpresinha pra você.
A primeira nem foi tanto assim, ele passou o vídeo e eu vi Júlia ao lado da minha cama segurando a minha mão.
- Oh Brian... - dizia ela - você não merece isso, você é um cara bom, nunca conheci alguém tão adorável como você, e eu sei que não estamos passando por um bom momento, mas se você estiver me ouvindo, eu quero que saiba que eu sinto sua falta, muitas vezes.
Aquilo sim me surpreendeu.
- Eu sei que não da mais pra gente namorar, mas eu queria que a gente voltasse a ser amigos, que antes da gente começar a namorar, antes mesmo de eu me apaixonar por você, eu te considerava o melhor amigo que eu já tive, e eu queria que isso continuasse assim.
- A vida é uma caixinha de surpresas, né? - disse minha consciência
- Pois é! - respondi
- Agora você terá uma surpresa maior!
Ele passou o vídeo, e eu realmente me surpreendi, estava lá uma das últimas pessoas que eu esperava ver por lá!
- Roger?
- Isso mesmo!
Roger tinha estudado comigo no meu antigo colégio, muitas vezes eu não sabia dizer se ele era meu amigo ou se ele apenas me suportava, já que ele vivia dando fora em mim e as vezes até mesmo me evitando.
- Faz um tempinho que a gente não se ver, né? - falou Roger no vídeo - E eu fico triste ter que te ver de novo assim, mas assim que eu soube da notícia eu tive que vim, que cara, eu sei que já reclamei muito de você, já te dei muito fora, mas tu é um bom cara, tu era uma das pessoas que eu mais respeitava naquele colégio, e ainda respeito.
Ele deu uma respirada, e continuou:
- To torcendo muito pra que você melhore, muito mesmo.
- Guardei o melhor pro final... - disse minha consciência- sabe quem está no seu quarto nesse momento?
- Quem? - perguntei
- Gabriela, ela tem vindo te ver bastante, mais mesmo do que a sua família, vamos ouvir o que ela tem pra dizer, né?
Ele passou o vídeo, e lá estava ela, olhando pra mim com seus lindos olhos azuis, completamente aflita.
- Já faz uma semana, estou começando a ficar muito preocupada, to com medo de que você fique assim por muito tempo, já li muitos casos de pessoas que ficaram em coma por anos, eu não quero que isso ocorra contigo, não quero mesmo!
Uma lágrima escorreu de seus olhos, e ela continuou:
- Eu não quero ficar sem você, Brian, você foi uma das melhores coisas que me aconteceu, nunca conheci um garoto tão doce como você, nunca um garoto me tratou tão bem quanto você.
Ela engoliu o seco, e continuou:
- Eu te amo Brian, é isso, eu te amo, muito, nunca amei ninguém da forma que eu te amo, desde que você me salvou daquele atropelamento que eu sou louca por você.
Ela fez uma pausa.
- Aliás, é meio irônico isso, né? Você me salvou de um atropelamento e depois você sofreu um, mas isso não vem ao caso, eu só espero que você esteja me ouvindo, porque tudo isso que estou falando é de coração. - ela fez outra pausa - não me deixe sozinha, sem você eu não sou nada.
Ela me deu um beijo no rosto, beijo esse o qual eu senti ali mesmo, foi quando eu percebi, eu precisava acordar.
- Cara... - falei segurando minha consciência pela camisa - me faça acordar agora, EU PRECISO ACORDAR AGORA!
- Calma... - falou ele me afastando - que seja feita a tua vontade!
Ele se afastou e desapareceu no meio daquele branco, foi então que senti tudo tremer, meu coração batia mais rápido, eu estava prestes a acordar.
Quando dei por mim eu estava deitado na cama do hospital, eu ainda estava de olho fechado, mas eu sabia que Gabriela ainda estava ali, abri os olhos com dificuldade, e a vi prestes a se afastar, foi quando segurei a mão dela.
Ela se assustou, mas quando me viu acordado, ela começou a chorar. Ela me abraçou e disse:
- Você acordou, finalmente você acordou!
- Eu... ouvi... tudo! - eu disse com dificuldade
Gabriela ficou surpresa.
- Ouviu?
Confirmei com a cabeça. Então nossas cabeças começaram a se aproximar, comecei a sentir a respiração dela, ela ainda chorava, e nos beijamos. Foi um beijo rápido, mas que mesmo assim foi um dos melhores que eu já tive.
Assim que terminamos o beijo ela foi chamar as enfermeiras para da a notícia de que eu tinha acordado.
As enfermeiras vieram, começaram a falar um monte de coisas, mas eu so olhava pra Gabriela, e comecei a pensar, como eu tinha sorte de ter ela ao meu lado naquele momento.



Brian

domingo, 15 de julho de 2012

Um surpreendente fim de semestre

Finalmente era o último dia de aula do semestre, após o termino da aula eu estaria oficialmente de férias, e a outra boa coisa é que a aula naquela sexta-feira acabaria mais cedo, teríamos apenas 5 horários e depois disso podíamos ir pra casa aproveitar o início das tão esperadas férias. Mas a má notícia é que a última aula era de física, ou seja, a sensação seria que iria demorar uma eternidade pra aula acabar, mas fazer o que?
Absolutamente NINGUÉM estava prestando atenção naquela aula, todos queriam que aquela aula acabasse logo pra irem pra casa de uma vez por todas. Passei boa parte da aula voando (pra variar), e o maldito tempo parecia que custava pra passar logo.
Até que o sinal finalmente tocou e todos puderam comemorar o início das férias, o professor se despediu da turma, desejou boa férias pra todos e finalmente a gente pode sair da sala. Mesmo a gente já podendo ir embora, eu, Thiago, Joey e Andreza resolvemos ficar mais um pouquinho pelo colégio pra ficar conversando. Thiago e Andreza certamente não desgrudavam mais um do outro, pra onde um ia o outro ia atrás, e eu ficava feliz em saber que tava tudo ótimo entre eles, já eu, as coisas entre mim e Gabriela estavam ficando cada vez mais ''quente'', mesmo de férias ela ainda aparecia no colégio algumas vezes para falar comigo, isso me deixava MUITO feliz, e Joey ainda tava tendo um rolo com a Laura do 2º ano do qual ninguém sabia pra onde aquilo ia.
Ficamos até meio-dia no colégio jogando conversa fora, Andreza e Thiago foram os primeiros a ir embora, então ficamos apenas eu e Joey lá.
- Eles tão se amando mesmo, hein? - falou Joey
- Pois é, velho! - respondi
- Ele finalmente conseguiu.
- Eles se merecem!
- E quanto a tu e Gabriela? Quando a coisa vai se resolver?
- Eu to trabalhando nisso, cara.
- Pois tu devia agir logo, que pô, ta na cara que ela ta na tua!
- Tu acha?
Joey deu uma bufada e disse:
- Velho, na boa, é nessas horas que eu tenho vontade de te descer o cacete!
- Qual foi?
- Tu ainda tem dúvidas de que ela ta na tua? Porra, até minha irmã que é do 7º ano ainda já se ligou nisso.
- Calma, é que eu não gosto de botar todas minhas expectativas nessas coisas, sabe? Tenho medo de me decepcionar.
- Entendo, mas cara, eu tenho certeza que nesse caso nem tem como você se decepcionar!
Por um lado ele estava certo.
- Mas pera aí, tu ta falando do meu caso, mas me responde uma coisa, e teu rolo com Laura?
- Ta caminhando, velho.
- Pra onde?
- Não sabemos ainda.
- E quando vão saber?
- Porra, tais pior que minha mãe, hein?
Eu ri daquilo.
- Só quero saber, porque não é só eu que to perguntando. - disse eu
- Imagino... - respondeu Joey - mas de qualquer forma, a gente não quer apressar muito as coisas.
- Se é você quem diz...
Ficamos mais um tempo conversando sobre outras coisas, até que eu olhei o relógio.
- Caramba, já são quase 1 hora, é melhor eu ir nessa.
- 1 hora? Caramba, o tempo voou.
- Então velho, melhor eu ir antes que minha mãe me ligue me enchendo, falou ai, a gente marca de sair nessas férias.
- Ta beleza, falou e boas férias!
- Pra você também.
Peguei minhas coisas e fui em direção da parada de ônibus, e enquanto a Joey ele foi andando pra casa.
No caminho pra parada eu comecei a pensar em como foi aquele semestre, o que eu fiz, o que eu deixei de fazer e o que eu podia ter feito melhor. Muitas coisas se passaram na minha cabeça, como iam meus estudos, meus pais, meu amigos, meu termino com Júlia, meu lance com Gabriela, e mais um monte de coisa que tinham acontecido apenas naquele semestre, enfim, tinha sido um semestre e tanto.
Fui atravessar a rua pra chegar na minha parada, muitas coisas ainda se passavam na minha cabeça, naquele momento eu estava focado apenas naquelas coisas, esse foi meu erro.
Quando dei por mim eu senti uma grande pancada vindo da minha lateral, pancada essa que arremessou para 1 metro dali, caí no chão, bati a cabeça fortemente e rolei no asfalto. Foi quando eu vi o motorista da kombi que me atingiu correr em minha direção, ele e mais um monte de gente que estava ao redor, tudo doía em mim, eu estava perdendo meus sentidos, comecei a ver tudo duplicado. Muitos começaram a me fazer perguntas das quais eu não estava entendendo nenhuma, tentei falar, mas a única coisa que saiu da minha boca foi um gemido de dor, vi muitas pessoas ao meu redor, mas não conseguia identificar o rosto de nenhuma.
Então, tudo escureceu...


Brian

domingo, 8 de julho de 2012

Uma ligação no meio da noite

Era sexta-feira, tinha sido o último dia de aula no colégio para todos, quer dizer, menos para o 3º ano, eu ainda ia ter mais 2 semanas de aula em julho, uma triste realidade pra mim mas o que eu podia fazer, né? Se eu quisesse passar no vestibular eu tinha que passar por isso, e isso sem falar que os cursinhos não vão parar durante as férias, por isso que a coisa que eu mais queria é que aquele ano acabasse logo e eu ficasse livre daquilo tudo de uma vez por todas.
Mesmo sendo sexta-feira eu tive que dormir cedo naquele dia, eu tinha um simulado no dia seguinte e precisava acordar disposto e de cabeça fria, normalmente eu sempre durmo umas 22 horas, mas como era sexta e a prova no dia seguinte so começaria as 8 eu dormir um pouco mais tarde, 23:30 eu fui dormir, e ainda bem, não demorei muito para pegar no sono, deu nem 20 minutos e eu finalmente adormeci.
Seria uma noite tranquila de sono como qualquer outra se não fosse por um simples ocorrido, meu celular tocou no meio da noite. Lutei para conseguir levantar da cama, mas consegui ''Alguém morreu, porque não é possível!'' pensei na hora.
Liguei a luz do quarto e olhei o relógio, e eram 1:20 da manhã, fiquei irritado com isso ''quem raios iria me ligar a essa hora?'' pensei. Quando olhei o celular, era Gabriela quem me ligava, isso me preocupou bastante na hora ''Será que aconteceu algo com ela?'' me perguntei, e mesmo que tivesse acontecido, porque raios ela iria ligar pra mim naquela hora?
Atendi o telefone e disse:
- Alô?
- Alô, Brian?
- Sou eu, Gabi, aconteceu algo?
- Ai Brian, me desculpe ta ligando a essa hora, mas você é a única pessoa com quem posso falar isso agora.
- O que houve? É algo muito grave?
- O motivo é meio idiota.
- Fale mesmo assim.
- Não sei, você vai acabar ficando com raiva de mim e me achar doida.
- Se você não falar vou achar de qualquer forma!
Ela ficou calado por um momento, e falou:
- Ta bom então, mas o motivo é meio idiota.
- Pra você me ligar no meio da noite então não deve ser tão idiota assim.
Ela deu uma respirada, e falou:
- Ta certo então...
Fiquei aguardando que ela falasse...
Dava pra ver que ela estava um pouco receosa, provavelmente arrependida de ter me ligado, mas eu realmente queria saber o motivo daquilo tudo.
- É que eu tive um pesadelo! - disse ela
Na hora eu não sabia se ficava com raiva ou se eu ria daquilo, porque aquilo era realmente ridículo.
- Sério mesmo que é isso?
- Por favor, não ria e nem fique com raiva.
- Eu to normal, continue, o que houve nesse pesadelo?
- Bem, foi assim, a gente estava saindo do colégio e indo pra parada de ônibus, até que a gente foi abordado por dois assaltantes, os dois estavam armados, eles nos pediram o celular, o dinheiro e tudo de valor que a gente tinha...
E eu estava atento a tudo que ela falava
- Eu ia da tudo, até que você se colocou na minha frente, os desarmou e começou a bater nos dois...
''Nada que eu já não tenha feito antes'' pensei (lembrando das experiências que eu já tive com ladrões em minha vida)
- ... Você estava indo bem, até que você ficou segurando um deles e o outro recuperou a arma dele e atirou em você!
Fiquei surpreso quando ela disse isso.
- Meu Deus! - falei
- Ele atirou em você e os dois saíram correndo, eu fiquei desesperada e comecei a gritar!
Aquilo realmente me chocou.
- E depois? - perguntei
- Eu acordei, e foi então que decidi ligar pra você, foi por impulso, mas fiquei preocupada de qualquer forma.
- Sério? - perguntei
- Sério!
Meu ''incomodo'' todo tinha passado depois que ela disse isso.
- Nossa, que fofo da sua parte. - falei
- Sério?
- Sim, seríssimo.
- Então você não estar com raiva?
- Não mesmo, to até feliz agora!
- Nossa, fiquei com medo que você ficasse com raiva.
- No inicio até fiquei, mas no fim das contas foi um motivo digno.
Ela deu uma risada e eu ri junto com ela.
- Bom, já me sinto melhor agora, obrigada mesmo por ser compreensivo.
- Relaxa, foi nada demais.
- Sério, você é o melhor amigo que alguém pode ter.
Houve um momento de silêncio, e ela disse:
- Eu te adoro, Brian.
Fiquei calado por uns segundos sem saber o que falar, mas disse:
- Também te adoro, Gabi!
- Boa noite, durma bem e desculpe por isso.
- Pra você também, e não se preocupe, beleza?
- Ta certo!
- Tchau!
- Tchau!
Então eu fui dormir com uma ótima sensação, ou seja, no fim das contas não foi tão incomodo assim.



