domingo, 18 de março de 2012

O Mundo Devastado*

*antes de tudo: sim, eu sei que o nome do blog é ''as historias de brian'', mas eu escrevi esse conto a um bom tempo atras, e queria publica-lo em algum canto, e se num for aqui num é mais em canto nenhum. Por isso a partir de agora eu postarei de vez em quando alguns contos que não tem relação nenhuma com o brian, começando com esse. Obrigado pela atenção
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Que dia é hoje? 22 de julho de 2020, você pode até achar que agora eu vivo numa época onde a tecnologia está mil vezes mais avançada, onde os robôs nos servem e onde os carros foram substituídos pelas naves, mas está enganado.
Há mais ou menos um ano e meio atrás o mundo estava a beira de uma 3ª guerra mundial, os Estados Unidos e o Irã não se entendiam, a Coréia do Norte não parava de mandar mísseis para a Coréia do Sul, o Iraque havia cometido um atentado em Londres que tinha matado mais de 300 pessoas. E com isso, pensando na probabilidade de uma guerra os Estados Unidos começou a criar um vírus que aumentaria a agilidade e a força dos soldados, vários testes foram feitos, todos não obtiveram o resultado esperado. Os testes eram feitos em ratos e tudo era mantido em mais absoluto segredo, até que então eles resolveram fazer o último teste em um humano, foi então que um sargento se ofereceu para esse teste, depois que aplicado o vírus foi relatado nele a mesma coisa relatada nos ratos, eles tiveram a força e a velocidade aumentada, sendo que também passaram a ter um comportamento completamente agressivo atacando tudo que via pela frente. Sendo que com os ratos, bastava eles o matarem para evitar qualquer problema, mas eles se esqueceram desse detalhe após o teste com o sargento, eles não tinham feito nenhum antivírus e ninguém teve coragem de mata-lo, então foi ai que tudo começou.
O vírus se espalhou pelos Estados Unidos, pela Europa, e até que finalmente pelo mundo.
Meu nome é Jonnatan, tenho 19 anos, morava no Rio de Janeiro antes disso tudo começar, hoje 99,9% da população mundial são zumbis, sou um dos poucos humanos que ainda restam, minha mãe morreu quando eu tinha 15 anos e perdi meu pai depois que nossa casa foi invadida pelos zumbis, e a partir disso passei a vagar sozinho por ai em busca de comida, água e tudo que for necessário para a minha sobrevivência. Em minha jornada vi apenas um humano, Dylan, ele salvou minha vida, me deu comida, água, cama e me ensinou a manusear uma arma, foi com ele que descobri que se você quiser matar um zumbi, você tem que atirar na cabeça dele, depois dele me ensinar tudo que eu precisava saber eu voltei a vaga por ai sem rumo.
Então teve um dia que eu estava andando pelas estradas do rio, então avistei um grupo de 7 zumbis a minha frente. E pra mim não há nada mais prazeroso do que matar zumbi, então peguei minha pistola e matei um por um, era umas duas e meia da tarde, então resolvi me encostar numa árvore e tirar um cochilo.
Acordei uma meia hora depois com um barulho estranho, abri os olhos preguiçosamente e vi dois zumbis, inicialmente achei que fosse um sonho, mas depois abri os olhos completamente e me assustei. Havia um monte de zumbis me cercando naquele momento, eles devem ter ouvido o barulho dos tiros que dei, eu sabia que eles eram atraídos pelo som so não sabia o quanto a audição deles era eficiente. Ficar quieto seria uma opção naquele momento, mas eles já tinham sentido meu cheiro e assim que me levantei já vieram me atacar.
Destravei minha arma e meti uma bala bem no meio da testa do primeiro zumbi que veio para cima de mim, me virei e atirei no olho do outro que estava logo atrás de mim, foi quando deparei que eles estavam vindo de todos os lados, eram muitos, não sabia se eu tinha munição o suficiente para matar todos, mas fui atirando e abatendo um por um, mas ainda assim não era o suficiente, eu tentava achar uma saída, já tinha descarregado um cartucho inteiro, eu tinha mais 7 cartuchos, mas não sabia se era o suficiente, e eu não queria ter que usar o facão, seria mil vezes mais arriscado, um deles quase me pegou pelas costas, mas eu fui mais ágil e meti uma bala na testa dele. Eu estava perdido, já estava vendo aquilo como o fim da linha, até que então eu vi um carro vindo a oeste de onde eu tava, ele parou bem perto dali, e vi sair dele um homem que aparentava ter uns 40 anos, com uma jaqueta jeans, uma camisa regata por baixo, uma calça do exército e uma calibre 12 na mão. E uma mulher que aparentava ter uns 30 anos, com uma calça jeans, uma blusa vermelha e com uma metralhadora na mão.
