domingo, 24 de julho de 2011

Uma outra conversa com a minha consciência

Mais uma vez meu dia não tinha sido dos melhores, alias, podemos dizer que aquele dia foi um dos piores, e logo um dia que podia ter sido bom. Inicialmente eu tinha falhado feio num teste que eu poderia muito bem ter me dado bem, no recreio eu briguei feio com um otario la da sala (ele bem que mereceu o que levou, falar da familia dos outros é facil, mas quando falam da dele ai ele fica puto), acabei com uma advertência na coordenação, cheguei em casa e tive que da as duas más noticias. Meu pai ficou puto comigo, e depois que descobri sobre um pagamento que eu não tinha entregado a ele, e que tinha passado do prazo, ai fodeu tudo, fiquei de castigo por 1 mês, sem internet, e quando sai da mesa puto da vida eu derrubei o prato que eu estava usando (que além de quebrar sujou o chão com o resto de comida que tinha nele), minha mãe me obrigou a limpar aquilo, e eu já estava bastante estressado naquele momento, e então meu pai disse que assim que ele voltasse do trabalho eu ia ter aula de física com ele (que normalmente era estressante tanto pra mim quanto pra ele). E então me perguntei, meu dia podia ta pior?  A resposta era, sim.
Quando eu estava tentando refazer a minha prova o telefone toca, so tinha eu em casa naquele momento, meu pai e minha mãe tinham ido trabalhar e minha irmã tinha coisas da faculdade pra fazer na casa de alguem, fui atender, e era Júlia, eu no inicio achei que meu dia iria melhorar, mas me enganei. Ela me ligou para reclamar que eu tinha esquecido do aniversario dela no dia anterior, fiquei mais puto comigo mesmo do que já tava, e eu tinha prometido pra ela que faria aquele dia o melhor dia da vida dela.
''Brian, seu idiota'' fiquei pensando enquanto Júlia estava me dando bronca pelo telefone, e enquanto ela ficou falando eu fui pensando numa boa resposta para da, e quando finalmente tive a oportunidade eu acabei falando merda.
''A gente começou a namorar a pouco tempo e você já ta me cobrando isso?'' falei, então fodeu tudo, ela falou que já tinha falado a data de aniversario dela mil vezes antes da gente começar a namorar e que tava até  na página do orkut dela, então antes que eu pudesse falar algo ela falou que já que eu tinha dito aquilo eu não poderia cobrar mais nada dela e desligou na minha cara.
Quando ela desligou a única coisa que fiquei pensando foi ''Puta que pariu Brian, que mancada''. E realmente o dia tava uma bosta, então comecei a pensar em todas as merdas que tinha acontecido naquele dia, e comecei a ficar muito triste, estava bem próximo de chorar, já estavam se formando lágrimas nos meus olhos, eu fiquei pensando ''Caralho velho, eu sou um inútil, porque raios eu existo? Eu so fiz merda nessa vida''. Fiquei lembrando das merdas que tinha feito naquele dia e nas outras diversas merdas que tinha feito no passado (passados não muito distantes) e confesso, naquele exato momento eu estava pensando em me matar.
Fui até a cozinha, e peguei a faca mais afiada que havia (uma daquelas que a gente ver bastante em filme de terror), e a coloquei na mesa, e fiquei ainda na dúvida se eu realmente me matava, de vez em quando eu colocava a mão no cabo da faca ja prestes a fazer, mas depois recuava, foi então que minha consciência voltou a falar comigo, sendo que desta vez ela não falava dentro da minha cabeça, era como ela tivesse saído da minha mente para falar comigo naquela hora.
- Nada do que você falar vai me impedir de fazer isso! - falei
- Mas eu não preciso falar nada, eu sei muito bem que você não quer fazer isso. - falou minha consciência andando atras de mim
- Está enganado - e então minha consciência riu
- Juro que ainda não acredito, que mesmo depois de tudo você ainda tem a ousadia de duvidar de mim.
- Se você sabe de tudo que passa pela minha cabeça, então sabe muito bem o porque que estou fazendo isso!
- E eu realmente sei, e por isso eu sei que você não quer fazer isso.
- Não duvide de mim nessas horas.
- Eu não preciso duvidar. - falou minha consciência - eu não duvido que você realmente não quer fazer isso.