Brian

domingo, 1 de julho de 2012

A hora da verdade

Eu estava me preparando para ir pro cursinho de Português, era uma chuvosa tarde de quinta-feira e eu ia de ônibus para lá, ou seja, eu teria que enfrentar uma chuvinha básica.
Estava com tudo pronto, peguei meu guarda-chuva e saí de casa, chamei o elevador e fiquei aguardando. Comecei a pensar em como tinha sido meu dia, bom, foi mais um dia chato de aula, nada de muito diferente de qualquer dia, mas ainda bem que Gabi tinha ido pro colégio naquele dia, ela já estava melhor, o dia todo a gente não saiu de perto um do outro. Eu a amava muito, cada minuto ao lado dela valia a pena, e sempre quando ela não estava por perto eu ficava com uma saudade extrema, ela tinha virado o motivo pra eu sorrir todos os dias.
E finalmente o elevador chegou, entrei e apertei o térreo, quando a porta fechou a única coisa que me passava pela cabeça era pegar logo esse maldito ônibus e chegar no cursinho, e o pior é que a parada era um pouco longe e o ônibus as vezes demorava, e isso ja me desanimava e me deixava com vontade de não ir, mas infelizmente eu tinha que ir, maldito seja o vestibular.
Foi então que o elevador parou no 13º andar, o andar de Júlia. Eu e Júlia estavamos um bom tempo sem falar um com o outro, desde que ela tinha terminado nosso namoro por definitivo, e toda vez que a gente se encontrava no prédio era constrangedor, a gente até dava ''bom dia'' um para o outro, mas não passava disso, depois ficava nós dois calados até que o elevador chegasse em sua destino e um de nós saísse.
Não foi diferente dessa vez, a porta abriu e ela estava lá, ao me ver fez a velha cara de espanto que ela sempre fazia quando me via, já tinha me acostumado.
- Boa tarde! - falou ela baixinho.
- Boa tarde! - respondi
Ela foi pro canto do elevador distante de mim e ficou lá olhando pra baixo, a porta fechou e o elevador andou.
Eu até pensei em falar algo com ela, mas achei melhor não, as coisas entre a gente ainda não estava das melhores. Passaram-se uns segundos de silêncio, até que as luzes do elevador começaram a piscar e o elevador começou a tremer, comecei a ficar assustado e Júlia também. Então ouvimos um grande estrondo, o elevador parou de vez, Júlia gritou e eu quase caia, ficou escuro por alguns segundo, mas depois as luzes se reacenderam.
O elevador ainda estava parado, apertei o botão pra ver se adiantava de algo, mas nada ocorreu, Júlia estava ficando cada vez mais assustada. Peguei o interfone e liguei pra portaria, no 3º toque o porteiro finalmente atendeu.
- Alô? - falou ele
- Seu Zé?
- Sim, sou eu.
- Aqui é Brian do 15º, ta eu e Júlia do 13º aqui presos no elevador, tu sabe dizer o que houve?
- A chuva deve ter danificado um dos fusíveis, já estamos indo verificar, mas vou logo avisando que pode demorar um pouco pra ajeitar.
- Sério mesmo? Porra, eu tenho aula daqui a pouco.
- Sinto muito, mas é tudo que podemos fazer, enquanto isso fiquem calmos e não entrem em pânico, faremos o possível pra que vocês saiam daí bem.
- Ta certo, vamos tentar manter a calma aqui, obrigado.
Desliguei o interfone e fui ver como Júlia estava, e não faltava muito para ela ter um ataque de pânico.
- Ai meu Deus, não acredito que isso estar acontecendo.
- Fica calma, Júlia, eles já estão resolvendo tudo. - primeira vez desde o termino do namoro que eu falava pra ela algo diferente de ''bom dia'' ou ''boa tarde''.
- Eu ouvi a conversa, eu sei que eles vão demorar pra arrumar tudo.
- Sim, mas perder a calma não é uma opção!
- Não da pra manter a calma!
- Pelo menos tente! - fale aumentando um pouco o tom de voz
Ela começou a respirar fundo, mas eu percebia que aquilo não estava ajudando em nada.
- EU NÃO CONSIGO! - gritou ela
Comecei a ficar impaciente.
- Ai meu Deus! - falei
E então ficamos um momento sem falar nada, Júlia se desesperava a cada segundo que se passava e minha paciência diminuía cada vez mais.
- O que vamos fazer? - perguntou ela
- Não há mais nada pra fazer que não seja esperar!
- Ai, que droga.
- Tenta manter a calma.
- JÁ FALEI QUE NÃO DA!
- Puta que pariu.
Eu estava me segurando para não ser grosso com ela.
Passaram-se mais um tempinho de silêncio, até que Júlia falou:
- Faz um tempo que a gente não fica muito tempo no mesmo ambiente, né?
- Pois é! - respondi
- E em pensar que a algum tempo a gente não saia do pé um do outro.
- Pois é, eu tenho pensado bastante nisso.
- Ficasse um bom tempo arrasado depois que terminamos, né?
- Tu acha? Tu num sabe nem de metade do que eu senti.
- Sinto muito por isso!
- Não sinta, por favor, não sinta.
- Eu via como você estava quando a gente se encontrava no prédio, eu me sentia mal por isso sempre.
- Mas o que você pode fazer? O que eu posso fazer a respeito? Nada!
- Não me faça me sentir pior.
- Tarde demais!
Passou-se outro momento de silêncio e ela disse:
- Eu simplesmente não podia continuar te enganando, você é um ótimo cara, você não merece isso.
- Ao menos me explicava o porque!
- Eu te disse o porquê, eu não estava mais sentindo aquilo tudo por você.
- Eu acho que não é so isso.
- Como você pode ter tanta certeza?
- Eu simplesmente sei.
Ela estava ficando impaciente.
Comecei a andar de um canto pro outro, aquilo estava ficando cada vez mais desconfortante, isso sem falar no fato do porteiro não ter nos dado novidade nenhuma sobre a situação.
- Ta bom... - disse ela - eu realmente não disse tudo.
- Eu sabia! - disse eu
- É que eu realmente não me sentia bem te contando isso.
- Mas devia ter contado!
- Eu sei!
Ela respirou fundo, e disse:
- Umas duas semanas antes da gente terminar, eu conheci um garoto em uma festa, ele também tem 17 anos e é um amigo da minha prima, e lá a gente conversou, dançou, se divertiu e tudo o mais, a gente trocou números e depois disso a gente passou a se falar constantemente... - eu ouvia tudo atentamente - Aí eu meio que comecei a me interessar por ele, no inicio fiquei assustada, tentei relevar, mas não deu.
Eu não estava feliz por estar ouvindo aquilo.
- Passou-se uns dias e eu passei a ter certeza de que eu realmente estava afim dele, foi então que te pedi o tempo. - ele fez uma pausa - E esse tempo me ajudou a confirmar tudo.
Fiquei calado, eu simplesmente não tinha palavras para aquilo tudo.
- Brian, por favor, fale algo.
- Me deixa processar isso tudo!
Fiquei alguns minutos pensando naquilo, eu simplesmente não estava acreditando nisso tudo, ela se aproximou de mim, ela ia tocar no meu ombro, mas eu a desviei.
- Eu simplesmente não acredito... - falei - estou completamente sem palavras.
- Vai, para com isso.
- Não da, me deixe pensar.
Poucos segundos depois o elevador voltou a funcionar, ficamos calados o caminho todo, sem olhar pra cara um do outro, quando finalmente chegou no térreo, Júlia falou:
- Brian...
- Pare - falei - me de um tempo, so isso.
Olhei pro rosto dela, e vi uma lágrima em seus olhos.
- Adeus, Júlia! - e saí do elevador
Eu ouvi o choro dela, isso me fez me sentir mal, mas eu precisava esquecer daquilo. Eu já estava atrasado para a aula, peguei o ônibus já pensando em pegar a segunda aula.
Depois daquele dia a minha relação com Júlia foi de mal a pior.


Brian

sábado, 30 de junho de 2012

Um belo momento

Era mais um dia de aula como qualquer outro, ou seria, se não fosse o fato que aquela era a última semana de junho, ou seja, muitos já estavam ansiosos para o inicio das férias. Apesar que nem eu e nem ninguém do 3º ano tinha muito o que comemorar com isso, ainda teríamos mais 2 semanas de aula em julho, os cursinhos não vão parar e mesmo quando a gente entrar realmente de férias teremos que gastar o tempo que tivermos estudando para o vestibular, em resumo, a gente só teria férias na teoria.
Já era quarta-feira, ao contrário do que muitos pensavam muitos ainda vinham para o colégio mesmo sendo a última semana (provavelmente os professores estavam passando trabalhos). As turmas das quais poucas pessoas estavam comparecendo as aulas naquela semana eram as salas de 6º a 8º ano, do 9º ano ao 3º ano os alunos ainda compareciam as aulas normalmente.
Quando tocou para o recreio eu fui direto para a sala do 1º ano, queria loucamente me encontrar com Gabriela, desde o São João que a gente num sai de junto um do outro, eu estava realmente apaixonado por ela, quando ela não estava por perto eu não parava de pensar nela, no seu lindo sorriso, no brilho de seus olhos azuis, seus lindos cabelos louros, sua doce voz e seu lindo rosto.
Cheguei na sala do 1º ano e todos já estavam saindo, fiquei procurando por Gabi, todos passavam, menos ela, comecei a ficar aflito. Até que passou Larissa, uma das amigas dela, então fui falar com ela:
- Ei Larissa!
- Oi Brian! - falou ela
- Oi! - respondi - Gabi ta ai?
- Ta não, ela ta doente e não veio hoje.
Me preocupei.
- O que ela tem? - perguntei
- Ela ta meio febril e com dor de cabeça, ta nem conseguindo levantar da cama direito.
- Vish, tomara que não seja nada grave.
- Também!
- Bom, melhoras pra ela.
- Obrigada!
E fui falar com meus amigos.
Fiquei realmente preocupado, minha vontade era está do lado dela, a abraçando, cuidando dela. Queria muito falar com ela, eu estava com saudades, e passavam-se os minutos e a saudade so aumentava, a vontade de estar com ela ficava cada vez maior, a angústia so aumentava. Então decidi que depois da aula eu iria ligar pra ela.
Assim que terminou a última aula, eu saí da sala, fui para um local com menos gente, e liguei para ela. Não deu 2 toques e ela já tinha atendido, estava com o celular bem perto dela eu imagino.
- Alô? - falou ela
Dava pra perceber na voz dela que ela realmente não estava bem.
- Alô? Gabi?
- Ah, oi Brian! - respondeu ela com alegria
- Vou nem perguntar se está tudo bem, porque estar claro que não estar.
- Ah seu bobo, deixa disso, apesar de tudo estou bem sim, não é nada demais, amanhã já devo estar melhor!
- Espero que esteja certa. - falei
Passaram-se uns segundos de silêncio, até que ela falou:
- Como você ta?
- To bem, apesar de ter que aguentar as chatices das aulas por mais 2 semanas.
- 3º ano não é moleza, né?
- Nem me fale, eu fico puto em pensar que eu poderia ficar de férias sexta se num fosse o 3º ano.
- Entendo, mas é necessário, né?
- Infelizmente, se num fosse eu num faria.
Ela riu e deu umas tossidas, com aquelas tossidas dava pra ver que realmente ela tava mal.
- To tão feliz por você ter ligado. - falou ela
- Sério?
- Sim, fiquei com saudades de você.
- Own, eu também fiquei.
- Eu até pensei em ligar, mas fiquei com medo de te ligar em horário de aula.
- Tudo bem, relaxe.
- Agora que estou falando contigo eu estou relaxada.
Quando ela falou isso eu tive uma sensação ótima, sempre era bom ouvir algo de tipo vindo de alguem que você ame. Fiquei sem saber o que falar por um momento, ate que eu disse:
- Fico feliz em ouvir isso.
Passou-se mais um momento de silêncio, e eu disse:
- Meu dia sem você não foi o mesmo.
- Sério?
- É, foi muito mais chato.
- Own, você é um fofo mesmo.
Mais uma vez tive uma ótima sensação ao ouvir aquilo. Passou-se outro momento de silêncio e eu falei:
- Vou ter que ir agora, mais tarde eu te ligo de novo e a gente conversa melhor, beleza?
- Ta certo! - disse ela
- Tchau, linda.
- Tchau fofo.
Eu ia desligando até ela falar:
- Espere, antes de ir deixa eu te falar uma coisa.
- Fale!
- Obrigada mesmo por ter ligado, so por ter falado contigo já estou me sentindo melhor!
Fiquei uns segundos calado e disse:
- Obrigado, fico feliz em saber.
- Sério, você é um amigão... - passaram-se uns segundos e ela disse - eu te adoro.
Senti uma flechada no peito, mas foi uma sensação boa, meu coração passou a bater mais forte
- Eu também te adoro! - respondi
Depois nos despedirmos de novo, desliguei o celular e fui pra casa feliz da vida.
Naquela tarde eu liguei para ela e ficamos horas conversando sobre todos os assuntos possíveis. Depois daquilo eu num tinha mais dúvida, eu realmente estava apaixonado por ela.