Então eles começaram a atirar nos zumbis, abatendo em pouco tempo mais zumbis do que eu consegui, então o homem gritou:
- Entra no carro!
Então recarreguei a arma e fui atirando em todos os zumbis que estavam no caminho até o carro, cheguei la, puxei a porta e entrei no banco de passageiros, enquanto o homem e a mulher continuavam atirando, assim que entrei o homem e a mulher também entraram, fecharam a porta, e a mulher abriu a janela e pôs seu corpo para fora junto com a metralhadora e continuou atirando nos zumbis, e o homem arrancou, finalmente eu estava seguro.
Depois de termos nos afastado bastante dali o homem me perguntou:
- Você ta bem?
- To! – respondi
- Você foi mordido?
- Não!
- Tem certeza?
- Sim!
Então, passada a tensão eu falei:
- Obrigado!
- Ah, não foi nada. – falou o homem – so fiz o que qualquer um faria.
- Está errado, tenho certeza que não era qualquer um que faria isso.
- Mas eu nunca me perdoaria se eu tivesse ficado parado vendo você morrer.
E isso me fez lembrar uma experiência desagradável que eu tive, uma vez eu fui descansar num prédio abandonado, estava no centro do Rio, tudo estava deserto, não havia sinal nem de ao menos um zumbi, fiquei apenas uma noite lá. No dia seguinte eu acordei com uma cena a qual eu nunca esqueci, acordei ouvindo som de tiros, então fui olhar o que estava acontecendo, então pela janela eu vi um monte de zumbis, achei estranho já que tinha chegado lá na noite anterior e não havia nenhum, então eu achei a fonte dos sons de tiro. Havia um homem, que aparentava ter passado por maus bocados, ele estava com uma 38 atirando nos zumbis, ele estava na mesma situação em que eu estava, sem esperanças nenhumas, e o revolver dele não era de cartucho, o que dificultava ainda mais para ele na hora de recarregar. E eu so fiquei olhando, sem tomar nenhuma atitude, até que o homem perdeu suas esperanças por completo, pôs a última bala na arma, e a colocou na boca, a partir dali eu me recusei a ver aquilo, me abaixei e em seguida ouvi o tiro, e quando olhei de novo, todos os zumbis foram pra cima dele, ele realmente tinha se matado. E até hoje me pergunto se eu não podia ter feito algo para ajuda-lo.
- Ei garoto! – falou a mulher.
- Ah, desculpe – falei – tava lembrando de umas coisas aqui, o que falou?
- Qual o seu nome?
- Jonnatan.
- Eu sou Amy e ele é meu marido Jorbson.
- Prazer! – falei
Então chegamos na casa deles, era uma casa simples feita de madeira, casa típica de beira de estrada, o varal era pendurado nas árvores e havia um cachorro da raça pitbull, quando passamos ele começou a latir furiosamente.
- Quieto Bush! – ordenou Jorbson
- Entre, você deve estar com fome. – falou Amy
E eu realmente estava com fome, no dia anterior eu não consegui achar comida, tudo que achei estava fora do prazo de validade e os animais que achei no caminho estavam todos abatidos, tinha chegado no ponto de comer inseto so para enganar o estômago, e eu lhes garanto, o gosto não é nada agradável.
Amy preparou um delicioso frango assado (eles também tinham um galinheiro atrás da casa), a muito tempo eu não comia uma comida tão boa, toda vez que eu tinha conseguido caçar algo eu tinha que comer cru, eu estava sentindo muita falta disso.
- Quantos anos você tem? – perguntou Amy
- 19 – respondi
- Poxa, tão jovem ainda, o que houve para você ficar vagando por ai sozinho?
- Bom, é o seguinte...
E então contei para ela toda a minha historia, desde a morte da minha mãe até quando deixei a casa do Dylan.
