quarta-feira, 11 de junho de 2014

Mais um conto de dia dos namorados

Era mais um 12 de junho, mais um dia dos namorados chegava, dia esse em que os casais saiam junto para celebrar o seu amor e para trocar presentes, o que na verdade era só mais uma data comercial e que na prática não faz diferença nenhuma, é só uma desculpa para as pessoas comprarem presentes uma para as outras, o que não vem ao caso.
Nesse dia, mais uma vez, eu estava em casa fazendo absolutamente nada, ainda sofria com a inércia que tava as minhas férias. Mais uma vez eu me encontrava em frente ao meu computador olhando as redes sociais e ouvindo música, e vez ou outra dedilhando algo no violão, ou seja, tudo indicava que seria só mais um dia entendiante, até que meu celular tocou.
- Alô? - atendi
- Brian?
- Fala Joey!
- Como tais?
- Bem e tu?
- Bem, também... - falou Joey - ei velho, tais em casa?
- To sim, por que?
- Posso passar por ai? Queria falar uma coisa contigo em particular....
- Claro, pode vim!
Uns 15 minutos depois Joey chegou na minha casa, desci para falar com ele e logo em seguida subimos para a área da piscina para assim podermos conversar com mais tranquilidade. Chegando lá, nos sentamos e começamos a falar de coisas aleatórias, mantendo um pouco o papo em dia, até que eu falei:
- Bom, você disse que tinha algo pra falar comigo em particular, o que é exatamente?
- Ah, bem lembrado... - falou Joey
- Fale-me, então... - falei
- Primeiramente, você ta lembrado de Joyce, né?
- A menina da tua faculdade que você ficou numa festa?
- Essa mesma!
- Sim, continue...
- Bom, acontece que eu ainda não te contei a história completa sobre ela.
- Conte-me agora, então.
Joey respirou fundo, e falou:
- Cara, digamos que a coisa não ficou só por aquela festa.
- Humm... - falei
- Tipo, o fato é que, desde antes da festa eu sempre a olhei de uma forma diferente...
- Como assim?
- Tipo, diferente das outras meninas que eu normalmente fico, sabe?
- Explique mais!
- Tipo, não é só atração, eu gosto muito de estar com ela, entende?
- Entendo!
- Faz tempo que eu não me sinto dessa forma, pra tu ver, depois que a gente ficou nós praticamente não nos desgrudamos mais, estamos realmente parecendo um casal.
- E vocês ficaram mais alguma vez depois daquela festa?
- Sim, bastante até... - afirmou ele - mas cara, a questão é a seguinte....
Ele ficou uns segundos calados provavelmente escolhendo as palavras certas para me falar.
- A questão é...? - falei
Joey suspirou, e disse:
- To apaixonado!
Eu quase caí de costas quando ele falou isso, ver Joey apaixonado não era uma coisa muito comum, fato que só acontecia praticamente uma vez a cada 10 anos.
- Pera aí, cara... - falei pondo a mão em sua testa - tais bem mesmo? Tais com febre ou coisa assim?
- Sei bem o que você ta pensando agora, vá por mim, foi difícil pra eu acreditar também...
- Quem diria que eu viveria o suficiente para presenciar esse momento histórico?
- Ah, cara, que exagero. - falou ele rindo
- Mas é sério... - falei - tu não foi sempre o cara que nunca se apegava?
- Pois é... - respondeu ele - como você pode ver, pra tudo há uma primeira vez.
- Mas sério, antes dessa, tu já tinha se apaixonado alguma vez?