Brian

sábado, 23 de junho de 2012

E depois da festa...

Era mais uma segunda-feira chuvosa de junho, seria mais um dia normal, se não fosse o fato que naquele dia todos so falavam da festa de São João do colégio na sexta-feira anterior, a fofoca estava pior que o normal, o pessoal falava apenas sobre ''quem pegou quem'', ''quem botou gaia em quem'', ''quem ficou bêbado'', e muitos outros assuntos do tipo. E claro a história de Thiago e Andreza foi bastante comentada nesse dia, a história de Joey nem foi tão levada em questão (porque não era novidade nenhuma ver Joey com uma garota), comentaram um pouco sobre mim e Gabriela também, mas nem falaram grande coisa, já que eu e ela não chegamos a ficar.
O dia estava frio pra caramba, fui de casaco pro colégio, e o ar condicionado da sala não ajudava em nada (sortudos eram Thiago e Andreza que tinham um ao outro pra se aquecer). Se num bastasse o frio a minha animação estava lá embaixo, segunda-feira nunca era um dia agradável, era o dia das piores aulas e ainda tinha horário integral naquele dia.
Até que o recreio finalmente começou, ainda chovia forte, o aglomerado de gente ficou pior do que o normal, principalmente na fila da cantina, mas isso não era problema pra mim já que eu sempre trazia lanche de casa. Naquele dia eu resolvi deixar Thiago e Andreza sozinhos e Joey foi a procura de Laura (estavamos todos na esperança de rolar algo entre eles), já a mim o que restava era ficar com os meus amigos do 2º ano. Mas antes mesmo de eu ir procurar eles, eu tombei com uma pessoa.
- Oh, desculpe! - falei
- Não, tu... Oi Brian!
Quando vi com quem eu tombei, era Gabriela, não sei porque, mas ela estava muito mais linda que o normal naquele dia, talvez fosse por causa do penteado dela, ou talvez fosse por causa do casaco que ela estava usando, realmente não sei, mas enfim.
- Oi Gabi! - falei
- Tudo bem contigo? - perguntou ela
- É segunda, ou seja, nunca estou bem nesse dia.
Ela riu.
- Sei como é! - disse ela - vamos nos sentar, né?
- Ah, claro! - falei
Nos sentamos no banco mais próximo e começamos a conversar.
- Como foi o fim de semana? - perguntou ela
- Ah, a mesma chatice de sempre, sabe? - respondi
- Sei... - falou ela - então, já ouvisse tudo que aconteceu no São João?
- Provavelmente sim, e já estou por aqui de tanta fofoca. - falei - Na boa, a fofoca ficar pior no colégio depois de festas.
- É verdade! - falou ela rindo
- Mas de qualquer a forma, a festa valeu a pena né?
- Claro!
E então houve um momento de silêncio.
- Ta frio pra caramba hoje, você não acha? - falei
- Concordo, estou morrendo de frio aqui, mesmo com esse casaco. - falou ela
- Quer meu casaco emprestado?
- Não precisa, você ta com frio também né?
- Relaxa, já aguentei coisa pior, isso aqui é besteira! - falei já tirando o casaco
Entreguei o casaco, e ela disse:
- Tem certeza que você não vai precisar agora?
- Besteira, eu aguento.
- Mas...
- Eu insisto!
Um pouco receosa, ela colocou o casaco.
- Obrigada! - agradeceu ela
- Não tem por onde!
- Mas realmente não vai te fazer falta?
- Não mesmo.
Então ela desistiu de perguntar.
- Obrigada mesmo, garotos que nem você estar em falta no mundo. - falou ela
Me subiu uma sensação de vitória na cabeça quando ela disse isso. Então sorri pra ela e ela sorriu de volta.
Eu estava sentindo frio, mas não a ponto de congelar, então realmente o casaco não estava fazendo falta naquele momento.
Então começamos a conversar as baboseiras do dia a dia, e claro, também falamos da festa de São João, da quadrilha mal organizada do 3º ano e de como nos divertimos juntos (principalmente quando dançamos juntos). Quando falamos do momento em que dançamos, eu vi os olhos azuis dela brilharem para mim e o sorriso dela ficou cada vez mais lindo.
Até que ela me abraçou e deitou a cabeça em meu ombro, e assim ficou.
- Você ta quentinho, Brian. - falou ela
Fiquei sem saber o que falar na hora, fiquei completamente sem jeito depois que ela falou isso.
- Fique vermelho, não! - disse ela
- Quem disse que eu to vermelho? - falei
- Está sim, to vendo daqui.
E naquela hora eu percebi, que definitivamente ela estava mais linda do que o normal, meu coração começou a pulsar mais forte naquele momento, e ela sorria fortemente para mim, até que ela disse:
- Sabe o que eu mais gostei no São João?
- O que? - perguntei
- Ter você comigo naquele momento!
Me derreti por completo quando ela disse, olhei pra ela com um pouco de timidez, e a abracei de volta, e foi naquele momento em que eu me dei conta, eu estava apaixonado por ela, meu coração batia cada vez mais forte. Não queria que aquele momento acabasse, queria ficar la com ela pelo resto do dia.
Passou-se mais um tempo, até que tocou para voltarmos pra sala.
- Bom, de volta pra chatice. - falei
- Fazer o que né? - falou ela finalmente me soltando - tava tão boa a conversa.
- Pois é! - falei
Gabriela começou a tirar o casaco, então eu disse:
- Pode fica com ele até o fim da aula!
- Sério? - perguntou ela - você não vai precisar?
- Você precisa mais do que eu.
- Ah Brian, você é um fofo, sabia disso? - disse ela me dando um beijo na bochecha - na saída eu te devolvo.
Fiquei calado por um momento pensando no beijo, e disse.
- Beleza! - e vi ela correr para a sala dela
E eu fui para a minha.
Senti um puta frio na sala, definitivamente o ar condicionado so piorava as coisas, mas tentei ignorar o fato, o que estava difícil de fazer.
Consegui sobreviver ao frio da sala até finalmente tocar para sair, muitos ficariam feliz com o toque já que finalmente iriam pra casa, não era o meu caso, eu ainda iria ficar lá ate as 18 horas tendo aula, mas eu podia fazer o que?
Saí da sala e fui para a cantina com os meus amigos, até que Gabi aparece.
- Brian!
Olhei para trás e a vi correndo em minha direção com o meu casaco.
- Aqui estar - falou ela me entregando o casaco - Obrigada mesmo.
- Não tem de que! - falei
- Sério, você é um anjo de pessoa. - disse ela me dando mais um beijo no rosto - Até amanhã! - falou ela indo embora.
- Até! - falei um pouco sem graça.
Em seguida olhei para trás e vi todos (Thiago, Andreza e Joey) me olhando com olhares maliciosos.
- Bora sentar que eu conto tudinho! - falei
Então nos sentamos, e enquanto almoçamos eu contei todos os detalhes daquele dia para eles.


Brian

sábado, 16 de junho de 2012

Uma noite e tanto!

Quero dedicar esse conto pra Thiago e Andreza, felicidade para os dois =D
-
Era a festa de São João do colégio, boa parte da escola estava presente, eu e meus amigos inclusive (aliás, quase todo o 3º ano estava presente). A quadrilha tradicional do 3º ano foi desorganizada pra caramba, mas ainda assim foi divertido, e fora a quadrilha a sala também ficou responsável pelas barracas de comidas tipicas, na barraca de brincadeiras e no correio do amor (isso tudo para arrecadar dinheiro para a formatura).
Eu e Joey ficamos responsáveis pela barracas das brincadeiras e Thiago ficou responsável pelo caixa, e eu e Joey tivemos bastante trabalho, o movimento não parava, pior então quando a gente tinha que arrumar as latas caídas do ''acerte as latas'', nossas pernas ficaram doendo de tanto que tivemos que nos abaixar, mas pelo menos o lucro foi grande. Quando o movimento diminuiu finalmente pudemos respirar um pouco, e enquanto isso também pudemos conversar as nossas baboseiras de sempre.
Quando a banda principal começou a tocar muitos foram pra perto do palco e o movimento que tinha ficado pouco diminuiu para nada, eu e meus amigos ainda estavamos conversando as mesmas besteiras de sempre, até que um momento Thiago resolveu tomar a iniciativa de chamar nossa amiga Andreza para dançar (amiga essa que ele era interessado já fazia um tempo), ele foi e ficamos eu e Joey ainda conversando.
Passaram-se minutos e resolvemos da uma olhada como Thiago estava se saindo. Foi difícil acha-lo em meio da multidão, todos dançavam animadamente ao som da banda, até que quando finalmente o achamos, ficamos surpresos. Não só vimos ele e Andreza dançamos completamente agarrados, como também a gente viu eles se beijando.
- Não acredito no que estou vendo! - falou Joey
- Nem eu... - falei - o miserável finalmente conseguiu!
- Nunca senti tanto orgulho dele como agora.
- Eu sabia que ele conseguiria.
Foi então que os dois olharam pra gente e acenaram, acenamos de volta e eles voltaram a dançar.
- Vamos deixa-los em paz, né? - falei
- Claro! - concordou Joey
Nos sentamos e ficamos esperando Thiago sair de lá (o que iria demorar um tempinho, certamente). Quando ele finalmente apareceu formos cumprimenta-lo:
- AAAAAAAAAAAEEEEE, CONSEGUIU! - falamos eu e Joey
Ele, meio sem-graça falou:
- Nunca me senti tão feliz em toda minha vida.
- Pois aproveite cara, porque você merece. - falou Joey
- Essa espera toda não foi a toa. - falei
- Nem acredito que isso realmente aconteceu! - falou Thiago.
- Sei como é, todos nós já passamos por isso. - falei
- Nunca me desse tanto orgulho. - falou Joey
Ficamos uns segundos apenas olhando para cara um do outro com Thiago esbanjando alegria como nunca, e juro que eu não lembro da última vez que o vi feliz daquela forma.
- Bom gente... - falou Joey - agora quem vai tentar se dar bem sou eu.
- Vai nessa! - falou Thiago
- Vá na fé! - falei
E assim ele foi para a pista de dança, ficamos apenas eu e Thiago.
- Não caiu a ficha ainda eu imagino. - falei
- Não mesmo! - repondeu ele
- Nem em mim caiu ainda.
Soltamos uma risada rápida.
- Cara, lembra quando você dizia que nunca ia achar uma garota que se interessaria em você? - falei
- Sim! - respondeu ele
- E lembra que eu sempre dizia?
- Sim, que eu estava exagerando e que um dia eu iria achar a garota certa, bastava eu ter paciência.
- Exato, e pelo jeito, eu estava certo.
- Pois é!
- Então cara, agora que tua chance chegou, aproveite o quanto pode.
- Não tenha dúvida de que irei.
- Assim que se fala!
Nos cumprimentamos mais uma vez, e Thiago ainda sorria abobadamente:
- Eu sei que tu ta alegre, mas seu sorriso já está me assustando! - falei, e rimos juntos.
- Não posso evitar, foi a melhor coisa que me aconteceu até hoje. - falou ele
- Eu sei, eu sei.
- Agora se você me der licença, eu irei da a ótima notícia para os outros.
- Vá na fé!
E assim ele foi ainda esbanjando alegria.
Eu estava feliz por ele, ele merecia isso mais do que ninguém. Olhei a minha volta e achei Andreza, ela estava saindo da mesa das suas amigas, certamente tinha ido dar a notícia para elas, então eu resolvi ir falar com ela.
- Oi Andreza!
- Oi Brian! - falou ela completamente sorridente - visse, né?
- Claro, e te garanto, nunca vi Thiago tão feliz do jeito que ele ta agora.
- Sério?
- Sério mesmo.
- Own, eu to tão feliz.
- Percebo.
- Sério, Thiago é tão fofo, to tão apaixonada!
- Vocês se merecem, aliás, você tem muita sorte por ter alguém como ele... - falei - Thiago é um dos caras mais decentes que eu já conheci, e eu falo isso porque eu o conheço a um bom tempo, e posso garantir por tudo quanto é mais sagrado.
- Fico feliz em ouvir isso. - falou ela ainda sorridente - pode deixar que cuidarei bem dele.
- Eu sei que vai. - falei sorrindo - estou muito feliz por vocês.
Ficamos calados por um momento, Andreza sorria como nunca, e seu sorriso ficou maior quando Thiago apareceu, depois que ele a chamou para dançar de novo eu disse:
- Vocês dois se merecem, desejo toda felicidade do mundo pra vocês.
- Obrigado! - falaram junto e foram para a pista
Thiago e Andreza estavam em seu momento, e Joey tinha conseguido arrumar uma menina para dançar, e eu simplesmente me sentei para ver tudo isso, foi então que de repente eu acabei me lembrando de quando eu e Júlia tínhamos começado a namorar, tinha sido na festa de São João do ano passado, naquela semana teríamos feito 1 ano de namoro, isso me deixou triste, era duro pensar que meus melhores amigos estavam com uma garota e que eu ainda me lamentava por causa do fim do meu namoro, aquilo realmente me doía.
Comecei a me lembrar do momento em que a chamei para dançar, do momento em que a pedi em namoro e do momento do nosso 1º beijo, e com isso minha animação foi-se embora por completo.
- Brian? - ouvi uma voz feminina me chamar.
Quando olhei, era Gabriela.
- Oi Gabi! - falei abraçando ela - pensei que você não vinha!
- Inicialmente eu realmente não vinha, eu achei que eu não ia chegar aqui a tempo, mas até que não me atrasei muito.
- Estava aonde?
- Na casa de uns parentes.
- Ah!
Naquele momento foi que eu finalmente a olhei melhor, nunca tinha a visto tão linda daquele jeito, ela estava usando um vestido um belo vestido xadrez vermelho e branco.
- Você me parece triste... - falou ela - aconteceu algo?
- Ah, nada demais, é que meu amigo finalmente conseguiu ficar com a garota quem ele gosta, e isso me fez lembrar quando eu tinha começado com a minha ex, tinha sido na festa de São João do ano passado.
- Ainda não a superasse por completo né?
- Acho que não... - falei - mas eu sei que consigo!
- Eu espero que sim. - falou ela
Então houve um momento em que ficamos em silêncio, na pista todos estavam animados com seus casais (inclusive Joey e Thiago), e eu estava lá quase chorando por causa de Júlia.
- Bom, vou ver se acho minha amigas, até qualquer hora. - falou Gabriela
- Espera... - falei
Ela se virou pra mim e disse:
- Oi?
- Quer dançar comigo?
Ela pareceu um pouco surpresa com o pedido, eu também estava, saiu meio que do nada, mas já estava feito de qualquer forma.
- Claro, eu adoraria! - falou ela
Naquele momento eu tinha conseguido recuperar minha animação, Gabriela tinha aceitado dançar comigo, uma coisa que eu achei que nunca ia acontecer. Ela sorriu pra mim e eu sorri de volta, e formos para a pista, a banda tinha começado a tocar músicas mais românticas, muitos casais estavam dançando agarrados, e assim eu e Gabriela também fizermos.
No início tudo estava em sua perfeita normalidade, estavamos lá dançando normalmente, nada falamos durante esse tempo, até que passaram-se mais alguns minutos e eu senti Gabriela me abraçando mais forte e apoiando sua cabeça em meu ombro, sentindo isso eu fiz o mesmo, e assim ficamos por um bom tempo, senti meu coração bater mais forte durante isso. Nem eu e nem ela esperavamos, mas ambos estavamos gostando daquilo, eu queria que aquele momento durasse bastante.
Até que quando as músicas românticas acabaram, finalmente nos soltamos, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ela segurou em minha mão e disse:
- Não vá, fica aqui comigo.
Aquilo derreteu meu coração, sempre é bom ver que alguém te quer por perto.
- Eu não vou! - falei
E então ela deu um sorriso que a deixou mais lindo do que nunca, meu coração estava disparando na hora, já sentia minha perna tremer. Ela ainda segurando em minha mão me levou para fora da pista, e eu não saí do lado dela pelo resto da noite.
Quando a festa acabou, eu fiquei junto dela até seus pais chegarem, e assim pude procurar meus amigos. E lá estavam eles, Joey e Thiago conversando alegremente.
- Olha quem apareceu! - falou Joey
- E ai galera, aproveitaram bastante a noite? - falei
- Você não imagina como! - disse Thiago
- Ah Joey... - falei - quem era aquela com quem você estava dançando?
- Laura do 2º ano, ela ta completamente na minha. - falou ele
- Vocês ficaram?
- Sim, e sinceramente? Acho que com ela rola.
- Assim espero! - disse eu
- Ah Brian... - falou Thiago - vimos você dançando com Gabriela.
- E também vimos que vocês não se separaram pelo resto da festa. - disse Joey
- Rolou algo entre vocês?
Fiquei um momento calado, e disse:
- Definitivamente rolou um clima entre nós, ela realmente me queria por perto, e na dança ela me abraçava cada vez mais forte.
- Vocês ficaram? - perguntou Joey
- Não... - falei - e isso foi por falta de iniciativa minha.
- Mas tu queria ficar com ela?
Pensei por um momento e falei:
- Queria, com ela eu me senti de uma forma que antes eu só tinha sentido quando eu estava dançando com Júlia pela 1ª vez.
- Você estar apaixonado por ela? - perguntou Thiago
Pensei mais uma vez e disse:
- Estou começando a achar que sim, mas ainda não tenho certeza absoluta.
Então os dois me deram uns tapinhas nas costas e Thiago começou a falar de como foi a noite dele com Andreza.
E definitivamente eu posso dizer que aquela foi uma noite e tanto.



