domingo, 27 de abril de 2014

Caos na cidade

Era mais uma sexta-feira a tarde, eu precisei sair mais cedo da faculdade para ir na cidade procurar uns
materiais que eu estava precisando para uns trabalhos que eu tinha que fazer. Cheguei no centro umas 16:30 e comecei a minha busca indo loja por loja, tive que rodar bastante a região pra conseguir tudo que eu precisava.
Tendo comprado tudo que eu queria eu fui pegar ônibus na Av. Conde da Boa Vista, eram 17:15 e eu precisava pegar um ônibus que passasse na casa de Andreza, no dia, eu, Thiago, ela e mais algumas pessoas iriamos numa churrascaria comemorar o aniversário dela que tinha sido na mesma semana, e eu tinha combinado com ela e Thiago de ir direto pra casa dela e de lá irmos para o restaurante. Naquela parada eu tinha apenas uma opção de ônibus, que no caso era do tipo que demorava pra passar, mas não me restava mais nada pra fazer a não ser esperar.
O trânsito naquela hora estava fluindo tranquilamente (pelo menos por enquanto) e a parada estava cheia de gente, estava próximo do horário de pico, por isso eu torcia pra que o maldito ônibus passasse logo e aproveitasse enquanto o trânsito estava bom, mas passaram-se 15 minutos e nem sinal dele ainda. O tempo passava e o trânsito já começava a dar sinal de que iria ficar congestionado, quando deu 17:40 a coisa já começou a ficar feia, já ouviam-se os carros buzinando, e se o meu ônibus já tava demorando pra passar, agora que ele demoraria mesmo, depois de 5 minutos o trânsito simplesmente não andava, os ônibus não conseguiam seguir caminho, os passageiros começaram a perder a paciência e decidiram descer e continuar seus caminhos a pé.
Eu já estava perdendo a paciência, já eram quase 18:00 e eu nem tinha sequer subido no ônibus, e eu tinha marcado de chegar na casa de Andreza de 18:30, mas naquele ritmo mesmo que eu subisse no ônibus naquele exato momento, era bem provável que eu só chegasse no meu destino perto das 20:00, vendo que se eu ainda ficasse ali esperando o ônibus eu não iria pra canto nenhum eu comecei a pensar em outra opção.
Foi então que resolvi ligar pra Thiago, eu pensei em ir até a casa dele (na Av. Caxangá) e de lá ir com ele de carro buscar Andreza. Mas primeiramente precisava confirmar se ele estava realmente em casa, em peguei o celular e liguei pra ele.
- Alô? - atendeu Thiago
- Alô, Thiago? - falei
- Oi Brian, tudo bem?
- Tudo, e contigo?
- Também! - respondeu ele
- Ei velho, tais aonde nesse momento?
- To na Caxangá, já perto de casa, por que?
- Cara, é que eu to na Conde, e tipo, ta tudo parado aqui, e o ônibus não da nem sinal de vida...
- Pera... - falou Thiago - ainda tais na Conde?
- Sim!
- Caramba, continue!
- Enfim, ai eu to pensando no seguinte, eu ir andando até tua casa e daí a gente ir pra casa de Andreza, pode ser?
- Com certeza!
- Beleza então, estou indo pra ai agora, até la.
- Até! - e desligamos nossos celulares.
Esperei alguns segundo pra me preparar para essa que seria uma longa caminhada, aliás, da Conde da Boa Vista até a Caxangá eram mais ou menos 9 km de distância, dei uma última olhada no trânsito e tive certeza que aquela era a decisão certa, e então segui o meu caminho.
Ao longo do caminho pude observar melhor como estava a situação do trânsito, a fileira de carros se estendia bastante, no Derby a coisa não estava muito diferente da Conde, simplesmente ninguém andava, e as paradas de ônibus cada vez mais cheias, no trajeto também pude ver vários motociclistas tentando desviar do congestionamento subindo nas calçadas, tendo um deles quase esbarrado em mim.
Andava-se mais e a situação não mudava, os ônibus encontravam-se entupidos de gente, o que so tendia a piorar já que as paradas se encontravam cheias, e quando o ônibus parava várias pessoas subiam e quase nenhuma descia, aumentando ainda mais o aperto. Em alguns casos ficava difícil até mesmo atravessar a rua, já que quando o sinal fechava vários carros ainda estavam no meio da faixa, várias vezes tive que me arriscar de atravessar entre os carros, já que ou eu fazia isso ou então simplesmente não conseguia atravessar.
Depois de quase meia-hora de caminhada eu finalmente tinha chegado no início da Caxangá, mas a "aventura" ainda estava longe de terminar, ainda tinha muito chão para ser andado, a casa de Thiago ainda estava longe. Percebi que naquela área, pelo menos no sentido que eu estava indo, já não havia mais trânsito (não podia dizer a mesma coisa do outro sentido), então eu até pensei em parar na parada mais próxima e seguir o resto do percusso de ônibus, mas desisti depois que vi que as paradas estavam todas cheias e todos os ônibus que passavam estavam entupidos de gente, podia até não ter trânsito naquela área, mas eles estavam pagando o preço já que todos os ônibus que deviam passar por ali estavam presos na Conde da Boa Vista, então vendo que não valia a pena eu continuei meu caminho a pé mesmo.
E depois de exatas 1 hora de caminhada, eu finalmente tinha chegado na casa de Thiago, toquei a campainha e segundos depois ele veio atender.
- E ai, cara? - falou Thiago
- E ai? - respondi apertando a mão dele
- Tais inteiro?
- Por incrível que pareça, sim.
- Foi quanto tempo que tu ficou andando?
- 1 hora!
- Caramba, acho que é inútil perguntar se você quer um copo d'água, né?
- Com certeza! - respondi
Minha vontade era simplesmente de esvaziar a garrafão d'água da casa de Thiago naquele momento.
- Cara, posso lhe pedir uma coisa? - perguntei
- O que? - falou Thiago
- Tudo bem se eu usar teu chuveiro?
- Claro, deixa eu pegar uma toalha pra tu.
- Beleza!
Tomei um bom banho, e depois pedi a Thiago uma camisa emprestada (a minha, certamente, estava em estado crítico), e depois de arrumado contei a ele todos os detalhes do meu trajeto até a casa dele.
- O trânsito de Recife ta cada vez pior! - falou ele
- Nem me fale, eu mesmo já perdi a paciência, ultimamente to preferindo ir pros locais a pé do que ir de carro, você ta chegando muito mais rápido. - falei eu
- Pois é.
- E sério, e tem gente que acha que a solução pra isso é criar novas vias, porra nenhuma, a causa disso é que o número de carros está aumentando cada vez mais e ta sobrando menos espaço pra se andar, e as pessoas não entendem que a solução pra isso é mais simples do que eles pensam, o povo parar de andar de carro e utilizar outro meios de transporte, mas isso certamente ninguém quer!
- Infelizmente... - falou Thiago - bom, mas vamos lá que estamos, tipo, muito atrasados!
- Beleza, vamos lá!
E assim, pegamos o carro e formos pegar Andreza na casa dela, o trânsito pra lado que a gente foi já tava melhor, felizmente. Pegamos Andreza e formos pro restaurante, onde já tinha pessoas nos esperando, e assim pude compensar pelo difícil dia que eu tive.


Brian

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