segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

No fim, nem tudo são flores...

Para você que provavelmente não acompanhou a história anterior a essa, lhe darei um resumo rápido para você não ficar perdido nessa que contarei agora: Eu e Simone estávamos numa festa no salão do prédio de Lucas (comemorando o fim do período na faculdade), onde lá, depois de alguns "lengas-lengas", as coisas entre eu e ela começaram a dar certo, tínhamos finalmente ficado. E dessa vez, meio que não foi preciso nenhum dos dois falarem nada, tudo aconteceu naturalmente, e claro, eu me sentia o cara mais feliz do mundo naquele momento.
Ai você provavelmente está pensando que eu só tinha motivo para sorrir, né? Bom, também achava isso, mas infelizmente não era essa a realidade. Pelo menos até o fim da festa, minha sensação era de felicidade, mas apenas até o fim daquela festa, e vocês vão entender isso melhor agora.
Acho que podemos começar ainda na festa, em alguns dois ou três momentos em que eu e Simone estávamos juntos, quando percebi nessas horas que ela estava um pouco "avoada".
- Ta tudo bem, Simone? - perguntei na primeira vez
- Sim, está, por que? - respondia ela
- Você parece que ta preocupada com algo.
- Ah, não é nada demais... - falava ela um pouco receosa
- Certeza?
- Sim!
E eu simplesmente aceitei a resposta, tanto que não perguntei novamente nas outras duas vezes em que percebi isso nela.
Mas, por que essa informação é relevante? Mais na frente vocês entenderão.
Agora, vamos para a manhã seguinte da festa, ou melhor, tarde seguinte, como tinha chegado em casa quase seis da manhã, apenas me acordei de meio-dia (ainda foi cedo em relação ao horário que outros amigos meus acordaram). Quando acordei, ainda levei um tempo para levantar da cama ainda processando o que tinha acontecido na noite anterior, sei lá, queria me certificar de que aquilo não tinha sido apenas um sonho louco, mas felizmente era verdade.
E claro, veio aquele frio na barriga junto com uma sensação de felicidade, eu era um besta apaixonado, para variar. Pouco depois, pensei em mandar uma mensagem para ela, chequei o celular e vi que ela não estava online, e que a última vez que esteve era na noite do dia anterior.
"Deve estar dormindo ainda." Pensei
Então deixei pra falar com ela mais tarde. Após isso me levantei e fui tomar café da manhã (almoçar, na verdade ha ha ha).
Quando saí do quarto, o primeiro que veio me dá "bom dia" foi Riddle, fiz um cafuné nele e segui para a cozinha. Minha mãe e minha irmã já tinham almoçado, mas tinham deixado o almoço na mesa para quando eu acordasse, e assim me sentei o comi a lasanha de frango que minha mãe tinha preparado. Elas me perguntaram sobre a festa, e eu falei apenas alguns mínimos detalhes, mas por exemplo, não falei sobre o meu lance com Simone, não estava com saco de responder aquelas perguntas chatas que os parentes normalmente tem em relação a isso, e também queria ter certeza de pra onde aquilo iria antes de falar qualquer coisa.
Enquanto comia, constantemente checava o celular para ver se Simone dava algum sinal de vida, as minhas velhas paranoias de sempre. Depois de uns 20 minutos tinha terminado de almoçar, mas ainda nenhum sinal de Simone.
Segui com o meu dia normalmente, mas a demora dela estava começando a me incomodar, mais uma vez, eu e minhas paranoias. Até que de duas e quinze da tarde, ela finalmente apareceu online, até pensei em falar algo imediatamente, mas achei melhor esperar pra ver se ela faria isso antes, mais uma vez, minhas paranoias.
Até que finalmente parei de frescura, e falei com ela.
"Oi." mandei
E assim fiquei na expectativa pela resposta, deixei o celular exatamente do meu lado enquanto esperava, e o nervosismo vinha cada vez mais forte a cada minuto que ela demorava para responder, e claro, consequentemente, minha cabeça inventava as teorias mais loucas possíveis (não preciso repetir a questão da "paranoias", né? rs).
Até que depois de 8 minutos, ela finalmente respondeu:
"Oi Brian..."
Talvez fosse a minha paranoia falando mais alto, mas eu não tinha gostado do tom desse "oi".