Brian

sábado, 9 de junho de 2012

Uma conversa nada agradável com a minha consciência

Eu não estava bem comigo mesmo, quer dizer, NINGUÉM estava bem comigo. Meu boletim tinha saído, e a situação dele tava longe de ser das melhores, podemos dizer que meu boletim estava com catapora por causa de tanta nota vermelha que tinha, e quando mostrei para os meus amigos, todos eles me olharam decepcionados, e a sensação disso não foi la muito boa, até GABRIELA que faz nem tanto tempo que a gente se fala me olhou com decepção (desde aquela conversa no ônibus a gente tem se aproximado bastante) e aquilo me doía. Mas o pior ainda estava por vir, eu ainda tinha que mostrar as notas aos meus pais.
Quando cheguei em casa a única que se encontrava era minha irmã, ou seja, tinha que esperar até de noite para mostrar minhas notas. Quando os dois chegaram eu mostrei o boletim, e claro, tomei uma bela bronca, meu pai disse que era inaceitável um vestibulando tirar notas que nem aquelas e que se eu não me cuidar eu não passarei no vestibular. Minha mãe não falou nada, mas eu via nos olhos dela a decepção, a mesma coisa com a minha irmã, então fiquei me sentindo pior do que antes, depois de estudar por umas 4 horas eu finalmente fui dormir, e pra mim, quando o dia não é dos agradáveis, dormir chega a ser um alívio pra mim, e foi exatamente o que eu senti quando finalmente me deitei.
Fiquei alguns minutos rolando de um canto pro outro da cama, estava difícil pegar no sono, eu só conseguia pensar na cara de todo mundo me olhando com ar de decepção, e também comecei a lembrar de todas as vezes que meu pai me deu bronca por qualquer ocasião que fosse, acho que era impossível eu me sentir pior do que eu já estava. Até que finalmente peguei no sono.
Até que me vi dentro de algum tipo de depósito (em péssimo estado), o local so não estava completamente escuro por causa de alguns furos que tinham na parede que permitiam a passagem de luz solar, eu estava deitado pensando ''onde estou?''. Eu estava assustado, depois de fazer um esforço para conseguir me levantar eu senti um peso em minhas mãos, foi que eu vi que estava acorrentado pelas mãos e pelos pés, eu entrei em desespero.
- QUE É ISSO? - gritei
Foi então que senti as correntes das mãos sendo puxadas uma para cada lado, me deixando suspenso no ar com os braços esticados.
- SOCORRO! - gritei de novo
Foi quando eu ouvi barulhos de correntes vindo não-sei-de-onde, até que de repente vieram várias correntes em minha direção, e todas elas tinham ganchos nas pontas, cade um desses ganchos se prenderam em uma parte do meu tronco. A dor era insuportável, me recusei a olhar para os locais feridos, não queria nem imaginar no estrago que tinha sido feito, foi então que resolvi olhar para a quantidade de correntes me segurando, eram em média umas 12 correntes (sem contar com as que estavam me suspendendo e que estavam me segurando nos pés), até que eu ouvi minha voz, e ela não vinha de mim.
- Dói, não é?
Quando olhei, eu vi outro eu, era minha consciência, foi quando me dei conta que aquilo tudo era um sonho.
- Pra que isso, velho? - perguntei
- Eu só quero que você sinta. - respondeu ele se aproximando de mim
E eu estava sentindo, e aquilo era insuportável, mas ainda assim perguntei:
- Como assim?
- Simples... - falou minha consciência - deixe-me lhe explicar...
E fiquei atento a tudo que ele falou.
- Cada uma dessas correntes, corresponde a cada pessoa, cada parente, cada amigo seu que você tem decepcionado com o seu rendimento escolar! - disse ele - incluindo eu
E outro gancho apareceu de prendendo nas minhas costas, no momento me segurei para não gritar.
- Eu quero que você sinta a dor que eles estão sentindo por causa da decepção deles com você - continuou ele - e eu quero que você sinta isso em dobro!
E eu estava sentindo.
- Agora quero que você me responde uma coisa... - continou - Como você suporta? Como você suporta ver todos aqueles que se importam contigo tristes dessa forma com você?
Eu simplesmente não sabia responder aquilo, então optei por ficar calado.
- RESPONDA! - esbravejou ele - NÃO FIQUE AI CALADO QUE NEM UM IDIOTA!
- Eu sinceramente não sei. - respondi
De repente eu senti as correntes sendo puxadas, tive a sensação de que estavam arrancando minha pele e meus membros, a dor foi tão grande que eu tive que gritar.
- Resposta errada! - falou minha consciência
A dor estava ficando cada vez pior, eu tinha vontade de gritar cada vez mais.
- Ah! - falou ele - essas puxadas que teve agora poderão se repetir, so depende de você.
Eu não me senti bem ouvindo aquilo.
- Você suporta isso porque você não estar nem ai pra isso! - disse ele
- EU ME IMPORTO COM ISSO, SIM! - e as correntes foram puxadas de novo, e mais uma vez eu gritei
- ENTÃO PROVE!
- Eu até podia... - falei - mas não adianta, eu me conheço, posso até dizer agora que vou melhorar, mas passa um tempo e volto pra mesma bosta de sempre.
E de novo gritei, as correntes foram puxadas mais uma vez.
- Isso é porque você não tem força de vontade o suficiente! - falou minha consciência
- Por isso mesmo que eu nem tento mais, não há solução para mim.
E de novo as correntes foram puxadas, a dor ficava cada vez pior.
- Parece até que você é masoquista! - falou ele - Pare de sentir pena de você mesmo, desse jeito você não vai a canto nenhum.
- Caramba, isso é realmente necessário?
- CLARO QUE É NECESSÁRIO! - esbravejou - PORQUE PARECE QUE VOCÊ SO APRENDE DA PIOR MANEIRA!
Ele ficou me olhando com um olhar sério por alguns segundos, e disse:
- Aliás, ainda tenho mais um aperitivo pra você! - E pôs a mão em meu rosto.
Passaram-se a imagem de toda minha família, todos meus amigos, todos aqueles que se importam comigo me olhando com aquela cara de decepção, passaram todas as cenas de todas as vezes que meus pais me deram uma bronca por algum motivo, e aquilo me doía.
- PARA! - gritei
Minha consciência tirou a mão do meu rosto e as correntes foram puxadas, e soltei mais um grito de dor. A dor era tão forte, que uma lágrima caiu do meu rosto.
Minha consciência se aproximou de mim e me deu um tapa no rosto.
- Você vai chorar? - falou ele em tom irônico - qual é, você é mais forte que isso.
- VOCÊ NÃO TEM O MINIMO DE COMPAIXÃO?
E as correntes foram puxadas com uma força maior do que as últimas vezes.
- A VIDA NÃO TERÁ COMPAIXÃO COM VOCÊ! - esbravejou - NINGUÉM TERÁ, QUANDO VOCÊ ESTIVER CAÍDO E COMPLETAMENTE LASCADO, NINGUÉM DARÁ A MÃO PRA TE AJUDAR!
Eu estava delirando de tanta dor, foi então que finalmente olhei para os locais onde os ganchos haviam se prendido, e vi que eu não estava sangrando.
- Por que eu não estou sangrando? - perguntei
- Porque você está sonhando. - falou ele - e também não quero chegar a esse ponto contigo.
Depois disso eu vi todos os ganchos se soltarem do meu corpo, e depois as correntes finalmente me soltaram e eu caí no chão.
- Arderá por um momento, mas logo logo passa. - falou minha consciência colocando uma tigela d'água perto de mim.
Peguei a tigela e a bebi por inteiro, e vi minha consciência se afastando, até que ele se virou para mim e disse:
- Você percebeu que nossos encontros estão cada vez mais desagradáveis, né?
Confirmei com a cabeça.
- Então meu conselho é o seguinte, se cuide, porque se agora nosso encontro foi assim, imagine como pode ser da próxima vez. - e assim ele se afastou
Foi então que comecei a sentir tudo tremer, eu estava prestes a acordar!
Acordei com uma expressão completamente assustada, olhei meu corpo e vi que não tinha nenhuma marca, mas eu ainda assim sentia arder um pouco. Olhei e relógio, e vi que ainda eram 4:30 da manhã, tentei voltar a dormir logo, mas estava difícil, estava com medo de sonhar com a minha consciência de novo.
Eu fiquei um bom tempo pensando naquilo, até que finalmente consegui voltar a dormir.


Brian

quinta-feira, 7 de junho de 2012

E depois do ocorrido...

