quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Em uma festa qualquer, num sábado qualquer, numa situação qualquer

Aquele seria um sábado um tanto que interessante, e por que eu digo isso? Simples, porque naquele dia iria ser a festa do pessoal da faculdade de comemoração pelo tão esperado fim de período, esse que na minha opinião, foi uma dos mais difíceis de todos os meus dois anos e meio de faculdade.
Eu estava bastante animado para essa festa, que é engraçado pensar por esse lado, isso porque até um tempo atrás não era muito chegado nesses tipos de festas, mas sei lá, desde comecei na faculdade tenho curtido mais esse tipo de programa, principalmente quando estou com os meus amigos. Mas enfim, não é isso que vem ao caso.
O evento seria naquela noite no salão de festa do prédio de Lucas, e para participar cada um tinha que dar uma contribuição de 20 reais, o que eu já tinha feito antecipadamente (ainda tinha filho da puta que ia pra festa e não tinha pago ainda rs). Mas na verdade o que mais me interessava nessa festa não era ela propriamente dita, e sim, uma pessoa que eu tinha chamado que não era lá da sala, mas que para mim, a presença dela seria essencial.
Sim, eu tinha chamado Simone para a festa, e até a última vez que tinha checado, ela tinha confirmado presença. Dessa vez eu estava meio que decidido que finalmente tentaria algo, meus sentimentos por ela estavam mais fortes há um bom tempo, e estava ficando cada vez mais difícil esconder isso, a prova disso era nas vezes em que ia falar com ela e ficava completamente sem graça e procurando algo que dizer, o que deixava a situação um pouco constrangedora. Isso sem falar que eu já estava enrolando com aquilo há um bom tempo, e já era mais que a hora de dar um desfecho para essa história, fosse ele bom ou ruim.
Enfim, eram uma da tarde ainda, tinha acabado de almoçar e estava em um tédio extremo, como não naquele momento eu não fazia mais nada de útil, fui dar um cochilo. Acordei com o som do celular apitando, alguém tinha me mandado várias mensagens seguidas, chequei a hora, eram quase duas da tarde. Quando fui olhar, todas as mensagens eram de Simone.
Eu que ainda estava um pouco sonolento quando me acordei, após ver que as mensagens eram todas delas em um instante me acordei por completo.
Simone sempre teve uma mania de mandar as mensagens todas meio que "picotadas', ou seja, o monte de coisa que ela me mandou era tudo para dizer uma única coisa, que irei aqui resumir para vocês para não ficar cansativo nem para mim e nem para vocês.
"Ei Brian, tudo certo para hoje? Você vai mesmo, né? Vais como? Posso ir com você? Que eu não conheço o local e não faço ideia de como chegar lá."
Então rapidamente respondi:
"Oi Simone, sim, tudo certo, eu vou de "busão" daqui de casa, mas quer que eu te encontre em algum canto para a gente poder ir juntos?"
Após alguns minutos, ela respondeu:
"Sim, pode ser =)"
Claro, nesse momento uma chama de alegria se acendeu em mim.
"Beleza =)" respondi.
E depois falei:
"Aonde e de que horas?"
Ela ficou alguns minutos pensando, e eu fiquei na expectativa com o celular na mão. Após uns cinco minutos, Simone respondeu:
"Pode ser as três e meia lá na cidade?"
Antes de responder, olhei a hora, eram duas e quinze da tarde, ou seja, teria que me arrumar daqui a pouco se fosse o caso, mas eu não estava fazendo nada em casa mesmo, então concordei sem questionar.
"Fechou então!" Falei.
"Bom, pela hora já é bom eu começar a me arrumar aqui..." falou ela "até daqui a pouco =)"
"Até!" respondi
Eu ainda tinha um tempo de sobra até o horário combinado com Simone, normalmente me arrumo rápido, então não havia necessidade de fazer isso naquela hora, então até que desse a hora fiquei fazendo minhas coisas no computador. Quando me sentei, Riddle no mesmo momento pulou no meu colo (folgado, para variar rs), dessa vez pelo menos ele ficou quieto, e não me pentelhando como normalmente faz.