- Você viu como foi meu dia hoje, a única coisa que fiz foi merda, isso sem falar nas várias outras merdas q fiz no passado
- Cara, merda todo mundo faz.
- Mas não tanto quanto eu.
- Ta bom então! - falou ele (que ainda usava a minha aparência) - manda ver.
E na hora eu fiquei meio tipo ''hã?''
- Se você realmente quer fazer isso, então faça logo - disse ele - se mata.
Eu achei estranho, nunca esperei uma atitude dessas da minha própria consciência.
- Manda ver, se mata, e prove pra sociedade que você é um fraco! - falou ele
E eu voltei a por a mão no cabo da faca.
- Se você fizer isso a única coisa que você irá conseguir é provar que é um fraco, fraco porque não conseguiu  suportar as dificuldades que a vida te trouxe, e olhe que você so tem 16 anos, se você não consegue suportar as dificuldades agora então você também não conseguirá no futuro, então a melhor coisa que você pode fazer é se matar mesmo.
E isso me fez refletir um pouco.
- Isso sem falar que com isso, você até pode conseguir paz pra você, mas assim você também irá foder a vida de todo mundo que se importa contigo!
- Me fale exemplos! - falei
- Já que pediu. - falou ele - começando com seus pais, você sabe muito bem que não a nada pior para um pai ou uma mãe do que ver o filho morrer antes deles.
E ele tinha razão.
- Eles ficaram super tristes com isso, seu pai pode ter tendências a ser alcoolista com isso, porque nessas horas pra muitos a melhor solução é beber para afogar as magoas, o que consequentemente causará brigas entre eles por isso, mas do que eles já brigam hoje, e isso poderá causar a separação deles, e a partir daí quem sofrerá é sua irmã, sofrerá tanto que terá tendência suicida.
- Isso tudo so porque eu morri? - perguntei, ainda segurando o cabo da faca.
- Pra você ver!
- Conte-me mais!
- A Júlia, mesmo depois dessa briga que vocês tiveram ela ainda te ama, aliás, essa so foi a primeira briga que vocês tiveram estou certo?
- Sim.
- Então, se todos os relacionamentos terminassem na primeira briga ninguém mais se casaria! - falou ele - e se você se matasse tu faria que ela se sentisse culpada, e ela ficaria com tendências suicida também.
Tudo aquilo que ele falava fazia sentido.
- Seus amigos também ficariam arrasados, Thiago poderia abaixar suas notas so pela tristeza de ter perdido seu melhor amigo, a mesma coisa posso falar de Joey, e além do mais, foi você que uniu eles dois, você lembra que antes Thiago não gostava de Joey, você que fez ele o conhecer melhor, com a sua morte poderia acontecer deles se afastarem.
Eu estava ficando convencido.
- E muitos iriam pensar que você se matou para todos sentirem pena de tu, e eu sei que sua intenção não essa, mas eles pensaram isso, e ai, onde estará sua dignidade? - E então eu pousei a faca na mesa - Tenho certeza que você não ficaria em paz se matando vendo as consequências que sua morte causou.
E então larguei o cabo da faca.
- Eu sabia que você iria desistir dessa ideia maluca, porque eu sei que você não é fraco, você quer provar pro mundo que você é capaz, você quer fazer tudo direito, e quando tudo der certo, você quer esfregar isso na cara daqueles todos que duvidaram de você.
E de novo ele estava falando a verdade.
- Você não é fraco, e você quer provar isso pro mundo.
E então eu olhei pra ele e sorri, ele não retribuiu, mas eu já esperava isso.
- Bom, meu trabalho por aqui terminou, o seu está apenas começando. - e então ele sumiu.
E depois daquele momento de reflexão comigo mesmo, a primeira coisa que decidi fazer, era ligar pra Júlia para me desculpar (E depois eu voltaria a estudar). Peguei o telefone, liguei pra casa dela, e rapidamente ela atendeu, era como se ela estivesse esperando que eu ligasse.
- Júlia? Olha, eu quero me desculpar por ter esquecido do seu aniversário e também me desculpar pela merda que acabei te falando, realmente eu tinha obrigação de ter lembrando, mas você sabe como é minha cabeça. - fiz uma pausa e falei - Então, estamos numa boa?
Ela confirmou dizendo que me perdoava, aquilo fez eu me sentir ótimo.
- Então, o que posso fazer para compensar essa merda que eu fiz?