"Dormiu bem? =)" perguntei
Após alguns segundos, ela respondeu:
"Sim, eu acho"
Mais uma vez não senti firmeza na resposta dela.
"Aconteceu algo?" perguntei
Dessa vez ela demorou um pouco mais para responder, uns cinco minutos, para ser mais exato.
"Não, nada..."
Definitivamente não gostava daquele tom que ela estava falando. Pensei até em insistir, mas ao mesmo tempo estava com medo da possível resposta pra Simone estar agindo daquela forma.
"Ok então..." respondi
Fiquei na esperança dela falar mais alguma coisa (de preferência, sobre o que tinha acontecido entra a gente), mas nada veio, e claro, nesse momento minha cabeça estava a mil. Então resolvi perguntar:
"Foi divertido ontem, né?"
Após uma pequena demora, ela respondeu:
"É, foi..."
Aquelas respostas secas estavam me incomodando MUITO. Esperei mais uma vez que ela fosse citar o que ocorreu entre a gente, de novo, sem sucesso, meio que já estava percebendo que se eu não falasse ela não falaria em momento nenhum, e isso me assustava.
Foi então que finalmente decidi falar.
"Ei Simone, sobre o que ocorreu ontem a noite entre a gente, acho que seria legal que conversássemos sobre isso."
Decidi ser bem direto, como vocês podem ver.
E de novo, ela demorou para responder, enquanto isso, minha cabeça já inventava todas as teorias malucas possíveis do porque dela estar daquela forma comigo
Até que ela respondeu:
"Olha Brian, não é por nada não, mas podemos deixar isso pra depois? É que eu tô numa ressaca braba agora e sem o mínimo saco pra falar nisso."
Me assustei com aquilo, ela nunca tinha falado dessa forma comigo antes, e claro, aquilo foi um balde de água fria para mim.
"Ok então ._." falei um pouco retraído.
"Desculpa, ta?" disse ela
O fato dela ter pedido desculpa já me confortava um pouco de nada, mas só um pouco de nada mesmo.
"Tudo bem." falei.
Após alguns segundos com os dois sem falar nada, Simone disse:
"Depois a gente se fala, ta?"
"Ok então."
"Beijos!"
"Beijos!"
Toda aquela alegria que tomava conta de mim desde a hora em que acordei já tinha ido pro saco, agora a aflição tinha se apossado de mim. Dali em diante eu simplesmente não largava mais o celular, ficava de minuto em minuto checando se Simone voltava a falar comigo, mas acabava era ficando mais frustrado.
Quase meia-hora depois de termos nos falado, e a via online, mas ainda assim não vinha falar nada comigo. Até pensei em tomar a iniciativa novamente, mas depois daquilo acabei ficando mais acanhado, então achei melhor deixar quieto. O problema foi que, se fosse apenas esses trinta minutos, teria até ficado tranquilo, mas foram muito mais do que isso, muito mais.
Acreditem, três dias se passaram sem ela falar uma única palavra comigo, parecia até que eu tinha a chateado de alguma forma (e claro, eu estava começando a achar exatamente isso). Nesses três dias, a aflição já tinha tomado conta de mim por completo, cheguei a conversar com algumas pessoas sobre isso e cada um deu a sua teoria, e todas elas batiam de frente com todas aquelas minhas paranoias.
Eu não entendia mais nada, em um dia ela estava toda carinhosa comigo, me queria do lado dela o tempo todo, e agora por alguma razão não esclarecida queria distância de mim, a ponto de não falar mais nada comigo.
Já estávamos na terça-feira de manhã, e Simone ainda não tinha falado comigo, e pra piorar, no dia anterior eu cheguei a mandar uma mensagem para ela, cuja a mesma foi miseravelmente ignorada, para aumentar ainda mais o meu desespero.
Àquela altura do campeonato minha esperanças eram quase zero, mas eu queria pelo menos uma explicação plausível do porque dela estar me tratando daquela forma, Simone me devia isso, e muito.
Até que o celular fez o som de "mensagem recebida", eu que na hora estava deitado na cama, corri até minha mesa para ver se era ela, e dessa vez era, sendo que o que foi dito na mensagem esteve muito longe de me tranquilizar.