Quando deu duas e meia, tirei Riddle do meu colo (e claro, ele não gostou nem um pouco disso) e fui tomar banho. Em menos de quinze minutos eu já estava pronto, e logo após isso mandei uma mensagem para Simone lhe avisando disso. Ela respondeu dizendo que já estava saindo de casa e eu respondi da mesma forma. Me despedi do Riddle, me despedi da minha mãe e da minha irmã, e assim fui a caminho da cidade.
Tínhamos combinado de nos encontrar no shopping do centro da cidade, onde eu cheguei após mais ou menos vinte minutos de percurso, cheguei lá, Simone não tinha chegado ainda, liguei para perguntar se ela estava perto e assim ela confirmou, dizendo que chegava em mais ou menos dez minutos, sendo assim, me sentei no primeiro banco que achei e esperei.
E definitivamente, foram dez minutos o que eu tive que esperar para Simone chegar. E mais uma vez, vou falar que no momento em que ela apareceu por entre as pessoas presentes, ela estava mais linda que o normal (já ta chato me ver falando esse tipo de coisa, mas juro que não estou mentindo rs).
Por alguns instantes eu fiquei tipo aqueles garotos babões que parecem que nunca viram uma mulher na vida, o que normalmente é comum esse tipo de reação vindo de um homem, mas enfim. Quando nos aproximamos o suficiente, nos cumprimentamos e nos abraçamos, e no nosso abraço pude sentir o perfume dele, era um dos cheiros mais doces que já tinha sentido na vida, assim como o seu cabelo, que também cheirava muito bem, meu coração simplesmente palpitava naquela hora.
Depois de falar algumas coisas um para o outro que no momento não tem importância nenhuma, e após isso perguntei:
- Bom, e agora?
Então Simone respondeu:
- A festa começa de que horas mesmo?
- Seis e pouca se não me engano.
- Ah, está cedo ainda, então. - falou ela, que depois sugeriu - vamos fazer algo por aqui enquanto isso para passar o tempo?
Claro, nem pensei duas vezes quando disse:
- Com certeza!
- Mas... o que faremos? - perguntou ela
E aquela era uma boa pergunta.
- Rapaz... - falei em um tom de indecisão - podemos... sei lá, dá uma volta por aqui mesmo, o que acha?
- Acho válido. - disse ela sem pensar duas vezes.
E assim fomos dar uma volta pelo shopping, a gente já tinha se encontrado ali várias vezes em diversas situações, mas ainda assim conseguíamos nos divertir de alguma forma. Sei lá, vai parecer clichê eu falando isso, mas, com Simone praticamente tudo valia a pena, até as coisas mais chatas ficavam divertidas.
O mais engraçado era que, nas horas em que nos sentávamos em algum canto, tinha momentos em que eu me pegava praticamente encarando a beleza dela de uma forma completamente descarada, e acho que Simone percebia um pouco isso, porque sempre ficava um pouco sem graça.
- Que foi? - perguntava ela sem graça
Era quando eu voltava para meu estado de espírito normal, e respondia:
- Errr... Nada não...
Ela parecia nunca engolir a resposta, mas normalmente não falava nada.
Houve um momento em que nos sentamos para comer algo, e foi ai que percebi uma coisa estranha, mas que também me deu um pouco de esperanças. Uma hora, depois que paramos para rir de uma história que a Simone contou, ficamos alguns segundos em silêncio meio que só encarando um ao outro, foi estranho, mas foi satisfatório também, tipo, sei lá, por aqueles instantes via-se nela algum interesse maior em mim (ou talvez isso era apenas minha cabeça inventando coisa), mas de uma forma ou de outra, ela olhava profundamente para mim e sorria, e que belo sorriso era aquele.