Brian

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Assombrações

Eu finalmente estava de férias, então eu finalmente podia ficar acordado até tarde, nos dias de férias eu sempre ia dormir umas 3 da manhã e acordava umas 10, eu queria mais era aproveitar o 1 mês de férias. Num desses dias eu exagerei e fui dormir quase 4 da manhã, ao ver a hora eu vi que estava tarde pra caramba e então fui dormir, tinha perdido muito tempo lendo contos de terror na internet, e vou confessar, muitos deles me assustaram pra caramba (e olha que eu não me assusto nem com filme ou livro de terror).
Então desliguei tudo na casa e fui para o meu quarto, antes de fechar a porta do quarto eu olhei a sala escura, e cara, aquilo me deu arrepios, na hora pensei ''ainda bem que meu banheiro é no quarto, porque eu num ia andar ate o banheiro numa escuridão dessas nem fodendo''. Então fechei a porta do quarto, fui para o banheiro escovar os dentes e tirei água dos joelhos após isso, depois fui desligar a luz do quarto, e assim que desliguei a luz, fui correndo para a minha cama como se minha vida dependesse disso (aposto que muitos de vocês já devem ter feito isso) me enfiei debaixo das cobertas e então fechei os olhos na tentativa de dormir.
O problema era que eu não estava com um pingo de sono, então comecei a me remexer de um canto para o outro mas de nada adiantava, e eu queria dormir logo, não estava nem um pouco afim de ver o sol nascer. Passaram-se mais alguns minutos e nada do sono vim, ja estava ficando desesperado, até que do nada eu ouvi um barulho vindo da sala, me pareceu o som de algo caindo, me deu um arrepio na hora, fiquei me perguntando ''que porra foi essa?'', mas claro que eu não ia me levantar para ver o que era, então ouvi o vento batendo na janela, de novo me assustei, me virei de novo na cama, até que começou a chover, nada demais nesse caso, voltei a tentar a dormir, e ainda o sono não vinha, e eu voltei a ficar desesperado.
Então ouvi mais um barulho estranho, desta vez era o encamento, me arrepiei de novo, parecia que naquele momento estava tudo querendo me assustar, me enfiei ainda mais nas cobertas (engraçado, parece que nesses momentos o cobertor é o local mais seguro para se estar) a partir daquele momento eu já não conseguia dormir mais, olhava para a janela, olhava para a porta, olhava para o banheiro com muito medo, na hora eu pensei: ''Algum espirito deve ta de sacanagem comigo!''
Ai ouvi o barulho de algo caindo de novo, desta vez vinha do teto, ''algo caiu do andar de cima'' pensei, depois olhei de novo para a janela e via a chuva cair fortemente, até que começou a cair os relampagos, os trovões então, um mais alto que o outro. ''Ainda bem que ta tudo desligado já'' pensei, até que caiu um relampago dos fortes bem perto da minha janela e com um trovão mais forte ainda, então na hora eu pensei ''Fodeu de vez agora''. Eu estava completamente arrepiado, o sono não vinha de jeito nenhum, e mais uma vez ouvi o encanamento.
''Porra, o cara do 16º deve dormir mais tarde que eu'' pensei. Até que a porta do meu banheiro rangeu, por pouco eu não dava um grito na hora, estava muito assustado na hora, e logo em seguida veio o barulho do vento batendo na janela. ''Porra, o que eu fiz pra estar passando por isso?'' pensei, de arrepios passou para tremedeira, minha perna esquerda estava tremendo muito, a porta do banheiro rangiu de novo, e a tremedeira aumentou, minha perna direita também começou a tremer, os pêlos do meu braço estavam completamente arrepiados, e depois que ouvi o grito de uma mulher la fora, não vi outra saída que não fosse rezar (e olha que eu nunca fui do tipo religioso) comecei a rezar o pai-nosso, a chuva caia, quando terminei a oração eu ouvi a porta do quarto abri, cai da cama na hora. ''Danou-se de vez agora'' pensei, me levantei e fui ligar a luz, vi que a porta estava mal fechada, então a fechei direito, desliguei a luz e de novo corri para a cama e me enfiei debaixo das cobertas, o medo chegou num nivel extremo, peguei o travesseiro e o pressionei contra minha cara (de novo na tentativa de dormir).
Então comecei a pensar na Júlia, na minha linda Júlia, a gente tinha feito 1 mês de namoro recentemente, eu a tinha levado no cinema naquele dia e formos jantar num rodizio de massas, dei de presente para ela um lindo sapato e ela me deu um DVD que eu tanto queria. Comecei a pensar nesse dia, comecei a pensar nos nossos momentos juntos, e principalmente naquela festa de São João em que começamos a namorar, depois que comecei a pensar em tudo isso, o medo diminuiu, o barulhos que me assustavam nem me incomodavam mais, tirei o travesseiro da cara e pus a cabeça em cima dele de novo. Continuei a pensar nos nossos momentos, nos nossos melhores momentos, comecei a relaxar, relaxei, relaxei, até finalmente pegar no sono, e tudo aquilo que me assustava ficou insignificante, peguei em sono profundo, e no dia seguinte acordei quase as 10 de novo, feliz da vida.

Brian