- Nossa, garoto, você foi corajoso, não é qualquer um que tem coragem de andar sozinho no mundo do jeito que ta. – falou Jorbson
- Sempre achei que essa era a melhor opção – respondi – mas as vezes eu fico pensando no Dylan, tipo, como será que ele ta agora? Ele ainda ta naquela casa? Será que ele teve que fugir? Será que os zumbis o pegaram? E isso as vezes me incomoda muito.
- Imagino como. – falou Jorbson
- Eu devo muito a ele! – falei
- Imagino! – repetiu Jorbson
Então terminando a refeição Amy falo:
- Venha, vou lhe mostrar onde vai dormir.
Então eu a segui até um quarto no fim do corredor, era um quarto simples, tinha uma cama, alguns livros e uma escrivaninha.
- Esse era o quarto do nosso filho. – falou Amy
- Ele foi...
- Sim – confirmou ela – os zumbis o pegaram quando ele saiu em busca de comida.
- Poxa, que triste – falei – sinto muito
- Não sinta!
- Ele tinha quantos anos?
- 17
- Tão jovem. – falei
- Bom, se precisar de algo é so chamar – e fechou a porta
Botei minha mochila em cima da cama e resolvi olhar melhor o quarto, fui olhar os livros que tinham lá, pelos livros eu percebi que o garoto adorava história, havia muitos livros sobre as guerras mundiais, a Roma antiga, a Grécia, o período colonial brasileiro e outras coisas relacionadas a história, sendo que naquele momento aquilo tudo para mim não tinha mais importância, a única coisa que tinha importância agora era sobreviver. Até que achei algo que me interessou, um livro de Agatha Christie, eu adorava os romances dela, principalmente os de Poirot, mas aquele que encontrei era O Caso dos Dez Negrinhos, outro livro dela que eu adorava, então resolvi rele-lo um pouco para passar o tempo.
Me empolguei tanto lendo que quando me deparei, já era cinco e quarenta da tarde, e então Jorbson veio no meu quarto me avisar:
- Fecha a janela e fica de luz apagada, vou acender uma vela aqui para que não fique muito escuro, e não faça nenhum barulho ok?
- Ta beleza! – respondi
Então vi que minha leitura acabava ali, fechei tudo e fiquei deitado na cama olhando para o teto sem fazer nenhum barulho, voltei a pensar no Dylan, em como ele estaria agora, me fazendo as velhas perguntas, mas depois pensei “Para de se preocupar Jonnatan, ele sabe se cuidar’’, e depois pensei em como era bom saber que eu não era o último humano na terra, eu via aquilo como uma luz no fim do túnel, mas eu estava em dúvida, ficava por ali mesmo ou ia embora no dia seguinte?
Desde que eu passei a vagar por ai sozinho sempre achei que ficar sozinho era a melhor Ideia, um dos motivos de eu e meu pai não termos nos juntados com um grupo de sobreviventes era que muitas vezes eles acabavam se desunindo, e a consequência disso era a morte de mais de  50% do grupo, da mesma forma que era mostrada nos filmes, então ele achou melhor que a gente ficasse escondido em casa mesmo, cuidando de mais ninguém que não fosse nós mesmo, para ele a gente tinha mais chance de sobreviver assim, mas hoje ele está morto, e as vezes eu sinto falta de uma companhia, andar por ai solitário é muito deprimente, e quando se tem o pensamento de que você é o último homem na terra ai que é mais deprimente ainda, fiquei pensando nisso por horas.
Eram quase oito da noite, me bateu a sede, fui até a cozinha para ver onde tinha água, No caminho até lá não vi nem Jorbson e nem Amy.
“Devem estar dormindo’’ pensei
Fui a cozinha com a arma em mãos para se caso aparecesse algum zumbi (uma das coisas que aprendi com Dylan, sempre andar previnido) cheguei a cozinha e vi a geladeira, fui até la, quando estava preste a abrir a porta, senti uma mão no meu ombro. Me assustei e saquei a arma, quando vi, era o Jorbson.
- Caramba Jorbson, que susto. - falei
- Está procurando algo? – falou ele com uma cara um tanto assustada
- Sim, eu ia...
- Você não devia bisbilhotar a casa dos outros assim!
Quando ele falou isso e no tom assustado que ele falou, ai que fiquei assustado
- Ta tudo bem Jorbson? – perguntei
- Claro, melhor impossível.
- Você parece assustado.