- Ei Simone...
- Oi? - falou ela
- É que... - eu estava realmente com vergonha de falar aquilo que estava prestes a falar.
Ela ficou prestando atenção, apenas aguardando que eu dissesse algo.
- É que... - continuei ainda pensando se aquilo era uma boa ideia.
"APENAS FALE, SEU MERDA!" pensei na hora
- Você está muito bonita hoje. - falei
"SÉRIO? ESSA FRESCURA TODA PARA FALAR ISSO?" Pensei novamente.
- Ah... Obrigada. - respondeu ela sorridente, mas um pouco sem graça.
O clima ficou um pouco constrangedor por um instantes, isso até Simone puxar um assunto completamente diferente daquilo. Admito que aquilo não me deixou nem um pouco otimista.
Após finamente terminarmos de comer, checamos a hora, e eram quase cinco da tarde, ou seja, já era a hora de seguimos o caminho até a festa.
- Vamos agora? - perguntei para Simone.
- Vamos! - respondeu ela positivamente.
Fomos para a parada, e assim que chegamos lá, o nosso ônibus já tinha chegado.
Durante a meia hora de percurso até o prédio de Lucas, continuamos jogando conversa fora, e enquanto isso eu ainda reparava esses "olhares" da Simone, hora achava que isso era só minha cabeça inventando coisa onde não tem, e hora achava que aquilo fazia sentido, e isso ficou mais forte principalmente em um momento em que ela deitou sua cabeça em meu ombro e me abraçou.
"Porra, não é possível que isso é só coisa da minha cabeça?" Pensei
E ela meio que ficou assim por todo o caminho, e via-se em seu olhar que ela estava alegre naquele momento, isso sem falar que vez ou outra ela me apertava mais no abraço, e eu, certamente, correspondia.
Quando finalmente chegamos no prédio de Lucas, além dele, já havia pelo menos mais uma cinco pessoas lá ajudando a arrumar as coisas, tudo ainda estava nos preparativos, então eu e Simone nos oferecemos para ajudar também.
Depois de quinze minutos, praticamente tudo estava pronto, faltando apenas alguns mínimos detalhes, mas que era besteira. Aos poucos as pessoas começaram a chegar, Rafa e Paulo foram os primeiros a aparecer, pouco tempo depois, chegaram Laila e Rose, amigas de Simone, alguns minutos depois, foi a vez de Caio e Joey darem o ar de suas graças no local, enfim, não irei me estender falando o nome de todos que estavam lá.
A festa começou com Lucas pegando o seu violão e tocando as músicas que a galera pedia, e eu, certamente, algumas vezes pedi pra tocar algumas coisas eu mesmo também. Outras coisas foram ocorrendo também, quando colocaram a música no som, alguns se arriscaram a dançar, Simone até tentou me puxar para a pista em um momento, mas eu resisti, porque se tem algo que sou horrível é dançar.
E claro, muitos começaram a se encher de cana, o que já era normal.
Ao contrário da maioria das vezes, até cheguei a provar umas duas ou três doses de martíni, mas fiquei por isso mesmo, aquele negócio era ruim pra cacete. Simone que sempre foi de beber, tomou umas doses a mais, e não apenas de martíni.
Simone sempre entrava nessas brincadeiras de festa que envolvem bebida, e dessa vez não foi diferente. Eu preferi ficar de fora, então enquanto ela e o resto do pessoal que estavam na brincadeira se divertiam, fui circular, fazer outras coisas e falar com outras pessoas e claro, aproveitei para encher o bucho (tinha comida pra caramba lá).
Houve um momento da festa que eu precisei parar pra pensar no meu "plano" de tentar algo com Simone, certamente, ainda estava bastante inseguro em relação a isso (surpresa seria se não estivesse, mas enfim). Até pensei em conversar com Joey sobre isso, mas ele já tinha tomado tanta cana que já não estava mais batendo bem das ideias, então eu teria que pensar aquilo por mim mesmo de qualquer forma.