Tinha se passado quase 1 semana desde ocorreu o quase-atropelamento de Gabriela do 1º ano, que so não ocorreu graças a mim, o colégio todo soube da história, e muitos vieram me cumprimentar por isso, e muitos me aplaudiam quando eu passava, até o diretor veio aplaudir o meu ato. Eu tinha ganhado o respeito de todos no colégio.
Já Gabriela passou a me notar mais depois disso, sempre que eu passava por ela, ela me dava um sorriso, eu retribuia, e muitas vezes eu tinha vontade de ir lá falar com ela, mas me faltava coragem pra isso. E eu sei que ela as vezes tinha vontade de vir falar comigo, mas também lhe faltava coragem, já aconteceu muitas vezes de a gente fica olhando um pro outro de longe sem que nenhum de nós dois tomássemos alguma iniciativa, e ficamos um bom tempo só nisso.
Até que um dia, lá estava eu onde tinha ocorrido tudo aquilo, na parada de ônibus, meu ônibus estava demorando pra caramba pra variar um pouco. E Gabriela também estava lá, eu cheguei lá antes dela, e quando ela chegou, ela de novo me deu um sorriso, e eu retribui. Depois disso ficamos um bom tempo olhando um pro outro, eu queria falar com ela, e eu sei que ela também queria falar comigo, mas ninguém fazia nada, nenhum de nós tinha coragem de tomar a iniciativa.
Até que finalmente ela se aproximou de mim e falou:
- Oi!
- Oi! - respondi
Ficamos uns segundos em silêncio, até ela falar:
- Tudo bem contigo?
- Tudo sim - respondi
E ficamos mais um tempinho em silêncio, até que eu disse:
- E com você, tudo bem também? Não foi quase atropelada de novo não, né? - disse eu forçando um riso
Mas ela deu uma risadinha que eu sabia que era verdadeira.
- Não, não, tenho prestado mais atenção desde aquilo.
Sorri e disse:
- Ótimo então, né?
- É! - disse ela rindo um pouco
E houve mais um momento de silêncio onde nós dois arrumavamos alguma coisa pra falar.
- Não tive chance de te agradecer direito pelo que você fez. - falou ela
- Relaxa, só em saber que você está bem já ta ótimo pra mim. - disse eu
- Não, mas sério, foi muito nobre o que você fez, eu sei que não seria qualquer um que se arriscaria daquela forma por alguem que nem conhece direito.
O que ela falou era verdade.
- Realmente. - falei eu meio que pra dentro
- Então, muito obrigada mesmo, aliás, acho que isso nem é o suficiente pra dizer o quanto eu estou grata!
- Só em ver você sorrindo já o bastante.
Depois que eu falei isso, eu vi que ela ficou um pouco sem graça, ficou até um pouco vermelha.
- Que fofo isso que você disse!
E eu apenas sorri.
Então eu vi meu ônibus chegando.
- Bom... - disse eu - esse é meu ônibus, a gente se ver! - falei fazendo sinal pro ônibus.
- Mas hoje eu pego esse ônibus também - disse ela
- Eita! - falei - é mesmo, toda terça e quinta você pega o mesmo ônibus que o meu.
- É o único que passa perto do meu curso.
Então o ônibus parou e abriu a porta
- Vamos? - perguntei
- Vamos! - disse ela
- Você primeiro!
- Que gentil! - disse ela sorrindo
Subimos no ônibus e passamos pela catraca, para a nossa sorte o ônibus estava com pouca gente, então pudermos sentar lado a lado, o caminho até minha casa não era dos mais longos, mas ainda dava pra ter uma boa conversa com ela. Nos sentamos e depois de uns segundos sem ninguém falar nada, ela disse:
- Nos vemos todos os dias mas nunca nos falamos direito né?
- Pois é! - falei eu
- Me fale um pouco de você!
Então eu comecei a pensar no que falar. Me perguntei ''o que eu tinha de interessante pra falar sobre mim mesmo?''.
- Bom... - comecei a falar - Meu nome é Brian, tenho 17 anos, tenho descendência canadense, estou cursando o 3º ano, pretendo fazer vestibular para jornalismo e... não mais nada de relevante pra falar.
- Sério mesmo que você tem descendência canadense?
- Sim, meu avô por parte de mãe era canadense, ele também se chamava Brian.
- Que legal, eu sempre quis conhecer o Canadá, já fosse lá alguma vez?
- Nunca, talvez um dia eu vá! - disse eu - agora chega de falar de mim, fale-me de você!
- Bom... - disse ela -  Meu nome é Gabriela, tenho 15 anos, estou no 1º ano, ainda não é meu ano de vestibular mas eu pretendo fazer Psicologia, sou recifense mas meu pai é alemão e minha mãe é australiana e... é isso ai!
- Filha de alemão com australiana? Uau, isso já explica bastante coisa.
Ela riu e disse:
- Todos dizem isso!
- E sabe o que é engraçado? - disse eu - sou descendente de canadense e você sempre quis conhecer o Canadá, e você é descendente de alemão e australiana e eu sempre quis conhecer esses dois país.
- Sério?
- Sério!
- Que estranho!
- Eu sei!
E rimos.
Tivemos mais um momento de silêncio, até que ela me perguntou:
- Você namora?
''Bem na ferida!'' eu pensei, já tinha conseguido esquecer Júlia por um momento, depois que Gabriela me perguntou isso eu me senti mal de novo.
- Namorava até algumas semanas atrás. - disse eu
- Nossa... - disse ela - sinto muito.
- Não sinta!
- Faz pouco tempo mesmo que vocês terminaram?
- Sim!
- Desculpe mesmo!
- Tudo bem, você não sabia. - disse eu - além do mais, já estou superando!
- Mas é doloroso quando alguém toca no assunto né?
- É, mas esqueça, a vida continua.
E houve mais um momento de silêncio.
- Você encontrará alguém que te mereça, não se preocupe. - disse ela
- Obrigado! - eu disse, e ela sorriu pra mim - agora vamos parar de falar de coisa ruim né?
- Claro!
- Agora fale-me você, estar namorando?
- Livre que nem um pássaro. - disse ela - a maioria dos meninos que eu conheço são tudo uns babacas, então a coisa ta difícil pro meu lado.
''Mas há muitos que namorariam contigo sem problema nenhum'' pensei eu, mas num tive coragem de dizer, foi então que percebi que minha parada estava próxima. Pedi parada e disse:
- A conversa estava boa, mas minha parada já é a próxima.
- Ah, que pena... - disse ela - tava adorando a conversa.
- É, eu também. - disse eu um pouco sem jeito - então, a gente se ver.
- É!
- Então, tchau, tchau, espero que a gente possa conversar mais algum dia.
- Claro.. - disse ela
Ficamos mais alguns segundos calados.
- Até a próxima! - disse ela me dando um abraço
- Até! - disse eu abraçando de volta
E o ônibus parou e eu desci, quando eu comecei a andar ela ainda acenou pra mim pela janela, eu retribui, e então o ônibus continuou seu caminho até eu o perder de vista.
Mal sabia eu que aquele era o inicio de uma grande amizade.



Brian

domingo, 27 de maio de 2012

Um ato heroíco

Pra variar eu não estava nos meus melhores dias, na noite anterior Júlia tinha terminado o namoro comigo de vez, eu estava oficialmente solteiro de novo, e minha tristeza que ja era grande ficou cada vez maior. Passei o dia todo pra baixo, não conseguia pensar em mais nada que não fosse a Júlia, e o pior de tudo é que eu via ela no prédio praticamente todo dia, antes ver ela era uma coisa completamente confortante, agora é uma coisa completamente dolorosa.
A aula tinha terminado e eu fui logo para parada de ônibus, a coisa que eu mais queria naquele momento era ir pra casa, ao longo do dia Joey e Thiago tentaram me alegrar, mas não tiveram muito sucesso. Cheguei na parada, me sentei e comecei a aguardar o ônibus (que como sempre, demoro pra caramba).
Os minutos passaram-se e eu só conseguia pensar em Júlia, só conseguia pensar em como tinha sido nossa relação, e só conseguia pensar o fato que no próximo mês iamos fazer 1 ano de namoro. Foi então que resolvi da uma olhada nas pessoas ao redor, certamente eu vi muitas caras das quais eu nunca iria me lembrar no futuro e também algumas pessoas do colégio.
Entre essas pessoas estava uma galeguinha do 1º ano, Gabriela, que na minha opinião era uma das garotas mais bonitas de toda a escola, ela era o tipo de garota que quando passa todos os meninos param o que tão fazendo para observa-la. Tinha vezes que a gente pegava o mesmo ônibus e tinha vezes que não, mas não fazia diferença nenhuma, a gente nunca se falava de qualquer forma, pelo menos até aquele dia.
Ela estava arrumando um grande bloco de papeis até o momento que um vento os fez voar para o meio da pista, e ela desesperadamente correu para pega-los de volta. Sendo que ela ficou tão desesperada que não viu o ônibus que se aproximava, muitos que estavam na parada gritaram quando viram a cena, o motorista do ônibus quando viu a garota no meio da pista meteu o pé no freio. Mas antes que o ônibus acabasse atingindo ela eu corri rapidamente e a empurrei para o outro lado da pista fora do alcance do veículo (e por um triz eu não era atingido).
O susto foi grande da parte de todos, tanto os que estavam na parada, tanto os que estavam no ônibus e do motorista principalmente.
- Você está bem? - perguntei
- Estou... - respondeu ela confusa
- Baita susto você deu na gente hein? Mais cuidado na próxima vez.
- TA TUDO BEM AI? - gritou o motorista
- TA TUDO BEM! - respondi
E então o ônibus seguiu seu caminho.
- TA TUDO BEM GENTE! - gritei para o pessoal que olhava apreensivo na parada
E ela voltou a pegar os papeis...
- Deixe-me ajuda-la com isso - falei
E então peguei os papeis a entreguei, enquanto ela os reorganizavas nós voltamos para a parada, e ela disse:
- Obrigada!
- De nada, agora, próxima vez sempre olhe se não estar vindo veículos beleza?
- Claro hehe, estupidez a minha.
- Relaxe, pelo menos não aconteceu nenhuma tragédia. - falei piscando pra ela
E ela me deu um sorriso, foi então que vi meu ônibus chegando.
- Bom, esse é meu ônibus - falei fazendo sinal - tchau, tchau e se cuide!
- Tchau... - falou ela meio sem jeito
Mas antes de eu ir em direção ao meu ônibus ela gritou:
- ESPERE!
- Pois não? - falei
- Qual seu nome?
- Brian! - falei
- Sou Gabriela!
- Prazer... - falei eu mesmo sabendo o nome dela a muito tempo - ...bom, até a próxima.
- Até!
E eu entrei no ônibus com uma ótima sensação.


Brian

sábado, 26 de maio de 2012

''A última bolacha do pacote sempre vem quebrada''

Era mais um dia normal de aula (ou não), a professora de biologia tinha faltado no dia, ou seja, a sala teve 2 aulas livres seguidas, 2 aulas as quais a galera aproveitou do seu jeito.
Joey tinha faltado no dia e Thiago aproveitou as aulas livres para ficar estudando para o simulado da sexta-feira, enquanto a mim so restava ficar quieto no meu canto vendo o que a galera fazia (e justo naquele dia eu estava sem meu ipod). Thiago tinha ate me sugerido pra que eu estudasse um pouco, eu ate tentei na hora, mas quem disse que eu consegui me concentrar?
Naquele momento a coisa mais interessante pra mim era a minha caneta, então comecei a rabiscar algumas besteiras na última folha do meu caderno (letras de música para ser mais exato), até que apareceu a garota que se acha a última bolacha do pacote, Keyla!
Como eu posso definir Keyla? Simples, ela é uma das garotas mais peruas da sala, se brincar do colégio inteiro também, sim, ela é gata, so um cego negaria isso, sendo que ela também é chata pra caralho, e isso tira toda beleza dela. Então Keyla apareceu com as suas amigas (tão peruas quanto ela) e se sentaram em umas cadeiras vazias e começaram a conversar besteira, e eu voltei pro meu mundo paralelo.
Até que chegou num momento em que Keyla deixou seu caderno cair, e eu tenho algum tipo de impulso que me faz pegar qualquer coisa que cair no chão, seja la de quem for a coisa, então me abaixei e peguei o caderno. Na hora que eu ia devolver o caderno pra Keyla, ela toma da minha mão gritando:
- O que você ta fazendo?
- Eu so ia... - falei até ela me interromper
- Eu te dei o direito de pegar no meu caderno? Não, sua mãe por acaso não te disse que não se deve pegar na coisa dos outros sem permissão? Vindo de um tipinho que nem você eu imagino que não...
Eu simplesmente não sabia o que falar, não sabia que o nivel de chatisse dela chegava a tanto, eu so queria fazer uma simples gentileza e ela me trata daquela forma, mas eu não ia deixar barato, mas não ia mesmo.
Quando ela finalmente terminou de da o chilique dela eu falei:
- Eu so queria ser gentil, mas vendo a forma que você reagiu do me resta fazer uma coisa...
Me levantei, fui ate a banca dela, derrubei todo seu material, pisei na bolsa dela e ainda derrubei também a banca dela, e disse:
- Agora se vire pra arrumar isso.
Claro que ela deu chilique e eu acabei parando na coordenação, sendo que eu so recebi uma advertência por aquilo, e sinceramente, não me arrependo de nada, principalmente porque ela merecia aquilo. E fiz aquilo pra lembrar a ela que ''a última bolacha do pacote sempre vem quebrada''.