- Só estou atento, você sabe, na noite eles tão mais ativos.
- Enfim, onde tem água aqui?
- Água? Ah, claro, deixe que eu pego para você.
Então ele foi para a parte de trás da casa, o galinheiro estava coberto, as galinhas estavam caladas, o cão estava dormindo em sua casa, minutos depois ele voltou com a água.
- Aqui está, a água da bomba é de ótima qualidade. – falou
Peguei o copo e bebi.
- Obrigado! – falei
- Agora aconselho que você vá dormir. – disse Jorbson ainda em tom assustado
E silenciosamente eu fui pro meu quarto, aquela atitude de Jorbson me assustou muito, então ai que tomei minha decisão, eu ia embora no dia seguinte.
Fui dormir já era umas oito e meia da noite, a decisão estava tomada, eu ia dormir lá naquela noite, tomar o café da manhã e ir embora.
Era umas sete e vinte da manhã quando Amy veio me acordar para tomar café, depois de me levantar com dificuldade (fazia tempo que eu não dormia numa cama de verdade) perguntei se havia como eu tomar banho lá (depois que tudo começou, achar um chuveiro que funcionasse tava difícil, a maioria das vezes eu tomava banho em lagos, e olha lá). Ela falou que eles guardavam água da chuva para conseguir cozinhar, mas se eu quisesse podia usar pra tomar banho, achei melhor não.
Cheguei na mesa e dei bom dia para Jorbson, ele me respondeu meio que na obrigação. Ele ainda estava com aquela cara da noite anterior, alias, a Amy também não estava com a cara agradável.
- Preparei ovo frito pra gente hoje, ovos agora foi tudo o que sobrou. – falou Amy
- Como assim? – perguntei já atacando meu prato
- Parece que os zumbis conseguiram invadir o galinheiro, todas as galinhas foram mortas. – falou Jorbson
Na hora entrei em choque.
- E ainda tem mais – continuou Jorbson – mataram o Bush também.
E de novo eu fiquei chocado, pensei “Se eles passaram pelo galinheiro, possivelmente eles podem invadir a casa’’.
- Mas como eles entraram no galinheiro?
- Provavelmente sentiram meu cheiro quando eu sai pra pegar a sua água.
Depois que Jorbson falou isso eu me senti mal, foi praticamente como tivesse sido minha culpa.
- Posso ir da uma olhada lá? – perguntei
- Fique a vontade! – confirmou Jorbson
Então fui até lá e vi, o pitbull deles todo estraçalhado, tava completamente irreconhecível, havia muitas penas espalhadas pelo chão, muita galinha morta espalhada pelo local, uma cena completamente chocante.
Aquele sentimento de culpa virou mais um motivo para eu da o fora dali, fiquei pensando “Eles entraram aqui porque tinham sentido o cheiro do Jorbson quando ele saiu para pegar a minha água, próxima vez é bem capaz de entrarem na casa’’, então eu entrei para terminar meu café e da a noticia que eu estava indo, sendo que ao entrar na cozinha eu fui surpreendido.
Jorbson estava com a calibre doze dele apontada para mim, e com um olhar completamente furioso.
- É tudo culpa sua, os zumbis mataram as minhas galinhas e meu cachorro, E É TUDO CULPA SUA! – esbravejou Jorbson
- Querido – falou Amy - não grite, vai chamar a atenção dos zum...
- TO POUCO ME FODENDO PROS ZUMBIS, SÓ QUERO ACABAR COM ISSO! – gritou Jorbson
- Jorbson, fica calmo – falei – não faça nenhuma besteira, velho.
- Eu já fiz uma besteira – falou ele – foi ter salvo você.
E eu estava completamente intrigado com o tamanho da fúria dele.
- Se eu tivesse te deixado morrer, você não teria me pedido água, e meus animais estariam vivos.
- Mas você mesmo disse que não se perdoaria se tivesse me deixado morrer! – exclamei tentando acalma-lo
- Retiro o que disse agora!
- Calma cara, é o seguinte, você abaixa essa arma e eu do o fora daqui, pronto, e eu não irei mais trazer problemas. – e falando isso eu achei que tudo ia ficar mais fácil, mas me enganei.
- Nada disso, agora você pagará pela besteira que fez!