Me afastei um pouco do pessoal e me sentei numa cadeira vazia que tinha num canto distante do salão, e lá tentei pensar no que fazer. Pensei, pensei, pensei, mas nada vinha em mente.
"Não me lembro de ter sido tão complicado assim nas últimas vezes." Pensei
Até que tinham se passado dez minutos e eu ainda estava na mesma, foi quando decidi voltar a interagir com o pessoal, provavelmente já tinham se dado pela minha falta. Foi quando que no caminho de volta até o pessoal, presenciei uma cena que acabou me desanimando bastante.
Vi Simone e um outro cara, que eu conhecia apenas de vista e não sabia nem sequer o nome, conversando um pouco mais afastado do resto do pessoal, os dois pareciam estar se divertindo bastante com seja lá o que estavam falando, e nos olhos do cidadão, via-se as suas "segundas intenções". E pelo que eu via, o perfil do cara era daqueles que sabiam como "lidar com as garotas", perfil esse que nunca tive.
- Brian? - chamou alguém, alguém esse que percebi depois que era Lucas.
- Oi? - respondi um pouco confuso.
- Ta tudo bem? Desse uma sumida.
- Ah, só fui tomar um ar, nada demais.
Ele me deu aquele olhar de que eu estava escondendo algo, mas provavelmente relevou.
- Ok então... - aceitou ele - bom, se junta a gente aqui então.
Falou ele apontando para a mesa em que o pessoal estava jogando conversa fora e enchendo a cara.
- Tá bom... - falei meio com receio e ainda olhando para o que Simone e o outro cidadão faziam.
Fiquei lá conversando com os caras, mas era basicamente "um olho na missa e o outro no padre", havia momentos que eu não prestava atenção no que era dito na conversa apenas para ver o que Simone fazia com aquele cara, era auto-tortura isso, eu sei, mas é nessas horas que me pergunto se sou masoquista.
Alguns que ainda estavam sóbrios na hora percebiam os momentos em que eu ficava "avoado" e me chamavam a atenção, e eu, claro, mentia que não era nada, o único dali que sacaria que o "problema" era Simone, era Joey, mas ele estava bêbado demais para se dar conta disso.
Houve momentos em que vi o cara alisando o cabelo de Simone, e ela sorrindo para ele enquanto isso, e para piorar, alguns minutos depois os dois se levantaram e foram para um local mais distante de todos os presentes (o local onde eu fiquei sozinho por um momento, para ser mais exato), nesse momento, eu meio que estava aceitando a minha derrota.
Isso me deixou bastante cabisbaixo, chega minha animação com a festa foi um pouco embora, e isso era perceptível em mim, tentava na hora não pensar no que possivelmente os dois estariam fazendo sozinhos ali, aliás, me doía pensar nisso. Depois disso, houve um momento em que me afastei do pessoal de novo, quando me perguntaram aonde eu ia, dei a desculpa de que iria pegar um ar.
Precisava de um tempo sozinho para tentar processar aquilo tudo, pior que eu não tinha certeza de nada, estava apenas na suposição, mas sei lá, tudo parecia muito óbvio para mim.
Aquilo me deixou abatido, mas depois de refletir um pouco tomei a decisão de deixar aquilo para lá e ir me divertir um pouco, aliás, foi para isso que eu tinha ido pra lá. Então voltei para a mesa com o pessoal, e para ajudar a deixar aquilo para lá me arrisquei em mais duas doses de martiní (nada que fosse o suficiente pra me deixar alterado).
E assim a noite seguiu, por alguns momentos consegui não ficar pensando muito nisso, consegui me divertir com o pessoal apesar de tudo, mas claro, não deixava de reparar o fato que Simone ainda estava com o cara fazia uns 15 minutos, mas tentava ignorar isso.
