sábado, 20 de junho de 2015

Um tour sem rumo pela cidade

Finalmente minhas férias tinham chegado, para a felicidade de todos da faculdade, principalmente porque esse semestre foi super puxado, tivemos que fazer matéria atrás de matéria, fosse pra impresso, web, rádio, ou TV, e para minha felicidade maior, aquele tinha sido o primeiro semestre em que eu passei com todas as notas acima de 7, isso não acontecia há muito tempo. Eu finalmente poderia descansar um pouco após um período de muito corre-corre.
Porém, como já era de costume, tinha se passado uma semana de férias e eu estava no ócio violento, em casa, eu apenas ficava fazendo algumas coisas no computador, ouvia música, tocava violão e brincava vez ou outra com o pequeno gatinho, Riddle. Às vezes a impressão que dava era que eu tinha me acostumado muito com o corre-corre do dia a dia, porque quando chegava essas folgas, parecia até que tinha saudades de ter uma tonelada de coisas pra fazer.
Era uma tarde de quinta-feira, e mais uma vez eu estava de pernas pro ar em casa fazendo nada de útil, e nesse dia em específico parecia que nem o pequeno Riddle estava afim de fazer alguma coisa, ele passou a tarde toda deitado na sua almofadinha e não tinha o que o tirasse de lá.
Eu não sabia mais o que fazer, praticamente já tinha visto todos os episódios das minhas séries que eu podia aguentar, estava sem animação pra tocar violão, Riddle estava mais preguiçoso do que eu, e sinceramente, queria muito não passar aquela tarde jogando no computador.
Então fui procurar algum amigo meu que estivesse disponível para fazer alguma coisa, sendo que mais uma vez eu tive aquela sensação de que não tinha ninguém que pudesse, e mais uma vez me senti frustrado por isso, mas tentei ignorar, aliás, não era culpa deles.
Alguns deles ainda não estavam de férias, como Joey, Thiago e  Andreza, outros estavam em seus cursos, como Júlia, outros tinham estágio, como alguns lá da faculdade, e outros tinham algum outro afazer, como a Cris, e para a minha maior infelicidade, Simone tinha ido viajar pra visitar a família no interior do estado.
"Não sei se sou eu que sou muito desocupado, ou o povo que nunca tem tempo mesmo," pensei.
Foi então, que de repente, eu recebi uma mensagem no meu celular, o mesmo estava exatamente do meu lado, então no mesmo instante o peguei e vi o que era.
Era uma mensagem da Helo, minha amiga de Arapiraca que agora estava morando aqui em Recife.
"Brian?" dizia a mensagem
Não demorei muito para responder:
"Oi Helo!"
"Tudo bem?" perguntou ela
"Apesar do tédio extremo, sim, está tudo bem rs" mandei de volta "e você?"
Depois de alguns segundos, ela respondeu:
"Meio que na mesma situação que você rs"
"Ócio extremo, também? Perguntei
"Exatamente kkkkk"
"Te entendo muito bem rs"
E assim começamos a colocar um pouco do papo em dia, por conta dos afazeres das nossas vidas, a gente não tinha tido muito tempo ultimamente para conversar, sair, se divertir, enfim. Era mais ou menos uma e pouca da tarde quando Helo tinha me mandado a mensagem, e a partir dali, ficamos umas meia hora falando de coisas aleatórias, até mandei pra ela uma foto do Riddle deitado na sua almofadinha (o que ela amou, certamente).
Até que, após essas meia hora, Helo teve uma ideia que definitivamente nos tiraria do ócio.
"Ei Brian, tive uma ideia aqui."
"Diga." falei
"Tipo, desde que cheguei aqui em Recife, ainda não tive a oportunidade de conhecer mais a fundo a cidade"
Eu estranhei isso, aliás, ela já tinha vindo aqui em algumas outras ocasiões, e não foram poucas.
"Sério? Mas você já não veio bastante para cá?" perguntei
Depois de alguns segundos de espera, ela respondeu:
"Sim, mas nunca tive tempo o suficiente pra isso, sacas? Sempre tinha algo pra fazer.
"Ah, entendi!"
E depois de alguns segundos, eu disse:
"Pois bem, continue com a sua ideia =D"
Então ela mandou:
"Continuando, ai tipo, a ideia que eu tive foi que a gente fosse agora pra cidade, e fizéssemos isso =)"
Na hora, eu não hesitei em falar:
"Eu super apoio \o/"
Helo retribuiu meu entusiasmo com a ideia com um "smile", e depois disse:
"Então, a gente se encontrar por lá em 40 minutos, pode ser?"
Então eu respondi:
"Com certeza =)"
"Bom, vou me arrumar aqui então..."
Eu ia digitar que também ia, mas eu vi que ela iria falar mais algo, então resolvi aguardar.
"Até daqui a pouco, então?"
"Sim, sim =D" respondi
"Vou me arrumar aqui também, até daqui a pouco" complementei.
"Até." respondeu ela
E assim fui me arrumar, tomei um rápido banho frio e depois escolhi a roupa que iria usar, coisa que eu não demoro nem dez minutos pra fazer, normalmente.
Não demorou muito para eu estar pronto, depois de por a roupa no corpo, calcei meus sapatos e peguei o básico para sair de casa (carteira, dinheiro, algum documento, enfim). Antes de sair, fiz um cafuné no Riddle, que já estava praticamente dormindo na almofadinha (o que pra mim teve até uma vantagem, porque ele não ficou me "segurando" para que eu não fosse, ele odiava ficar sozinho na cada, mas infelizmente às vezes era necessário). E assim eu peguei minhas chaves, mandei uma mensagem para minha mãe avisando para onde eu ia, e segui meu caminho até a parada de ônibus.