Mas na hora eu pensei, eu não fiz nenhuma besteira, ele que decidiu me salvar inicialmente, ele que decidiu pegar a água, se ele tivesse pensado duas vezes, ele teria pensado no risco dos zumbis sentirem seu cheiro, e teria dito que era melhor não porque era arriscado, então nada mais fazia sentido. E ele realmente tava preste a puxar o gatilho, foi ai que eu vi que eu tinha que tomar uma atitude.
Quando ele estava praticamente puxando o gatilho, eu fui pra cima dele, ele chegou a disparar, sendo que eu fui ágil e virei a arma pra esquerda causando um buraco na parede. Então eu comecei a lutar com ele, tentava tirar a arma da mão dele, eu até pensei em pegar a minha arma, sendo que eu a tinha esquecido no quarto. E de repente Amy começou a me morder, eram dois contra um, ela me fez largar a arma de Jorbson e começou a me da tapas, Jorbson voltou a apontar a arma para mim, consegui me livrar de Amy, e a joguei no chão, na mesma hora Jorbson atirou de novo e como eu também tinha caído eu consegui desviar do tiro, tentei me levantar mas Amy começou a me puxar pela perna, e mais uma vez Jorbson apontou a arma para mim, comecei a chutar Amy, consegui acertar a cara dela conseguindo assim me levantar, e de novo Jorbson atirou agora acertando o chão (quase acertando meu pé). Corri na direção dele, e de novo tentei tirar a arma das mãos dele, Amy tinha se lavantado e de novo me agarrou, e de novo tinha feito eu largar a arma, sendo que desta vez eu consegui chutar a mão de Jorbson o fazendo largar a arma, dei uma cotovelada na barriga de Amy fazendo ela me largar. Jorbson correu em direção a arma, mas cheguei nele com uma voadora e o derrubei, fui atrás da arma também, sendo que percebi que Amy vinha logo atrás de mim, então me virei, assim que me virei ela começou a tentar me acertar com um garfo, consegui desviar das investidas dela, Jorbson ainda estava caído e depois de mais uma investida eu segurei o braço dela e tirei o garfo da mão dela e o enfiei no ombro dela, ela começou a gritar de dor, e então eu vi Jorbson se levantar. Corri em direção a arma, ele também correu, estávamos pau a pau, nos jogamos para pegar a arma.
Eu a peguei, me virei rapidamente e dei um tiro no peito de Jorbson, abri uma grande mancha de sangue na camisa dele, ele começou a cambalear, eu me levantei e Amy (que já tinha tirado o garfo do ombro) estava sangrando e gritando desesperadamente. Então Jorbson caiu, estava completamente ofegante e sangrando muito, então resolvi completar o serviço. Meti um tiro na cabeça dele, e Amy gritou, gritou mais alto do que estava gritando, lagrimas começaram a cair do rosto dela, uma cena que deixaria qualquer um com pena, qualquer um, menos eu.
Apontei a arma para ela, ela também queria me ver morto, então eu tinha que mata-la.
- Por favor não – implorou ela – não me mate, eu te dei comida, eu te dei abrigo, tenha piedade.
Então eu abaixei a arma, ri bem baixinho, e falei:
- Piedade hein? – falei rindo – Agora me fale, quando seu marido tava preste a puxar gatilho e me matar você teve piedade?
E ela nada falou.
- E quando você tentou me enfiar aquele garfo, você teve piedade?
Silêncio de novo, Então apontei a doze para ela de novo, e falei:
- Foi o que eu pensei! – E estourei os miolos dela, o tiro a jogou rapidamente para trás, ela morreu na hora.
Muitos poderiam ter ficado se lamentando na hora “Caramba, eu matei um humano’’, mas eu não me arrependi do que fiz. Sendo que eu percebi que o barulho chamou a atenção de todos os zumbis que estavam por perto, olhei pela janela e havia um grande grupo indo em direção a casa, então eu fui rápido.
Peguei minhas coisas no quarto, fiquei com a doze de Jorbson, peguei a metralhadora da Amy e o máximo de munição que conseguia (sempre lembrando de outra coisa que o Dylan ensinou, nunca carregue mais do que você consegue), então eu lembrei da geladeira, ai pensei “Pode ter algo lá que eu possa aproveitar’’, sendo que eu estava enganado.
Fui até a cozinha e fui em direção a geladeira, os corpos de Jorbson e Amy estavam estirados lá, abri a porta da geladeira e me surpreendi.