Conversa vai, conversa vem, até que após 20 minutos vi Simone voltando daquele local, sendo que sozinha, não me perguntei o porquê disso e também pouco me importava. Eu continuava no mesmo canto que tava enquanto ela foi falar com um amigo da sala dela.
Após alguns minutos, mais uma vez me levantei para pegar um ar, mas não fui muito longe, só fui até a janela que tinha logo ali. Claro, foi quando eu voltei a pensar naquela merda toda, não tinha jeito, uma hora ou outra aquilo sempre voltava, consequentemente, fiquei cabisbaixo novamente, me vinha aquele velho sentimento de arrependimento por não ter feito nada em relação ao meu sentimento por Simone logo, e claro, me sentia um tolo, e pra variar, vinha aquele velho pensamento de que nada dava certo para mim no fim das contas.
- Ei Brian! - ouvi uma voz feminina me chamando, e essa voz era da Simone.
- Ah, oi Simone... - falei surpreso
- O que tá fazendo aqui sozinho?
- Ah, só pegando um ar. - parecia que eu iria dar aquela desculpa mais umas mil vezes naquele dia.
- Hum, entendi... - disse ela, mas alguns segundos depois, Simone percebeu meu baixo-astral. - aconteceu algo?
- Hã? Bem... é... não, aconteceu nada, ta tudo bem... - respondi meio sem graça
- É que você parece um pouco abatido.
- Ah, bem... é só impressão mesmo. - respondi sem muita firmeza.
- Está bem então. - aceitou ela
Ficamos alguns segundos calados, até ela falar:
- Vamos lá nos juntar ao povo.
- Err... vamos. - respondi
Quando íamos em direção do resto do pessoal, avistei aquele cidadão que estava com sozinho com Simone, tentei me segurar, mas não consegui e acabei perguntando pra Simone.
- Ei Simone!
- Diga!
Hesitei por um momento, mas falei:
- Eu vi aquele cara ali contigo por um momento, quem é ele?
Ela estranhou a pergunta, mas respondeu:
- O nome dele é Ivan, era só um cara qualquer que tentou ficar comigo, mas eu não quis.
- Ah, entendi. - falei isso com uma expressão normal no rosto, mas dentro de mim eu estava praticamente soltando rojão e dançando de alegria, ouvir aquilo da boca dela foi um alívio.
- Por que a pergunta? - perguntou ela
- Ah, nada não, só curiosidade mesmo.
- Ah, ok. - ela pareceu aceitar a resposta sem muitos questionamentos.
Podemos dizer que foi a partir daí que as coisas começaram a dar certo.
Daquele momento em diante, a gente não saiu mais de perto um do outro, o que já era bom, e eu percebia que sempre que ela ia pra algum local, ela me puxava pra ir junto com ela, o que já era um bom sinal também.
Engraçado é que pouco tempo atrás eu tava tendo todos os tipos de pensamentos negativos possíveis, e depois parece que a esperança tinha voltado, típico de mim isso rs. Porque, infelizmente, se tem um tipo de pensamento que ainda me atormenta muito é de que Simone consegue arrumar "coisa melhor que eu", é o tipo de pensamento que luto muito para deixar de ter, mas ainda não conseguia, e a prova disso foi quando o cidadão lá estava falando com Simone, que na hora eu o classifiquei no perfil de garoto que com certeza Simone ficaria, algo muito aquém do que sou. Mas enfim, no momento aquilo tudo não importava mais.
Enquanto estávamos juntos, aqueles momentos de "clima" voltaram a acontecer, quando ou eu ou ela ficávamos encarando um ao outro meio que por razão nenhuma, tanto aconteceu de eu ficar olhando para ela com cara de idiota, quanto ela fazer o mesmo comigo.