- Eu estaria mentindo se eu dissesse que não, mas realmente foram poucas vezes e a última faz tempo.
- Quanto tempo mais ou menos?
- Uns 10 anos.
- Nossa... - falei - mas sim, conte-me mais!
- Cara, e que simplesmente, é que quando estou perto dela eu simplesmente me sinto o cara mais feliz do mundo, sabe?
- Sei muito bem como é essa sensação. - falei
- E minha maior vontade é falar tudo isso que eu sinto para ela.
 - Você acha que ela sente o mesmo por você?
- Bom, ao meu ver ela também parece gostar bastante de mim, e eu não sou o único que acha isso, muitos já me falaram, mas ainda assim fico com medo de estar errado.
- Nossa, velho, quem é você e o que fez com Joey?
- Que foi?
- Outra coisa que eu nunca vi é você inseguro em relação a alguma garota.
- Pra você ver o que ela causa em mim.
Eu ri por dentro.
- Mas então... - falei - a mais ou menos quanto tempo vocês estão nisso?
- Quase dois meses. - respondeu ele
- Bastante tempo, até...
- Então você acha que já da pra eu falar pra ela o que eu sinto?
- Cara, só se você estiver se sentindo seguro em relação a isso.
- É que eu to pensando em falar isso para ela hoje.
- Sério?
- Sim, dia dos namorados hoje, teria ocasião melhor?
- Realmente...
- Isso sem falar que daqui a pouco eu vou ver ela.
- Pera, vocês vão sair juntos hoje?
- Sim!
- Realmente, não tem ocasião melhor, isso sem falar que se ela aceitou sair contigo no dia dos namorados nessas circunstâncias todas que você disse deve ser porque ela deve sentir o mesmo por você.
- Foi o que eu pensei!
Pensei por um instante, e disse:
- Vá na fé, velho, fale pra ela hoje.
- Tem certeza?
- Claro, eu que sou eu arriscaria. - falei - isso sem falar que na pior da hipóteses se caso ela diga "não" eu sei que você não vai ficar choramingando por isso, né? Porque pelo amor de Deus, eu nunca te vi choramingar porque uma garota te deu um não e tu não vai começar a fazer isso agora, né?
- Claro que não... - falou ele rindo - mas eu ainda assim ficaria triste.
- Eu imagino!
Ficamos calados por alguns instantes, até Joey falar:
- Vou arriscar então!
- Assim que se fala! - disse eu
- Bom, valeu pelas dicas, velho.
- Fico feliz em ter sido útil.
Ficamos lá em cima conversando por mais alguns minutos, e depois de umas meia hora Joey foi embora pra se encontrar com a garota.
Já de noite, eu estava mais uma vez no meu computador olhando as redes sociais, até que de repente algo me chamou a atenção. Joey tinha mudado o status de relacionamento dele, agora ele estava em um relacionamento sério com Joyce, "Quem diria que Joey finalmente foi fisgado?"pensei na hora. Comentei na publicação desejando felicidades para o novo casal, pouco depois Thiago e Andreza também deram seus votos de felicidades.
Fiquei satisfeito em ver mais uma história de amor de um amigo meu ter dado certo, mas pouco depois eu comecei a lembrar do meu caso que ainda estava muito longe de ser resolvido, pensei nela por alguns instantes e voltei a ter saudades, tava tendo a mesma vontade que Joey tinha tido de falar tudo aquilo que eu sentia, mas meu caso era mais complicado e seria muito precipitado da minha parte.
"É Brian, você consegue ajudar os outros nos casos amorosos deles, mas não consegue se ajudar pra resolver o seu próprio." pensei.