Eu achei que ia encontrar lá leite, ovos, manteiga e coisa e tal, mas na verdade eu encontrei olhos humanos num pote de geleia, dedos em outro pote, pernas na gaveta, várias costelas humanas com muita pouca carne, e quando abri o congelador, cabeças humanas, tudo estava fedendo, mas as cabeças estavam ainda em perfeito estado (foram preservadas pelo congelamento), então uma cabeça lá me chamou a atenção, então me lembrei que no quarto onde fiquei tinha uma foto do filho deles (bem recente), e olhei para aquela cabeça, e vi que era ele. Fiquei chocado, pensei “Como eles puderam fazer isso com o próprio filho?’’, e sim, eles estavam sobrevivendo a base de carne humana, foi então que tudo começou a fazer sentido, eles me salvaram por um único motivo, me transformar em jantar, que nem fez com aqueles pobres coitados que agora estavam na geladeira (incluindo o filho deles). Sendo que eu não tinha mais tempo de ficar lá indignado com o que via, os zumbis estavam chegando, eu precisava da o fora dali, peguei as chaves do carro deles e sai da casa, o quintal já estava cheio de zumbis.
Resolvi usar o facão nessa hora, já tinha feito barulho demais, o primeiro que se aproximou eu parti o crânio dele ao meio, em seguida cortei a cabeça de outro e depois enfiei o facão no olho dele (se não acertar o cérebro dele, a cabeça continua se mexendo), e fui matando de um em um, eu já era experiente com o facão, antes de conhecer o Dylan eu só usava o facão para me proteger. Até que finalmente cheguei ao carro, minha mão tava tremendo, e os zumbis estavam se aproximando, então guardei o facão e peguei a metralhadora.
Matei todos os zumbis que estavam mais próximos, e quando vi que consegui um bom tempo, abri a porta, então entrei as pressas e fechei a porta com força, meti a chave e liguei o carro, os zumbis estavam todos correndo em minha direção. Pisei fundo e fui passando por cima de todos os zumbis que via, em seguida fiz uma manobra e pisei fundo em direção a estrada.
Eu estava a salvo, e quando aparecia um zumbi eu passava o carro em cima dele. Mas aquela experiência me fez ver do que o ser humano é capaz para salvar o pescoço, eu vi que loucura o ser humano faz para sobreviver, eles chegaram ao ponto de comer a carne do próprio filho, e de outras pessoas que eles foram encontrando, e num momento desses que a gente devia ajudar uns aos outros mais do que nunca. Mas pelo jeito a lei da natureza começou a prevalecer entre os humanos também, os mais fortes sobreviviam, ou matava ou era morto.
Agora cabia a mim esquecer tudo aquilo, tinha ainda uma longa jornada pela frente.

sexta-feira, 9 de março de 2012

A que ponto chegamos?

E mais uma vez irei contar uma história sobre um momento de tensão pelo qual passei uma vez, um momento que me fez refletir: ''Até que ponto a sociedade estar chegando?''. É mais uma vez uma história de uma tentativa de assalto a qual fui vítima.
Uma vez eu estava voltando a pé do cursinho, e como sempre eu estava com os fones de ouvido, ouvindo música pelo celular, uma coisa qual antes eu não costumava fazer muito por medo de ser assaltado, mas depois tinha visto que num tinha muito problema, pelo menos, até esse dia eu achava isso. Então cheguei na avenida que levava a minha casa, avenida essa q meu pai sempre disse pra eu evitar porque era muito perigosa, e realmente era, muitos assaltos já tinham ocorrido lá, mas quem disse que eu ouvia meu pai?
Quando cheguei na avenida, me assustei, vários carros passavam, mas nunca vi as calçadas tão vazias quanto aquele momento (pelo menos não ha aquela hora da tarde), e só em ver aquilo a adrenalina já subiu em meu corpo, tinha que ficar super ligado naquele momento.
Foi então que olhei pra frente e vi dois trombadinhas vindo exatamente em minha direção, e a cara deles não me enganava, eles estavam planejando algo. Então decidi atravessar a rua logo, sendo que os movimentos dos carros estava MUITO grande, ia ser difícil eu conseguir uma oportunidade pra atravessar logo. E eles estavam se aproximando cada vez mais de mim, e ainda com a mesma cara de que estavam planejando algo nada bom, eu precisava atravessar logo, mas os carros não davam oportunidade.