Outro sinal foi quando ela ficou mais carinhosa comigo, começou a ficar abraçada comigo, a deitar a cabeça no meu ombro, a me dar beijos periodicamente... Velho, simplesmente, aquilo não podia ser apenas coisa da minha cabeça, se não era um sentimento a mais dela por mim eu provavelmente estava ficando maluco. Claro, da mesma forma eu retribuía o carinho dela, e cada vez mais meu coração palpitava.
Eram quase meia-noite. quando a galera decidiu brincar de "verdade ou consequência", eu e Simone ficamos de fora, experiências passadas já me provaram que fazer aquela brincadeira com pessoas bêbadas não dava nem um pouco certo, e após a mesma começar, os acontecimentos só fortaleceram meu argumento. Para ser direto para contar as coisas que vi, digamos que chegou em momentos que a coisa "esquentou" um pouco, suponham o que quiser, não darei mais detalhes.
Enquanto a baixaria rolava entre eles, chegou um momento que eu e Simone decidimos nos afastar um pouco dali, na verdade, fui eu que dei a inciativa para a gente sair dali.
- Ei Simone, vou ali pegar um ar, queres vir comigo?
Depois parei pra perceber que tinha usado a desculpa de "pegar ar" mais uma vez, e que isso já estava começando a ficar estranho.
- Ok, vamos. - disse ela sem hesitar.
E assim fomos para lá "pegar um ar". Outro bom sinal durante isso, foi o fato que quando nos levantamos e nos direcionamos para o local, ela segurou minha mão, acho que posso dizer que a partir daquele momento já parecíamos um casal.
Finalmente estávamos a sós, o que já seria o momento perfeito para começar a agir, mas ao contrário do que achava, não seria necessário um plano "mirabolante", tudo meio que começou a acontecer naturalmente.
Foi aí que não me restaram mais dúvidas em relação aos sentimentos dela por mim. Quando chegamos ali, a primeira coisa que fizemos foi ficar na janela olhando para lugar nenhum, isso sem ninguém falar nada e ainda de mãos dadas.
Não demorou muito para ela me abraçar, e eu retribuir o abraço, pouco depois nos sentamos e começamos a fazer um cafuné um no outro, isso ainda sem falar nada, isso porque provavelmente não era necessário palavras, estava tudo muito claro que nem eu próprio com as minhas paranoias estava questionando.
Simone deitou a cabeça em meu ombro e começou a beijar meu pescoço, e a cada vez que ela fazia isso me dava um arrepio, e pouco depois ela olhou para mim e disse:
- Alguém já disse que você é lindo, Brian?
Dei uma risadinha, e respondi:
- Com certeza isso é o etílico falando por você.
Ela também riu, e disse:
- Não, não é... - disse ela após beijar meu rosto - juro que não é.
Fiquei sem palavras naquele momento, aquilo meio que confirmava tudo que eu estava pensando. O que acontece a seguir é aquela velha coisa clichê de sempre, aos poucos nossas cabeças foram se aproximando, o clima foi subindo, até que finalmente, nos beijamos.
Ah, como esperava esse momento, e ele finalmente estava acontecendo, parecia que as coisas finalmente dariam certo para mim.
Quando paramos de nos beijar, demos um abraço apertado um no outro, e depois de mais alguns segundos, eu falei:
- Acho que nenhum de nós dois precisamos falar mais nada, né?
- Exato! - respondeu ela
- Está tudo muito óbvio, né?
- Sim!
Depois dessas poucas palavras, a gente continuou curtindo aquele momento, apenas nós dois, era como se tivesse apenas eu e ela naquele salão, porque era apenas isso que importava. A partir dali, já eramos definitivamente um casal, e claro, não demorou muito pro resto do pessoal saber, afinal, a gente tava em uma festa, era impossível esconder isso deles.
Até o fim da festa (que durou até umas cinco da manhã, que foi a hora que todos começaram a ir embora) eu era o cara mais feliz do mundo.
Pelo menos até o fim daquela festa...


Brian

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