Brian

terça-feira, 10 de junho de 2014

Uma sensação estranha

Finalmente eu estava de férias da faculdade, aquele tinha sido um semestre sofrido, mas felizmente eu consegui sobreviver, e a tendência é que o próximo seja tão puxado quanto, então eu queria aproveitar bem os dois meses de férias que eu teria pela frente.
Bom, mas já se passaram 1 semana desde que entrei de férias e a impressão era de que eu não estava aproveitando porra nenhuma, o tédio tomava conta de mim e até o momento eu não tinha feito nada de demais, e pra piorar, naquele dia eu estava completamente pra baixo. Eu simplesmente não estava muito feliz, então juntava esse sentimento com o tédio mortal que eu me encontrava no momento só piorava tudo.
Eram umas 13:00, e pra variar eu estava sentado na frente do computador fazendo absolutamente nada de interessante, enquanto isso eu escutava minhas playlist de músicas tristes/românticas e pensava naquilo que estava realmente me incomodando, era uma sensação que eu estava tendo já fazia alguns dias, mas naquele estava mais forte, podia ser só o tedio, mas eu sabia que não era só isso, era algo a mais, algo que simplesmente não parava de martelar a minha cabeça, uma sensação que não importava o que eu fizesse, ela simplesmente não iria me deixar em paz.
O que eu mais queria naquele momento era conversar com alguém sobre isso, mas não podia ser qualquer um, tinha que ser alguém de confiança, mas até nisso eu estava frustrado naquele momento. Isso porque todas as pessoas que eu considero de confiança não estavam disponíveis naquela hora, Joey estava viajando, Thiago estava em semana de prova e cheio de coisa para estudar e Andreza estava em aula, isso me deixou mais pra baixo do que eu já estava isso porque o assunto que eu queria falar era algo que apenas um deles três poderiam me auxiliar.
Eu não via outra saída que não fosse realmente continuar lá sentado pensando nisso e ouvindo a minha playlist, então aproveitei pra tentar tocar algumas dessas músicas no violão. E então aquele foi mais um dos meus momentos reflexivos com o meu violão, em que eu tocava e pensava profundamente naquilo que me incomodava. Eu queria por aquilo pra fora de alguma forma, queria falar com alguém sobre isso, essa sensação me matava aos poucos por dentro.
Foi então que me veio em mente falar com Júlia, aliás, eu confio bastante nela e isso sem falar que ela mora no aqui no prédio, o que tornava as coisas muito mais simples. Mas primeiramente eu precisava confirmar se ela estava em casa, então lhe mandei um sms.
“Júlia?”
Esperei por alguns minutos até ela me mandar uma resposta.
“Oi Brian!”
“Oi =)” Mandei de volta
“Tudo bem contigo?” Perguntou ela
“Mais ou menos, e contigo?”
“To bem sim” Disse ela, e logo em seguida mandou:
“Mais ou menos por quê? Aconteceu algo?”
“É só umas coisas que tem me incomodado” Falei
“Algo que você queira falar?”
“Na verdade sim, mas preferiria que fosse pessoalmente, tais em casa?”
“To sim!”
“Muito ocupada?”
“Nem estou, na verdade!”
“Então você pode me encontrar na área da piscina agora?”
“Claro, já estou indo pra lá”
“Beleza então, te encontro lá”
Troquei de roupa rapidamente e fui direto para lá.
Chegando lá ela não demorou muito pra aparecer, ela chegou lá apenas 3 minutos depois de mim, nos cumprimentamos de novo e nos abraçamos, logo após nos sentamos e Júlia disse:
- Bom, pode me falar agora o que aconteceu, o que está se passando contigo?
Respirei e fundo e falei
- Primeiramente, obrigado por vim aqui me escutar.
- Que isso Brian... – falou ela – trabalho nenhum pra mim.
- É que, sabe aquelas horas que você quer conversar sobre uma coisa que não pode ser falada com qualquer um, mas as pessoas as quais você pode falar sobre isso não estão disponíveis?
- Sei mais ou menos... – disse ela – é o seu caso agora?
- Mais ou menos. – disse eu
- E você está com raiva dessas pessoas por isso?
- Não, não, muito longe disso... – falei – eu não os culpo por isso, eu sei que não é culpa deles, eu sou bem compreensivo em relação a isso, eu sei que eles não ficam felizes com isso, e tão pouco vou exigir que eles parem tudo que eles estão fazendo para me dar atenção , só que... sei lá, é frustrante da mesma forma, entende?
- Entendo, mas é isso mesmo que você ta dizendo, você não pode exigir isso deles, e você sabe que se eles pudessem eles iriam te ouvir, e eu sei que a última coisa que você quer é atrapalha-los nas obrigações deles.
- Exatamente! – falei
- Mas, eu sei que você não me chamou aqui para falar só disso, eu sei que tem algo a mais te incomodando.
- Você me conhece bem mesmo, hein?
- 3 anos de convivência já dizem tudo! – falou ela rindo
Eu também ri um pouco.
- Bom, então falarei o real motivo de eu ter te chamado aqui. – disse eu
- Fale-me! – disse Júlia
- É por causa de uma sensação forte que eu estou tendo, já faz alguns dias mas hoje está muito mais forte, e por mais que eu tente ela não para de martelar minha cabeça.
Júlia ouviu atentamente, e depois disse:
- Essa sensação tem nome?
- Tem sim... – disse eu
- E qual é?
Respirei fundo, esperei alguns segundos, e disse:
- Saudade!
- Own... – disse ela me abraçando – essa saudade é de alguém em específico?
Respirei fundo, e falei:
- Bem, acho que ta na hora de te falar uma coisa a qual eu contei para poucos, e como eu sei que posso confiar em você eu também lhe contarei.
- Estou ouvindo.
- Bom, sabe aquela vez que você me perguntou se eu estava interessado em alguém?
- Sim...
- Eu menti dizendo que não.
Júlia pareceu surpresa na hora, e disse:
- Seu mentiroso maldito... – disse ela rindo – agora você vai me contar tudo sobre essa pessoa!
- Claro, claro... – disse eu – sente-se, porque a história é longa.
E assim passei um com tempo com Júlia contato todos os detalhes daquela história e da pessoa em questão...



Brian