Até que os caras se aproximaram por completo, e um deles falou:
- Ei bicho!
Tentei fazer de conta que não era comigo, mas o outro disse:
- É contigo mesmo!
Nessa hora eu tive que olhar, foi então q vi um deles sacar uma arma e falar:
- Isso é um assalto, pode ir tirando o fone ai e me passando o celular, mp3 ou a porra que for ai!
Nessa hora eu pensei :''fodeu''. Então tirei o fone do ouvido, desconectei do celular e entreguei pro ladrão sem questionar, que também, naquelas horas num adianta você discutir, pode ser pior pra você.
Então achei que apenas entregando meu celular pra ele eu poderia ir pra casa numa boa, quer dizer, era pra ter sido assim, sendo que o que estava com a arma resolveu olhar minha biblioteca musical do celular, e foi ai que a porra ficou séria.
- Velho, olha as músicas dele, esse porra é um rockeiro! - falou o que estava com arma
- Sim, e daí? - respondeu o outro
- E daí? Eu odeio rockeiros, esses filhos da puta se acham os deuses so porque essas músicas barulhentas onde os caras so gritam e ninguém entende porra nenhuma!
- Sim cara, mas já conseguimos o que queríamos pra que mais problema? - falou o outro sacudindo meu celular na cara dele - Agora vamos embora!
- Nada disso, sempre tive vontade de matar um rockeiro emo filho da puta, e essa chance estar na minha frente, não posso desperdiçar!
- Deixe de frescura!
E eles começaram a discutir, mas ainda com a maldita da arma apontada pra mim.
''Caramba, é hoje que eu me encontro com Deus!'' pensei.
Foi então que percebi que ou eu tomava uma atitude, ou eu ia levar bala na testa, foi então que me lembrei da minha última experiência com caras armados, de como eu consegui desarmar o cara, história essa que eu já contei aqui.
Então sai da linha de fogo dele, segurei sua mão, e com uma impressionante facilidade eu tirei a arma da mão do cara, sendo que na hora que tirei a arma da mão dele eu me desajeitei e deixei a arma caindo, quando a arma caiu todos (eu e os ladrões) tivemos a impressão de que ela ia disparar, o que não ocorreu.
Quando vimos a arma no chão, corremos em sua direção, eu não podia deixa-los pegar a arma, porque se eles a recuperassem eu estaria morto, sendo que chegamos na arma ao mesmo tempo, e um dos nossos pés a chutou e ela caiu num bueiro.
Na mesma hora eu corri o maximo que podia, e eles vieram correr atrás de mim, e também várias pessoas que viram a cena toda vieram correndo em direção dos ladrões (provavelmente viram que eles tinham sidos desarmados), foi nesse momento que me senti mais encorajado, eram vários contra apenas 2.
Então peguei a maior pedra que achei no chão e arremessei neles. Foi um arremesso certeiro bem na testa de um deles, que caiu no chão.
No mesmo momento que um deles caiu as pessoas que vinham atrás o imobilizaram e começaram a dar socos e pontapés nele, já o outro ainda vinha em minha direção, foi então que decidi ir pro corpo a corpo. Então fui pra cima, e o enfrentei,segurei suas mãos o impedindo que me agredisse, eles fez força pra se soltar, então dei uma joelhada nos seus testículos e depois um soco na cara dele, soquei-o umas 4 vezes, até achar uma outra pedra maior do que eu tinha arremessado no outro cara, a peguei e bati na cabeça dele, na mesma hora o derrubei no chão, e também na mesma hora as pessoas o imobilizaram.
A polícia chegou minutos depois, levaram os 2 caras presos e interrogou todo mundo presente (incluindo eu, certamente).
Eu disse pra vocês que isso tudo me fez refletir sobre uma coisa, certo? Bom, isso me fez refletir no seguinte: A que ponto chegamos?
O cara quase me matava porque eu gosto de rock, ou seja, hoje em dia as pessoas estão se matando por motivos cada vez mais fúteis, muitos já mataram por causa de dinheiro, de terras, de mulheres/homens, de religião, e agora tem gente matando até mesmo por causa de futebol e música (que são duas coisas que deviam unir as pessoas), e ainda aqueles que matam sem motivo algum.
Se o mundo continuar assim, até que ponto chegaremos?


Brian