"Oi Brian, tudo bem?
Olha, eu sei que tenho agido estranho ultimamente, e me desculpa realmente por isso, é que ando bastante confusa desde aquele dia, sei que falando dessa forma até parece loucura. Mas você vai entender, eu juro, explicarei tudo hoje, mas isso precisa ser feito pessoalmente, então, você pode ir me encontrar agora lá na universidade?"
Ela continuava falando naquele tom, e eu não gostava disso.
"Oi Simone.
Sim, posso." Respondi
"Ok então, te contarei tudo quando chegarmos lá."
"Ok, até lá, então .-."
E ao mesmo tempo me perguntava internamente o como aquilo tinha chegado naquele ponto, possivelmente iria descobrir quando chegasse lá, e possivelmente não era boa coisa, então me arrumei rapidamente e fui para a parada de ônibus.
O ônibus demorou mais ou menos vinte minutos para chegar, e enquanto esperava a minha "agonia" era completamente visível para aqueles que por ali passavam. O que mais queria naquele momento era saber o desfecho dessa história, e torcia para que o mesmo fosse bom.
Durante todo o caminho, minha cabeça criava inúmeros desfechos pra aquilo tudo, alguns bons, outros nem tanto, e outros eram simplesmente uma merda. Pra variar, minha cabeça estava a mil.
Quando cheguei lá, me dirigi até o lago da universidade, era ali onde normalmente nos encontrávamos. Simone já estava lá a minha espera, ela parecia abatida com algo, foi a partir daí que tive certeza de que não viriam coisas boas daquela conversa.
- Oi Simone.
Ela que estava distraída na hora, olhou pra mim e disse:
- Oi Brian. - nunca tinha recebido um "oi" dela tão seco quanto aquele.
Ela nem sequer veio me abraçar como normalmente faz quando me ver.
Ficamos alguns segundos apenas parando olhando um para o outro, provavelmente esperando qual dos dois iria dá a iniciativa.
- Então... - falei em um tom como se estivesse pedindo para que ela inciasse.
- Nada mais justo, não é? - disse ela
E eu apenas concordei com a cabeça. Simone respirou fundo, e falou:
- Como não há modo fácil de falar isso, vou ser direta.
Enquanto isso, eu aguardava ela falar.
- Desculpa Brian... Não sei nem por onde começar...
- Pelo começo é uma boa opção. - falei
- Ok então... - falou ela dando uma profunda respirada
E finalmente, ela começou a explicar:
- Veja Brian, antes de tudo, quero que saiba que você é um ótimo cara, que o problema não é você...
- Conheço bem essa conversa, e sei que ela normalmente não acaba bem.
- Por favor, só ouça.
- Ok então...
Ela mais uma vez respirou fundo, e continuou:
- Veja, acho que na festa na ficou claro que eu gosto de você, e muito, e em um nível alto, e tenho tido esse sentimento há um bom tempo, acho que mais ou menos seis ou sete meses...
- Mas...
- Apenas escute! - esbravejou ela
- Está bem então, continue. - falei
Então ela continuou:
- E esse sentimento só tem ficado cada vez mais forte, a ponto de que... - ela fez uma longa pausa, enquanto eu fiquei na expectativa pra que ela falasse - que...
Sem falar nada, fiz um sinal para ela com a cabeça para que prosseguisse.
- A ponto que estou apaixonada por você!
Por mais que aquilo fosse esperado, ainda assim fiquei sem palavras diante daquilo.
- E é exatamente por isso que estou me afastando dessa forma.
- Como assim, Simone? Por que? - questionei
Ela ficou calada por um momento, provavelmente se preparando para falar algo que certamente não me agradaria, ela respirou fundo, e disse:
- Eu vou me mudar...
- Se mudar?
- Sim, de cidade...
Aquilo sim tinha sido um choque pra mim, e dos grandes.
- Pera aí Simone, me explica isso melhor.
- Veja Brian, não sei se você se lembra sobre quando mencionei que eu iria tentar uma bolsa de estudos em uma universidade em São Paulo, lembra?
- Tenho vagas lembranças. - falei
- Pois então... - ela deve uma rápida pausa, e disse - consegui a vaga.
Me impressionava pelo tom desanimado que ela me falava aquilo.