Brian 

sábado, 12 de maio de 2012

O difícil ato de superar

Tinha se passado quase 1 semana desde que a Júlia tinha me pedido ''um tempo'' na nossa relação, e desde então eu estava completamente arrasado, tinha horas que eu não conseguia parar de pensar nisso, eu sempre ficava me perguntando ''Por que isso? O que eu fiz de errado?''.
Já era hora do intervalo no colégio, e naquele dia tinha me batido uma saudade extrema de Júlia, ou seja, eu nem estava prestando atenção direito na aula so pensando nela, eu estava num momento difícil. Eu tinha acabado de comprar meu lanche quando Joey veio falar comigo:
- Ei Brian!
- Fala Joey... - disse eu
- Vamos nos sentar ali porque quero falar contigo em particular.
- Beleza então. - então nos sentamos no banco mais próximo que havia
- To percebendo que você ta triste hoje, alias, já faz um tempo que eu vejo que você está triste.
- Você é um ótimo observador! - falei
- Isso tem a ver com a Júlia né?
- Claro né? Eu ainda não me conformo.
- Cara, esquece isso.
- Eu bem que ando tentando, mas ta difícil, hoje mesmo me bateu uma saudade extrema dela.
- Percebo!
- E velho, eu ainda não consigo entender o porquê disso, a gente tava tão bem...
- Ei, tu num tinha me dito que ela antes disso andava um pouco ''fria'' contigo?
- Sim!
- Então NÃO ESTAVA TUDO BEM!
Então parei um pouco para refletir isso que ele disse, e vi que por um lado ele estava certo.
- É, realmente... - falei - mas eu so queria entender o porque disso tudo.
- Velho, pelo que você anda me dizendo o problema não é você. - disse Joey
- Então você está dizendo que ela simplesmente parou de gostar de mim?
- Sim, é exatamente o que estou lhe dizendo.
- Mas por que velho?
- Porra cara, põe isso na tua cabeça, não há um porque, ela so ta deixando de te amar e pediu um tempo pra ter certeza disso.
Então pensei um pouco e disse:
- Bom, so espero que nesse ''tempo'' ela perceba que está enganada disso.
- Não se iluda, tu sabe bem que num relacionamento quando alguem pede ''um tempo'' é quase a mesma coisa de terminar o namoro de vez, principalmente porque a pessoa acaba vendo realmente outras pessoas, se interessa por essas outras pessoa e ai o namoro acaba de vez.
Quando ele me disse isso eu senti uma dor forte no coração, já estava me esforçando para não chorar, e Joey tinha percebido.
- Não velho, pare com isso... - disse ele - isso não é a tua cara.
- Foi mal velho... - falei tentando me recompor - é que eu realmente amo ela, e poxa, não queria que acabasse assim.
Ficamos uns segundos calados, até que Joey se levantou e disse:
- Brian, vem cá.
Então me levantei e fui até onde ele estava.
- Olhe bem isso tudo! - disse ele
- Isso tudo o que? - perguntei
- Você ver bastante menina bonita nesse pátio não é?
- Sim! - respondi
- Então, se so nesse colégio já tem tanta menina bonita assim, imagina la fora.
Foi então que comecei a pensar
- Velho, o que eu quero dizer é... - falou Joey - Ainda há muito peixe livre no mar, e não adianta nada você fica sentado chorando por causa de um que lhe escapou.
Tudo aquilo que ele dizia fazia sentido...
- Simplesmente jogue o anzol na água e seja paciente.- falou ele
- É velho, você ta certo, mas tu sabe que não vai ser fácil eu finalmente conseguir esquecer Júlia né?
- Eu sei, nunca é, mas pense nisso que eu te disse, principalmente que não é porque que um relacionamento acabou que tu vai parar de viver por isso.
- Eu sei. - respondi - Valeu velho. - disse apertando a mão dele.
- Amigos servem para isso né? - disse ele - agora, vamos esquecer um pouco isso e jogar um pouco de futebol né?
- Beleza! - respondi
Então ficamos jogando até a hora de finalmente voltar pra aula, eu realmente pensei nisso que Joey disse, mas superar Júlia ia ser uma tarefa muito difícil, principalmente quando eu lembrava que no próximo mês iamos fazer 1 ano de namoro, mas esse era um desafio que eu tinha que superar.



Brian

domingo, 6 de maio de 2012

A Loira do Banheiro*

[*Esse é mais um conto do qual não há nenhuma relação com o Brian]
-

Já se passavam das 6 da tarde no colégio São João, já estava tudo escuro, boa parte dos funcionários, alunos e professores já tinham ido para casa, os poucos que ainda estavam no colégio já se preparavam para ir embora. Até que chegou o momento que só estavam dentro do colégio alguns funcionários, os vigias, o diretor e duas alunas.
Jéssica e Vivian são duas alunas do 1º ano do ensino médio, estavam no banheiro fumando escondidas, elas fumavam e jogavam o que restava na privada para não levantar suspeitas, até que Vivian falou:
--- Sei não Jéssica, não acho que isso seja uma boa idéia.
--- Relaxa Vivian, os funcionários já foram embora, ninguém vai pegar a gente aqui. – disse Jéssica
--- Esse é o problema, quase todos foram embora, então como a gente vai sair daqui?
--- Vamos pular o muro ué.
--- Com aquelas lanças?
--- Você se preocupa demais, relaxa e aproveita teu cigarro ai.
--- E também tem meus pais, eles devem ta preocupados.
--- Que desculpa você deu para eles?
--- Disse que ia ficar no colégio a tarde inteira fazendo trabalho contigo.
--- Qualquer coisa eu falo que a gente foi para a casa da Anne completar o trabalho, eu falo com ela depois para que ela confirme isso.
--- Ok então! – falou Vivian terminando o último cigarro do maço.
--- Tem mais ai? – perguntou ela
--- Tem na bolsa,  mas ta perto da sala – lamentou Jéssica – espero que ninguém tenha a levado pro achados e perdidos, com certeza ta fechado a essa hora, eu já volto.
Então Jéssica saiu em busca da bolsa, enquanto isso Vivian ficou esperando no banheiro dentro do boxe, pegou o cigarro que estava fumando e jogou na privada, deu uma descarga o cigarro não desceu, na segunda também não, deu a terceira descarga e finalmente o cigarro desceu. Sendo que na hora da terceira descarga, a privada fez um barulho estranho, como se fosse o rugido de algum bicho, Vivian se assustou com isso, mas depois deixou para lá, foi para a pia lavar as mãos. Até que de repente ela ouviu o encamento estralando, mais uma vez Vivian se assustou, começou a andar devagarinho em direção a pia, abriu a torneira, e nada saiu.
“Algum cano deve ter estourado’’ pensou ela mais aliviada, fechou a torneira e andou em direção ao boxe. E do nada a torneira abriu sozinha, soltando toda a água que podia, Vivian deu um salto de susto.
“Que porra ta havendo?’’ se perguntou, foi ate a torneira e a fechou firmemente, retornando ao boxe a torneira abriu do nada de novo, nesse momento ela ficou pálida de medo, começou a se afastar o máximo que podia da torneira, até que viu uma poça d’água em seus pés, olhou para os boxes e viu que todas as privadas estavam transbordando.
“Tudo bem Vivian, isso é so um sonho maluco, já já você irá acordar na sua cama e tudo estará bem’’ falou ela para si mesma.
Sendo que aquilo não era um sonho, era completamente real, era como se ela estivesse vivendo um pesadelo, um pesadelo do qual ela não podia acordar. Então ela ouviu algo estranho, era alguém suspirando.
--- Jéssica é você? – grito Vivian – para com isso, não tem graça!
Sendo que aquele suspirou vinha do boxe onde ela estava, sua mão já tremia de tanto medo que ela estava sentindo, ela ficou olhando fixamente para a privada do seu boxe. Até que ela viu uma cabeça, uma cabeça de uma garota, Vivian estava na iminência de gritar, se segurava o máximo que podia, então uma garota saiu da privada se arrastando, uma garota loira, que vestia uma camisola branca, tinha dois algodões tampando o nariz (que aparentemente estava sangrando), unhas e dentes afiadas.
A garota se levantou, Vivian estava completamente pálida, a garota olhou bem para Vivian, a avaliou da cabeça aos pés. E então gritou ferozmente mostrando seus afiados dentes, deu um grito que lembrava o rugido de uma pantera, e então Vivian gritou.

Jéssica voltava decepcionada para o banheiro, realmente tinham levado a bolsa dela para os achados e perdidos, e que realmente estava fechado, naquela hora os únicos que se encontravam nas redondezas do colégio além dela e Vivian eram os dois vigias da rua. Ela andava em direção do banheiro feminino já pensando num plano para sair do colégio sem deixar rastros, e quando já estava próxima de lá, ouviu o grito de desespero.
Então percebeu que era Vivian que tinha gritado, então foi correndo para o banheiro para ver o que tinha acontecido.
--- Vivian? – chamou ela – aconteceu algo?
Então viu sua amiga deitada de barriga no chão, estava tudo completamente molhado e ela foi em direção da amiga.
--- Vivian, o que foi que aconte... AAAAAAH
Ao vira-la, viu que ela estava sangrando, havia quatro cortes em seu pescoço, tremendo foi checar seu pulso, e então confirmou, ela estava morta.
E mais uma vez ela gritou, pos a mão na boca e pensou:
“E agora meu deus? Minha amiga ta morta, o que vou explicar para os outros? O que será que aconteceu?’’
Então ela se virou para o espelho e ficou paralisada, a garota loira estava atrás dela, sua camisola estava melada de sangue, foi então que Jéssica concluiu, aquela garota tinha matado Vivian. Jéssica gritou, e a garota loira cravou seus afiados dentes em seu pescoço também a matando.


Os vigias da rua tinham ouvido os gritos das garotas, então entraram no colégio para ver o que tinha acontecido, olharam por todos os lados, mas nada encontraram, voltaram para os seus postos achando que tinha sido impressão deles. Mas eles não tinham olhado os banheiros, então por isso não viram os corpos de Vivian e Jéssica estirados no chão do banheiro feminino do térreo.
Seus corpos foram visto no dia seguinte por uma das funcionárias do colégio, o acontecimento chocou todos na cidade, e as aulas foram suspensas naquele dia, os detetives investigaram mas nada concluíram. No entanto mal eles sabiam que isso era só o começo de um grande banho de sangue que estava por vir.

sábado, 5 de maio de 2012

Mais uma conversa com a minha consciência

Estava eu em mais um dos meus momentos depressivos, mais uma vez parecia que nada estava a meu favor. Começando com os meus pais que passaram praticamente a semana toda brigando, e o motivos das brigas sempre era o mesmo, ''dinheiro''. A cada dia as brigas ficavam piores e mais frequentes, e pra piorar, algumas vezes eles descontavam a raiva deles um do outro em mim.
E alem disso a pressão na questão escolar tem me enchido cada vez mais, desde o simulado em que fui mal meus pais tem pegado no meu pé cada vez mais sobre o vestibular, e sempre que eu penso nesse maldito vestibular eu fico a beira de um ataque. Porque eu sei que ando muito vagabundo ultimamente, e se eu continuar assim não passarei no vestibular nem fodendo, e se isso acontecer meu pai acaba com a minha raça.
E se já não bastasse, ainda aconteceu outra coisa que faz essas duas coisas virarem fichinhas. Júlia veio falar comigo pedindo um ''tempo'' na nossa relação, usando aquela velha desculpa dizendo pra gente sair com outras pessoas e ver se a gente realmente se ama, porque no momento ela não estava com certeza de que se realmente me amava, e cara, pra mim quando a menina vem pedir ''um tempo na relação'' é a mesma coisa de terminar. Nesse dia eu fiquei tão triste que eu estava a ponto de chorar, eu sinceramente não entendia porque que a Júlia fez isso, tava tudo bem entre a gente, não tinhamos brigado nem nada, fiquei realmente arrasado.
Já era noite quando ela me disse isso, depois de termos terminado de conversar eu fui pra casa quase que as lágrimas, e por um simples impulso eu fui para a cozinha. E lá eu de novo fui pegar uma faca, sim, mais uma vez eu pensei em me suicidar, estava quase com a mão no cabo da faca, até que comecei a pensar mais uma vez em meu entes queridos, e pensado também na última vez que eu tinha pensado em me matar. Na mesma hora eu me afastei da faca e fui direto para o meu quarto, já eram 20:30, eu pensei que talvez uma boa noite de sono me esfriasse um pouco a cabeça, e foi o que eu fiz, fui dormir extremamente cedo naquele dia.
Demorei uma hora e meia para pegar no sono por completo, foi dificil conseguir dormir com a cabeça cheia de pensamentos. Quando finalmente peguei no sono, eu comecei a sonhar, quando abri os olhos, eu me encontrei numa pequena sala suja, mal iluminada e fedida. Foi  então que reparei que eu estava amarrado numa cadeira e algemado pelas mãos, na mesma hora eu entrei em desespero, comecei a me remexer tentando afrouxar as cordas e gritando por ajuda, mas eu realmente duvidava de que havia alguem por perto para me ouvir, foi então que a porta daquela sala se abriu, e eu vi alguem passando por ela.
- Finalmente nos encontramos de novo! - disse a pessoa, e na mesma hora eu reconheci a voz, e percebi que eu estava sonhando, era minha consciência que estava naquela porta (que para variar, estava usando a minha imagem).
- Ah, então é você de novo? - disse eu
- Claro... - repondeu minha consciência - e eu não estou muito feliz de ta aqui, eu te garanto.
Foi então que a minha consciência se aproximou e eu pude ve-lo mais nitidamente.
- Eu realmente não queria ter essa conversa contigo, mas terá que ser do pior jeito! - disse ele
- Como assim ''do pior jeito''? - perguntei
Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, minha consciência partiu pra cima de mim me dando um soco no rosto gritando:
- DE NOVO VOCÊ PENSOU EM SE MATAR? - gritou dando outro soco em meu rosto - MESMO DEPOIS DAQUELA CONVERSA QUE A GENTE TEVE?
- Mas isso é motivo pra me bater? - perguntei
- CLARO QUE É! - falou ele me dando mais um soco - QUANDO A PESSOA FAZ A MESMA MERDA PELA SEGUNDA VEZ, PRA MIM ELA MERECE APANHAR! - e me deu um último soco.
- Mas foi por causa da nossa última conversa que eu não fiz, eu pensei em tudo aquilo que você me falou da última vez.
- Mas ainda assim você pensou em agir que nem um fraco.
- Você sabe pelo que eu ando passando!
- E é assim que você pretende resolver tudo? Simplesmente fugindo dos problemas?
- Já que eu não acho uma solução!
E de novo ele me deu mais um soco.
- Pare de agir que nem um covarde, até parece que você não sabe como é a vida.
- Muito pelo contrário, eu sei muito bem como a vida é, a vida é uma bosta por completo, o mundo é uma bosta por completo, o mundo anda tão ruim que morrer ta virando um privilégio.
E desta vez ele inves de me da um soco, me deu um chute nos testículos tão forte que meus olhos quase lacrimejaram.
- Se você continuar com esse tipo de pensamento, eu juro que eu acabo com a tua raça aqui mesmo!
Então ele começou a respirar fundo, e falou:
- Agora vamos falar sobre os seus ''motivos''.
- Sim, melhor do que você ficar me enchendo de porrada.
- Pronto, começando com seus pais. - falou ele - sim, eu sei que a barra ta pesando não so para eles mas pra você também, e infelizmente não há nada que você possa fazer...
- Agora chegamos num ponto em comum! - interrompi ele
- ESCUTA! - esbravejou - ...mas ainda assim, eles podem ta brigando da forma que for, mas ainda há uma coisa que os mantem unidos, você e sua irmã, eles podem discordar em várias coisas, mas quando for algo a favor de vocês 2, eles sempre estarão unidos.
- Sim, beleza - falei - mas ainda assim não me ajuda em muita coisa!
- Então vamos pro próximo motivo, o vestibular.
- Agora você também vai me da puxão de orelha?
- Claro, esse é meu dever, e você ja imagina o que eu vou falar?
- Claro, mas fale mesmo assim!
- A solução pra isso é simples, deixe de ser vagabundo, sente a bunda na cadeira e ESTUDE, mais simples que isso é impossivel! - falou ele - porque se você realmente continuar do jeito que ta você ta fodido.
- Certo, nisso eu concordo, mas não podemos esquecer do motivo principal né?
- Claro que não.. - falou ele - Júlia.
- Poxa, tava tudo tão bem entre a gente!
- Sim, mas nós dois sabemos que já faz um tempo que ela andava um pouco mais fria contigo.
- E isso me incomodava profundamente.
- Então você devia ter previsto isso.
- Eu sou apaixonado por ela, ou seja, sou completamente besta, a unica coisa que eu fiz foi não levar isso em questão.
- Esse é seu problema, você devia ter perguntando pra ela o que tava pegando, mas você escolheu por aceitar a situação.
- É porque eu amo ela.
- Então lembre-se dessa frase de John Lennon: ''Deixe as coisas que você ama livre, porque se elas voltarem é porque você as tem, se não voltarem é porque você nunca as possuiu''.
Foi então que eu percebi que ele estava certo, e que o ''tempo'' com a Júlia ia mostrar se eu realmente a tinha, ou se não passou tudo de uma grande ilusão.
- E lembre-se disso Brian, a vida é um jogo de várias rodadas, rodadas essas onde você pode ganhar ou perder, tudo depende apenas de você!
Esse foi mais um grande pensamento que eu lembro por toda a minha vida, foi então que tudo começou a tremer.
- Bom, nossa conversa acaba aqui, lembre-se de tudo que aconteceu por aqui - falou ele - e eu não quero ter outra conversa desse tipo contigo de novo!
E eu acordei, acordei com a sensação de que tudo aquilo realmente tinha acontecido, sentia ate a dor dos socos em meu rosto, até que olhei o relógio e vi que ainda era 3 da manhã, então depois de refletir um pouco sobre tudo aquilo, eu voltei a dormir tranquilamente.