Resumindo toda a minha trajetória de casa para a cidade, como fui pegar ônibus numa parada onde o mesmo não demorasse muito, esperei apenas dez minutos para que eu subisse em um, já o percusso até lá que levou um tempinho, estava tendo uma obra em uma calçada não muito longe dali, e por isso o trânsito estava meio lento naquela área. Então, por isso, o caminho até a cidade foi feito em mais ou menos meia hora, e caso queiram saber, com trânsito fluindo bem, o percurso era feito em quinze minutos.
Enfim, eu e a Helo marcamos de nos encontrar no Shopping do centro da cidade, quando cheguei por lá, ela ainda estava no caminho, também tinha pego um trânsito meio lento, sendo assim, me sentei no banco, pus meu fone de ouvido e fiquei a esperando.
Depois de quarenta minutos, ela finalmente chegou no Shopping, eram quinze pra três na hora, se não me engano. Antes de tudo, quando nos encontramos naquele momento, demos um forte e longo abraço um no outro, eu estava com muitas saudades dela.
Quando nos soltamos, ela me deu um beijo no rosto, eu lhe retribui, e então disse:
- Então, por onde começamos?
Eu pensei um pouco, e disse:
- Essa é uma boa pergunta...
A gente se sentou um pouco e começou a pensar nas possibilidades. Me passou pela cabeça vários locais que eu poderia mostrar pra ela, eram muitas opções, até que me veio em mente a seguinte coisa.
- O que acha da gente não seguir um roteiro? - perguntei
- Como assim? - questionou ela
- A gente meio que andar sem rumo, vai parecer meio viajado eu falando mas, deixar que o "destino" nos guie, entende o que eu to querendo dizer?
- Acho que sim... - respondeu ela - e sinceramente, eu adorei a ideia.
- Sério?
- Seríssimo!
Então, naquele momento eu encontrei um papelzinho com o mapa do centro da cidade próximo a uma loja de uma agência de turismo, o que me fez ter outra ideia.
- Tive outra ideia agora.
- Qual? - perguntou ela
Peguei esse mapa, e o abri.
- Faça o seguinte, feche os olhos e aponte para qualquer ponto daqui do mapa, o que você apontar será por onde começaremos.
- Ok então. - disse ela com um lindo sorriso no rosto
E assim ela fez, fechou os olhos e apontou para um ponto do mapa, e o escolhido para ser o primeiro foi a Praça da República, e antes de começarmos, decidimos que todo o percurso feito naquele dia seria feita apenas a pé, que assim poderíamos apreciar melhor a paisagem recifense.
Então dessa forma começamos o nosso "tour" pela cidade.
Resumindo tudo que aconteceu naquela tarde para eu não me alongar muito, seguindo esse mesmo sistema, passamos por alguns dos principais pontos da cidade (não todos, por causa do tempo), além da Praça da República, também passamos pela Praça do Arsenal, pelo Marco Zero, o Forte das Cinco Pontas, o Paço Alfândega, enfim, e muitos outros, e como combinado, enquanto andávamos a gente aproveitou pra observar melhor a paisagem, coisa que eu próprio que moro a cidade desde que eu nasci faço muito pouco, houve muita coisa que só naquele momento eu parei pra reparar melhor, e isso se tratando de locais que eu costumo passar todos os dias.
E uma das cenas mais lindas que a gente teve o prazer de presenciar naquela tarde, foi quando passamos pela Ponte Maurício de Nassau, onde pudemos ver algumas garças pela margem do Rio Capibaribe, mostrando que mesmo o rio estando poluído do jeito que está hoje em dia, ainda assim consegue nos proporcionar essas belezas naturais.
Eram quase sete e meia da noite quando finalmente encerramos nosso "tour" pelo Recife, naquela hora estávamos morrendo de fome, então a gente decidiu rachar uma pizza antes de irmos para as nossas casas, e claro, durante isso tudo, do início ao fim, ficamos falando sobre várias coisas aleatórias, fossem ela sobre o passeio ou não.
O relógio marcava oito da noite quando terminamos de comer e pagamos a conta, era a hora de ir para casa, apesar que por a gente, podíamos até ficar um pouco mais por lá se divertindo, mas o problema é que a partir daquela hora a cidade começava a ficar estranha e mais perigosa (não que ela já não fosse isso tudo a luz do dia, mas certamente a noite fica pior).
E assim fomos para a parada de ônibus, mesmo os meus passando com mais frequência, eu esperei Helo pegar o dela para eu ir pra casa, eu normalmente sou assim, prefiro que os outros vão embora antes pra eu finalmente ir. Depois de uns 15 minutos de espera, o ônibus dela passou.
- Bom, esse é o meu... - disse ela - tchau Brian, obrigada pela tarde de hoje, me diverti muito. - falou ela me abraçando.
- Nada, sempre que quiser, estou aí, - respondi retribuindo o abraço.
E assim nos despedimos e ela entrou no seu ônibus, enquanto eu esperei apenas cinco minutos para que o meu passasse. Cheguei em casa um pouco cansado, certamente, tanto que fiquei alguns minutos da mesma forma que Riddle ficou na almofadinha o dia todo (aliás, quando cheguei ele finalmente estava mais ativo, querendo brincar até), mas de uma forma ou de outra, aquela tarde valeu muito a pena.


Brian

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