- Mas Simone... - falei - isso é uma ótima notícia! - falei com um pouco de entusiasmo - mas, ainda não entendi no que isso interfere entre a gente.
- Não está óbvio? - Infelizmente estava, eu que queria me iludir.
- Me explique da mesma forma, quero ouvir da sua boca. - falei
- Eu vou morar em São Paulo agora, ficaremos longe um do outro provavelmente pra sempre.
Mais um balde de água fria para aquela desagradável conversa.
Não consegui ter uma resposta imediata para aquilo, minha mente ainda tentava processar o que estava saindo da boca de Simone, me doía muito perceber que não a teria do meu lado nos momentos necessário, não teria mais as tardes perdidas com ela na faculdade, a sensação que já era ruim, tinha piorado cada vez mais.
- Mas Simone... - ainda procurava as palavras para utilizar -  ainda assim...
Não consegui achar argumentos.
- Sinto muito, Brian... - falou Simone em um tom choroso
- Então você vai desistir da gente assim tão rápido?
- Mas Brian...
- Minha vez de falar agora!
Ela respirou fundo, e disse:
- Ok então, fale.
- Veja Simone, desde a festa ficou muito claro que nós dois gostamos muito um do outro, não apenas isso, que nós dois estamos apaixonados um pelo outro, e eu garanto pelo menos por mim que o que sinto por você é forte, e isso de um bom tempo... - Simone já aparentava que iria chorar enquanto eu falava aquilo - e sim, tudo bem, você vai morar em São Paulo a partir de agora, mas se o que você sente por mim é forte, por que jogar isso fora assim dessa forma?
Aquela pergunta tinha tocado Simone, que já não conseguia mais segurar as lágrimas.
- Me perguntei a mesma coisa esses últimos dias. - disse ela já soluçando um pouco - Pra falar a verdade, essa dúvida ainda me aflinge, desde a festa que tenho pensado nisso.
O que finalmente explicava aqueles momentos em que ela passava minutos olhando pro nada.
- Quando estávamos juntos durante a festa, algo dentro de mim mandava eu parar imediatamente, e que senão nós dois íamos nos machucar, mas claro, no calor do momento eu apenas ignorei esse aviso.
- Se você fez isso foi por uma única razão... - falei - porque você não quer simplesmente deixar esse sentimento de lado, eu sei que não quer.
- Sim, isso é verdade. - afirmou ela
- Então por que não levar isso para frente?
- Porque não estou preparada!
- Como assim?
Ela fez um curta pausa, e continuou:
- Não estou preparada para lidar com um relacionamento a distância.
Dessa vez quem ficou sem o que falar fui eu.
- Veja Brian... - continuou ela - por mais que eu tenha esse sentimento forte por você, por mais que eu esteja apaixonada por você, por mais que eu não me imagine mais sem você, a gente não se verá mais constantemente, muito pelo contrário, a gente só se veria pela internet e olhe lá, e mesmo que vez ou outra nos encontrássemos pessoalmente, ficaria sempre aquela incógnita de quando iríamos nos ver novamente.
Ela tinha um ponto, infelizmente.
- Sim, há casais que conseguem manter um relacionamento a distância, mas de uma forma ou de outra isso requer força dos dois lados, e eu não acho que tenho força para aguentar isso, e nós dois só sofreríamos muito com isso. - completou ela
- Sim, é difícil, mas se fosse preciso eu estaria disposto a tentar, estaria disposto a lutar por nós.
- Por favor Brian! - falou ela alterando o tom de voz - não venha com esse discurso para mim.
Nesse momento Simone não segurava mais as lágrimas.
- Eu não quero te ver sofrendo por causa de mim. - completou ela
A ficha para mim ainda não tinha caído, ainda não acreditava que estava tendo aquela conversa com ela.
- Mas...
- Brian, não tente me convencer do contrário... - disse ela - só lhe peço isso.
Eu queria muito a convencer do contrário, queria que ela desse uma chance para nós dois, mas ao mesmo tempo também tinha minhas dúvidas, principalmente porque em boa parte do que ela disse ela estava certo, e pior, não tinha completa certeza se eu seria forte o suficiente para encarar isso. Então por isso parei de falar ali mesmo.