Brian

domingo, 18 de março de 2012

O Mundo Devastado*

*antes de tudo: sim, eu sei que o nome do blog é ''as historias de brian'', mas eu escrevi esse conto a um bom tempo atras, e queria publica-lo em algum canto, e se num for aqui num é mais em canto nenhum. Por isso a partir de agora eu postarei de vez em quando alguns contos que não tem relação nenhuma com o brian, começando com esse. Obrigado pela atenção
---

Que dia é hoje? 22 de julho de 2020, você pode até achar que agora eu vivo numa época onde a tecnologia está mil vezes mais avançada, onde os robôs nos servem e onde os carros foram substituídos pelas naves, mas está enganado.
Há mais ou menos um ano e meio atrás o mundo estava a beira de uma 3ª guerra mundial, os Estados Unidos e o Irã não se entendiam, a Coréia do Norte não parava de mandar mísseis para a Coréia do Sul, o Iraque havia cometido um atentado em Londres que tinha matado mais de 300 pessoas. E com isso, pensando na probabilidade de uma guerra os Estados Unidos começou a criar um vírus que aumentaria a agilidade e a força dos soldados, vários testes foram feitos, todos não obtiveram o resultado esperado. Os testes eram feitos em ratos e tudo era mantido em mais absoluto segredo, até que então eles resolveram fazer o último teste em um humano, foi então que um sargento se ofereceu para esse teste, depois que aplicado o vírus foi relatado nele a mesma coisa relatada nos ratos, eles tiveram a força e a velocidade aumentada, sendo que também passaram a ter um comportamento completamente agressivo atacando tudo que via pela frente. Sendo que com os ratos, bastava eles o matarem para evitar qualquer problema, mas eles se esqueceram desse detalhe após o teste com o sargento, eles não tinham feito nenhum antivírus e ninguém teve coragem de mata-lo, então foi ai que tudo começou.
O vírus se espalhou pelos Estados Unidos, pela Europa, e até que finalmente pelo mundo.
Meu nome é Jonnatan, tenho 19 anos, morava no Rio de Janeiro antes disso tudo começar, hoje 99,9% da população mundial são zumbis, sou um dos poucos humanos que ainda restam, minha mãe morreu quando eu tinha 15 anos e perdi meu pai depois que nossa casa foi invadida pelos zumbis, e a partir disso passei a vagar sozinho por ai em busca de comida, água e tudo que for necessário para a minha sobrevivência. Em minha jornada vi apenas um humano, Dylan, ele salvou minha vida, me deu comida, água, cama e me ensinou a manusear uma arma, foi com ele que descobri que se você quiser matar um zumbi, você tem que atirar na cabeça dele, depois dele me ensinar tudo que eu precisava saber eu voltei a vaga por ai sem rumo.
Então teve um dia que eu estava andando pelas estradas do rio, então avistei um grupo de 7 zumbis a minha frente. E pra mim não há nada mais prazeroso do que matar zumbi, então peguei minha pistola e matei um por um, era umas duas e meia da tarde, então resolvi me encostar numa árvore e tirar um cochilo.
Acordei uma meia hora depois com um barulho estranho, abri os olhos preguiçosamente e vi dois zumbis, inicialmente achei que fosse um sonho, mas depois abri os olhos completamente e me assustei. Havia um monte de zumbis me cercando naquele momento, eles devem ter ouvido o barulho dos tiros que dei, eu sabia que eles eram atraídos pelo som so não sabia o quanto a audição deles era eficiente. Ficar quieto seria uma opção naquele momento, mas eles já tinham sentido meu cheiro e assim que me levantei já vieram me atacar.
Destravei minha arma e meti uma bala bem no meio da testa do primeiro zumbi que veio para cima de mim, me virei e atirei no olho do outro que estava logo atrás de mim, foi quando deparei que eles estavam vindo de todos os lados, eram muitos, não sabia se eu tinha munição o suficiente para matar todos, mas fui atirando e abatendo um por um, mas ainda assim não era o suficiente, eu tentava achar uma saída, já tinha descarregado um cartucho inteiro, eu tinha mais 7 cartuchos, mas não sabia se era o suficiente, e eu não queria ter que usar o facão, seria mil vezes mais arriscado, um deles quase me pegou pelas costas, mas eu fui mais ágil e meti uma bala na testa dele. Eu estava perdido, já estava vendo aquilo como o fim da linha, até que então eu vi um carro vindo a oeste de onde eu tava, ele parou bem perto dali, e vi sair dele um homem que aparentava ter uns 40 anos, com uma jaqueta jeans, uma camisa regata por baixo, uma calça do exército e uma calibre 12 na mão. E uma mulher que aparentava ter uns 30 anos, com uma calça jeans, uma blusa vermelha e com uma metralhadora na mão.
Então eles começaram a atirar nos zumbis, abatendo em pouco tempo mais zumbis do que eu consegui, então o homem gritou:
- Entra no carro!
Então recarreguei a arma e fui atirando em todos os zumbis que estavam no caminho até o carro, cheguei la, puxei a porta e entrei no banco de passageiros, enquanto o homem e a mulher continuavam atirando, assim que entrei o homem e a mulher também entraram, fecharam a porta, e a mulher abriu a janela e pôs seu corpo para fora junto com a metralhadora e continuou atirando nos zumbis, e o homem arrancou, finalmente eu estava seguro.
Depois de termos nos afastado bastante dali o homem me perguntou:
- Você ta bem?
- To! – respondi
- Você foi mordido?
- Não!
- Tem certeza?
- Sim!
Então, passada a tensão eu falei:
- Obrigado!
- Ah, não foi nada. – falou o homem – so fiz o que qualquer um faria.
- Está errado, tenho certeza que não era qualquer um que faria isso.
- Mas eu nunca me perdoaria se eu tivesse ficado parado vendo você morrer.
E isso me fez lembrar uma experiência desagradável que eu tive, uma vez eu fui descansar num prédio abandonado, estava no centro do Rio, tudo estava deserto, não havia sinal nem de ao menos um zumbi, fiquei apenas uma noite lá. No dia seguinte eu acordei com uma cena a qual eu nunca esqueci, acordei ouvindo som de tiros, então fui olhar o que estava acontecendo, então pela janela eu vi um monte de zumbis, achei estranho já que tinha chegado lá na noite anterior e não havia nenhum, então eu achei a fonte dos sons de tiro. Havia um homem, que aparentava ter passado por maus bocados, ele estava com uma 38 atirando nos zumbis, ele estava na mesma situação em que eu estava, sem esperanças nenhumas, e o revolver dele não era de cartucho, o que dificultava ainda mais para ele na hora de recarregar. E eu so fiquei olhando, sem tomar nenhuma atitude, até que o homem perdeu suas esperanças por completo, pôs a última bala na arma, e a colocou na boca, a partir dali eu me recusei a ver aquilo, me abaixei e em seguida ouvi o tiro, e quando olhei de novo, todos os zumbis foram pra cima dele, ele realmente tinha se matado. E até hoje me pergunto se eu não podia ter feito algo para ajuda-lo.
- Ei garoto! – falou a mulher.
- Ah, desculpe – falei – tava lembrando de umas coisas aqui, o que falou?
- Qual o seu nome?
- Jonnatan.
- Eu sou Amy e ele é meu marido Jorbson.
- Prazer! – falei
Então chegamos na casa deles, era uma casa simples feita de madeira, casa típica de beira de estrada, o varal era pendurado nas árvores e havia um cachorro da raça pitbull, quando passamos ele começou a latir furiosamente.
- Quieto Bush! – ordenou Jorbson
- Entre, você deve estar com fome. – falou Amy
E eu realmente estava com fome, no dia anterior eu não consegui achar comida, tudo que achei estava fora do prazo de validade e os animais que achei no caminho estavam todos abatidos, tinha chegado no ponto de comer inseto so para enganar o estômago, e eu lhes garanto, o gosto não é nada agradável.
Amy preparou um delicioso frango assado (eles também tinham um galinheiro atrás da casa), a muito tempo eu não comia uma comida tão boa, toda vez que eu tinha conseguido caçar algo eu tinha que comer cru, eu estava sentindo muita falta disso.
- Quantos anos você tem? – perguntou Amy
- 19 – respondi
- Poxa, tão jovem ainda, o que houve para você ficar vagando por ai sozinho?
- Bom, é o seguinte...
E então contei para ela toda a minha historia, desde a morte da minha mãe até quando deixei a casa do Dylan.
- Nossa, garoto, você foi corajoso, não é qualquer um que tem coragem de andar sozinho no mundo do jeito que ta. – falou Jorbson
- Sempre achei que essa era a melhor opção – respondi – mas as vezes eu fico pensando no Dylan, tipo, como será que ele ta agora? Ele ainda ta naquela casa? Será que ele teve que fugir? Será que os zumbis o pegaram? E isso as vezes me incomoda muito.
- Imagino como. – falou Jorbson
- Eu devo muito a ele! – falei
- Imagino! – repetiu Jorbson
Então terminando a refeição Amy falo:
- Venha, vou lhe mostrar onde vai dormir.
Então eu a segui até um quarto no fim do corredor, era um quarto simples, tinha uma cama, alguns livros e uma escrivaninha.
- Esse era o quarto do nosso filho. – falou Amy
- Ele foi...
- Sim – confirmou ela – os zumbis o pegaram quando ele saiu em busca de comida.
- Poxa, que triste – falei – sinto muito
- Não sinta!
- Ele tinha quantos anos?
- 17
- Tão jovem. – falei
- Bom, se precisar de algo é so chamar – e fechou a porta
Botei minha mochila em cima da cama e resolvi olhar melhor o quarto, fui olhar os livros que tinham lá, pelos livros eu percebi que o garoto adorava história, havia muitos livros sobre as guerras mundiais, a Roma antiga, a Grécia, o período colonial brasileiro e outras coisas relacionadas a história, sendo que naquele momento aquilo tudo para mim não tinha mais importância, a única coisa que tinha importância agora era sobreviver. Até que achei algo que me interessou, um livro de Agatha Christie, eu adorava os romances dela, principalmente os de Poirot, mas aquele que encontrei era O Caso dos Dez Negrinhos, outro livro dela que eu adorava, então resolvi rele-lo um pouco para passar o tempo.
Me empolguei tanto lendo que quando me deparei, já era cinco e quarenta da tarde, e então Jorbson veio no meu quarto me avisar:
- Fecha a janela e fica de luz apagada, vou acender uma vela aqui para que não fique muito escuro, e não faça nenhum barulho ok?
- Ta beleza! – respondi
Então vi que minha leitura acabava ali, fechei tudo e fiquei deitado na cama olhando para o teto sem fazer nenhum barulho, voltei a pensar no Dylan, em como ele estaria agora, me fazendo as velhas perguntas, mas depois pensei “Para de se preocupar Jonnatan, ele sabe se cuidar’’, e depois pensei em como era bom saber que eu não era o último humano na terra, eu via aquilo como uma luz no fim do túnel, mas eu estava em dúvida, ficava por ali mesmo ou ia embora no dia seguinte?
Desde que eu passei a vagar por ai sozinho sempre achei que ficar sozinho era a melhor Ideia, um dos motivos de eu e meu pai não termos nos juntados com um grupo de sobreviventes era que muitas vezes eles acabavam se desunindo, e a consequência disso era a morte de mais de  50% do grupo, da mesma forma que era mostrada nos filmes, então ele achou melhor que a gente ficasse escondido em casa mesmo, cuidando de mais ninguém que não fosse nós mesmo, para ele a gente tinha mais chance de sobreviver assim, mas hoje ele está morto, e as vezes eu sinto falta de uma companhia, andar por ai solitário é muito deprimente, e quando se tem o pensamento de que você é o último homem na terra ai que é mais deprimente ainda, fiquei pensando nisso por horas.