Passamos alguns segundos calados apenas olhando um para o outro, aquele silêncio era agonizante, até que falei:
- Simone!
- Diga... - disse ela enxugando as lágrimas.
- Não poderíamos pelo menos aproveitar o tempo que ainda temos juntos?
Admito que algumas lágrimas já começavam a brotar nos meus olhos naquele momento.
- Talvez sim... - disse ela - mas acho melhor não.
- Por que?
- Por duas razões, primeiro, porque eu já viajarei para São Paulo essa sexta, como tenho alguns familiares por lá já passarei o natal e ano novo por lá... - a essa altura já estava difícil segurar o choro - e segundo, porque isso só tornaria as coisas mais dolorosas.
Mais uma vez me encontrava sem palavras, naquele momento eu apenas torcia para que aquilo fosse apenas um sonho, que não estivesse realmente acontecendo. Passamos mais um tempo calados, Simone já desatava no choro, e eu me segurava para não chegar na mesma situação.
- Bom... - Simone finalmente falou - então acho que é isso... - falou em um tom de despedida.
A partir dali já não consegui mais segurar as minhas lágrimas.
- Isso é um "adeus" então? - perguntei
Ela apenas me confirmou com a cabeça, o que me doeu muito.
- Pelo menos você virá falar comigo em algum momento antes de ir pra São Paulo?
Ela sinalizou com a cabeça dizendo "não".
- É melhor que seja assim... - disse ela
Naquele momento eu apenas queria dar um abraço nela longo e apertado, queria pelo menos dar um último beijo nela, mas pelo que parecia nem isso eu teria.
Então Simone enxugou as suas lágrimas, e disse:
- Adeus Brian.
E assim, sem nem ao menos um aperto de mão, sem nem me dar a chance de me despedir, ela se virou, e seguiu o caminho de casa, enquanto isso eu ainda fiquei lá parado ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Minha vontade era de correr atrás dela e implorar pra que ela não fosse embora daquela forma, mas infelizmente sabia que aquilo seria inútil.
Se na festa me sentia o cara mais feliz do mundo, naquele momento eu era o cara mais miserável do universo, e após tentar conter as lágrimas que ainda insistiam em cair, segui meu caminho até a parada de ônibus.
Durante todo o percurso até em cada tentei ao máximo esconder a minha aparência chorosa, tentava focar meus pensamentos em alguma outra coisa que não fosse aquilo, mas claro, era difícil. No ônibus, estava a ponto de me mergulhar em lágrimas ali mesmo, me segurava ao máximo para que isso não ocorresse, mas ainda assim não conseguia esconder a minha expressão de tristeza.
Algumas pessoas ao redor podem ter até reparado no meu estado emocional, mas claro, se comentaram algo foi apenas entre elas, aliás, nada daquilo que acontecia comigo era problema delas.
Após mais ou menos quase vinte e cinco minutos finalmente estava em casa novamente, ainda desolado. Quando cheguei em casa, não havia ninguém, apenas o Riddle que se encontrava deitado no sofá. Ainda bem, não precisaria ficar dando explicação do porque que eu estava com aquela cara de abatido.
Fui em direção do meu quarto, e quando passei pelo sofá Riddle desceu e me acompanhou (como sempre faz quando chego em casa). No meu quarto, a única coisa que fiz foi desligar o celular e me jogar na cama, nem ligar o computador eu fiz, não estava afim de falar com ninguém.
Naquele momento não me segurava mais, desatei em lágrimas, de uma forma que nunca tinha feito antes. Queria muito que aquilo tudo tivesse sido apenas um sonho, mas infelizmente era tudo real, muito real.
Riddle que antes me observava do lado de fora do quarto, entrou e subiu na cama, e provavelmente percebendo a minha tristeza, se aconchegou do meu lado e ficou me tratando carinhosamente, esfregando o pelo em mim e me lambendo, esse era ele querendo me consolar. E naquele momento apenas a presença dele me dava algum conforto, em resposta comecei a alisa-lo na cabeça.
Provavelmente se ele pudesse falar algo, certamente falaria "calma cara, vai ficar tudo bem". Se ele já era um gato especial pra mim, a partir dali passou a ser ainda mais, Riddle agora era minha única razão pra sorrir naquela bosta de dia que passei.


Brian

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