Eram quase oito da noite, me bateu a sede, fui até a cozinha para ver onde tinha água, No caminho até lá não vi nem Jorbson e nem Amy.
“Devem estar dormindo’’ pensei
Fui a cozinha com a arma em mãos para se caso aparecesse algum zumbi (uma das coisas que aprendi com Dylan, sempre andar previnido) cheguei a cozinha e vi a geladeira, fui até la, quando estava preste a abrir a porta, senti uma mão no meu ombro. Me assustei e saquei a arma, quando vi, era o Jorbson.
- Caramba Jorbson, que susto. - falei
- Está procurando algo? – falou ele com uma cara um tanto assustada
- Sim, eu ia...
- Você não devia bisbilhotar a casa dos outros assim!
Quando ele falou isso e no tom assustado que ele falou, ai que fiquei assustado
- Ta tudo bem Jorbson? – perguntei
- Claro, melhor impossível.
- Você parece assustado.
- Só estou atento, você sabe, na noite eles tão mais ativos.
- Enfim, onde tem água aqui?
- Água? Ah, claro, deixe que eu pego para você.
Então ele foi para a parte de trás da casa, o galinheiro estava coberto, as galinhas estavam caladas, o cão estava dormindo em sua casa, minutos depois ele voltou com a água.
- Aqui está, a água da bomba é de ótima qualidade. – falou
Peguei o copo e bebi.
- Obrigado! – falei
- Agora aconselho que você vá dormir. – disse Jorbson ainda em tom assustado
E silenciosamente eu fui pro meu quarto, aquela atitude de Jorbson me assustou muito, então ai que tomei minha decisão, eu ia embora no dia seguinte.
Fui dormir já era umas oito e meia da noite, a decisão estava tomada, eu ia dormir lá naquela noite, tomar o café da manhã e ir embora.
Era umas sete e vinte da manhã quando Amy veio me acordar para tomar café, depois de me levantar com dificuldade (fazia tempo que eu não dormia numa cama de verdade) perguntei se havia como eu tomar banho lá (depois que tudo começou, achar um chuveiro que funcionasse tava difícil, a maioria das vezes eu tomava banho em lagos, e olha lá). Ela falou que eles guardavam água da chuva para conseguir cozinhar, mas se eu quisesse podia usar pra tomar banho, achei melhor não.
Cheguei na mesa e dei bom dia para Jorbson, ele me respondeu meio que na obrigação. Ele ainda estava com aquela cara da noite anterior, alias, a Amy também não estava com a cara agradável.
- Preparei ovo frito pra gente hoje, ovos agora foi tudo o que sobrou. – falou Amy
- Como assim? – perguntei já atacando meu prato
- Parece que os zumbis conseguiram invadir o galinheiro, todas as galinhas foram mortas. – falou Jorbson
Na hora entrei em choque.
- E ainda tem mais – continuou Jorbson – mataram o Bush também.
E de novo eu fiquei chocado, pensei “Se eles passaram pelo galinheiro, possivelmente eles podem invadir a casa’’.
- Mas como eles entraram no galinheiro?
- Provavelmente sentiram meu cheiro quando eu sai pra pegar a sua água.
Depois que Jorbson falou isso eu me senti mal, foi praticamente como tivesse sido minha culpa.
- Posso ir da uma olhada lá? – perguntei
- Fique a vontade! – confirmou Jorbson
Então fui até lá e vi, o pitbull deles todo estraçalhado, tava completamente irreconhecível, havia muitas penas espalhadas pelo chão, muita galinha morta espalhada pelo local, uma cena completamente chocante.
Aquele sentimento de culpa virou mais um motivo para eu da o fora dali, fiquei pensando “Eles entraram aqui porque tinham sentido o cheiro do Jorbson quando ele saiu para pegar a minha água, próxima vez é bem capaz de entrarem na casa’’, então eu entrei para terminar meu café e da a noticia que eu estava indo, sendo que ao entrar na cozinha eu fui surpreendido.
Jorbson estava com a calibre doze dele apontada para mim, e com um olhar completamente furioso.
- É tudo culpa sua, os zumbis mataram as minhas galinhas e meu cachorro, E É TUDO CULPA SUA! – esbravejou Jorbson
- Querido – falou Amy - não grite, vai chamar a atenção dos zum...
- TO POUCO ME FODENDO PROS ZUMBIS, SÓ QUERO ACABAR COM ISSO! – gritou Jorbson
- Jorbson, fica calmo – falei – não faça nenhuma besteira, velho.
- Eu já fiz uma besteira – falou ele – foi ter salvo você.
E eu estava completamente intrigado com o tamanho da fúria dele.
- Se eu tivesse te deixado morrer, você não teria me pedido água, e meus animais estariam vivos.
- Mas você mesmo disse que não se perdoaria se tivesse me deixado morrer! – exclamei tentando acalma-lo
- Retiro o que disse agora!
- Calma cara, é o seguinte, você abaixa essa arma e eu do o fora daqui, pronto, e eu não irei mais trazer problemas. – e falando isso eu achei que tudo ia ficar mais fácil, mas me enganei.
- Nada disso, agora você pagará pela besteira que fez!
Mas na hora eu pensei, eu não fiz nenhuma besteira, ele que decidiu me salvar inicialmente, ele que decidiu pegar a água, se ele tivesse pensado duas vezes, ele teria pensado no risco dos zumbis sentirem seu cheiro, e teria dito que era melhor não porque era arriscado, então nada mais fazia sentido. E ele realmente tava preste a puxar o gatilho, foi ai que eu vi que eu tinha que tomar uma atitude.
Quando ele estava praticamente puxando o gatilho, eu fui pra cima dele, ele chegou a disparar, sendo que eu fui ágil e virei a arma pra esquerda causando um buraco na parede. Então eu comecei a lutar com ele, tentava tirar a arma da mão dele, eu até pensei em pegar a minha arma, sendo que eu a tinha esquecido no quarto. E de repente Amy começou a me morder, eram dois contra um, ela me fez largar a arma de Jorbson e começou a me da tapas, Jorbson voltou a apontar a arma para mim, consegui me livrar de Amy, e a joguei no chão, na mesma hora Jorbson atirou de novo e como eu também tinha caído eu consegui desviar do tiro, tentei me levantar mas Amy começou a me puxar pela perna, e mais uma vez Jorbson apontou a arma para mim, comecei a chutar Amy, consegui acertar a cara dela conseguindo assim me levantar, e de novo Jorbson atirou agora acertando o chão (quase acertando meu pé). Corri na direção dele, e de novo tentei tirar a arma das mãos dele, Amy tinha se lavantado e de novo me agarrou, e de novo tinha feito eu largar a arma, sendo que desta vez eu consegui chutar a mão de Jorbson o fazendo largar a arma, dei uma cotovelada na barriga de Amy fazendo ela me largar. Jorbson correu em direção a arma, mas cheguei nele com uma voadora e o derrubei, fui atrás da arma também, sendo que percebi que Amy vinha logo atrás de mim, então me virei, assim que me virei ela começou a tentar me acertar com um garfo, consegui desviar das investidas dela, Jorbson ainda estava caído e depois de mais uma investida eu segurei o braço dela e tirei o garfo da mão dela e o enfiei no ombro dela, ela começou a gritar de dor, e então eu vi Jorbson se levantar. Corri em direção a arma, ele também correu, estávamos pau a pau, nos jogamos para pegar a arma.
Eu a peguei, me virei rapidamente e dei um tiro no peito de Jorbson, abri uma grande mancha de sangue na camisa dele, ele começou a cambalear, eu me levantei e Amy (que já tinha tirado o garfo do ombro) estava sangrando e gritando desesperadamente. Então Jorbson caiu, estava completamente ofegante e sangrando muito, então resolvi completar o serviço. Meti um tiro na cabeça dele, e Amy gritou, gritou mais alto do que estava gritando, lagrimas começaram a cair do rosto dela, uma cena que deixaria qualquer um com pena, qualquer um, menos eu.
Apontei a arma para ela, ela também queria me ver morto, então eu tinha que mata-la.
- Por favor não – implorou ela – não me mate, eu te dei comida, eu te dei abrigo, tenha piedade.
Então eu abaixei a arma, ri bem baixinho, e falei:
- Piedade hein? – falei rindo – Agora me fale, quando seu marido tava preste a puxar gatilho e me matar você teve piedade?
E ela nada falou.
- E quando você tentou me enfiar aquele garfo, você teve piedade?
Silêncio de novo, Então apontei a doze para ela de novo, e falei:
- Foi o que eu pensei! – E estourei os miolos dela, o tiro a jogou rapidamente para trás, ela morreu na hora.
Muitos poderiam ter ficado se lamentando na hora “Caramba, eu matei um humano’’, mas eu não me arrependi do que fiz. Sendo que eu percebi que o barulho chamou a atenção de todos os zumbis que estavam por perto, olhei pela janela e havia um grande grupo indo em direção a casa, então eu fui rápido.
Peguei minhas coisas no quarto, fiquei com a doze de Jorbson, peguei a metralhadora da Amy e o máximo de munição que conseguia (sempre lembrando de outra coisa que o Dylan ensinou, nunca carregue mais do que você consegue), então eu lembrei da geladeira, ai pensei “Pode ter algo lá que eu possa aproveitar’’, sendo que eu estava enganado.
Fui até a cozinha e fui em direção a geladeira, os corpos de Jorbson e Amy estavam estirados lá, abri a porta da geladeira e me surpreendi.
Eu achei que ia encontrar lá leite, ovos, manteiga e coisa e tal, mas na verdade eu encontrei olhos humanos num pote de geleia, dedos em outro pote, pernas na gaveta, várias costelas humanas com muita pouca carne, e quando abri o congelador, cabeças humanas, tudo estava fedendo, mas as cabeças estavam ainda em perfeito estado (foram preservadas pelo congelamento), então uma cabeça lá me chamou a atenção, então me lembrei que no quarto onde fiquei tinha uma foto do filho deles (bem recente), e olhei para aquela cabeça, e vi que era ele. Fiquei chocado, pensei “Como eles puderam fazer isso com o próprio filho?’’, e sim, eles estavam sobrevivendo a base de carne humana, foi então que tudo começou a fazer sentido, eles me salvaram por um único motivo, me transformar em jantar, que nem fez com aqueles pobres coitados que agora estavam na geladeira (incluindo o filho deles). Sendo que eu não tinha mais tempo de ficar lá indignado com o que via, os zumbis estavam chegando, eu precisava da o fora dali, peguei as chaves do carro deles e sai da casa, o quintal já estava cheio de zumbis.
Resolvi usar o facão nessa hora, já tinha feito barulho demais, o primeiro que se aproximou eu parti o crânio dele ao meio, em seguida cortei a cabeça de outro e depois enfiei o facão no olho dele (se não acertar o cérebro dele, a cabeça continua se mexendo), e fui matando de um em um, eu já era experiente com o facão, antes de conhecer o Dylan eu só usava o facão para me proteger. Até que finalmente cheguei ao carro, minha mão tava tremendo, e os zumbis estavam se aproximando, então guardei o facão e peguei a metralhadora.
Matei todos os zumbis que estavam mais próximos, e quando vi que consegui um bom tempo, abri a porta, então entrei as pressas e fechei a porta com força, meti a chave e liguei o carro, os zumbis estavam todos correndo em minha direção. Pisei fundo e fui passando por cima de todos os zumbis que via, em seguida fiz uma manobra e pisei fundo em direção a estrada.
Eu estava a salvo, e quando aparecia um zumbi eu passava o carro em cima dele. Mas aquela experiência me fez ver do que o ser humano é capaz para salvar o pescoço, eu vi que loucura o ser humano faz para sobreviver, eles chegaram ao ponto de comer a carne do próprio filho, e de outras pessoas que eles foram encontrando, e num momento desses que a gente devia ajudar uns aos outros mais do que nunca. Mas pelo jeito a lei da natureza começou a prevalecer entre os humanos também, os mais fortes sobreviviam, ou matava ou era morto.
Agora cabia a mim esquecer tudo aquilo, tinha ainda uma longa jornada pela frente.