terça-feira, 14 de julho de 2015

Algo completamente inesperado... - Parte 2

Depois de esperar alguns minutos lá em cima, eu finalmente desci para a minha casa, ainda bastante encucado, certamente, sei lá, ainda não acreditava no que tinha acabado de acontecer, aquilo tudo demorava para processar na minha mente, e como eu disse, por um lado eu tinha gostado e pelo outro tinha feito uma puta besteira, e eu estava ciente dos riscos, que não eram pequenos.
Quando cheguei em casa, comi alguma e coisa e fiquei no meu quarto, tentei me distrair com alguma coisa, mas certamente o ocorrido não saia da minha cabeça, e pra piorar, eu ficava de minuto em minuto olhando pro meu celular esperando que Júlia me mandasse alguma mensagem, claro, foi em vão.
E o pior era que eu queria mandar uma mensagem pra ela, mesmo sem saber o que dizer, sabia que seria uma má ideia, mas eu queria da mesma forma, porém, felizmente consegui me controlar, sendo que continuava a checar a porra do celular sem para, não apenas o celular mas também as redes sociais.
Ela estava online, mas mesmo assim não falava nada, não que eu esperasse que ela fosse falar algo, provavelmente ela ainda estava processando aquilo tudo também, provavelmente estava na mesma situação que a minha.
Talvez o melhor fosse realmente deixar aquilo quieto por enquanto, nenhum de nós dois sabíamos o que falar depois que aconteceu, a gente precisava pensar um pouco antes de tomar qualquer outra atitude, principalmente porque essa aconteceu sem nenhum dos dois pensar na merda que podia dar.
Até pensei em conversar sobre isso com alguém, conta o que aconteceu e ir atrás de aconselhamento, mas achei melhor deixar quieto por enquanto e esperar até o dia seguinte, que seria quando eu e Júlia provavelmente conversaríamos sobre isso.
Foi então que eu resolvi jogar alguma coisa no computador para esquecer um pouco isso, e felizmente por um instante funcionou, aproveitei também e deixei uma música tocando no meu celular para ajudar um pouco nisso também.
Fiquei umas cinco horas nisso (pode me chamar de viciado), até acabar cansando, então resolvi assistir alguns episódios das minhas séries, e assim fiquei por mais três horas. Até que quando deu meia-noite e meia, o sono começou a vim, eu já não conseguia mais acompanhar o que estava na tela do meu computador e cochilava por alguns segundos vez ou outra.
Então decidi que veria aquele episódio num outro dia quando eu estivesse com menos sono e fui dormir. Não demorou mais do que quinze minutos para eu pegar no sono.
Foi quando eu tive um sonho estranho, na verdade não tão estranho assim, e sim, marcante, vocês entenderão o porquê...
No sonho, eu estava na área de lazer do prédio, e claro, estava esperando Júlia, para que exatamente, eu não sei, talvez fosse para a gente ficar de novo ou para conversar sobre o ocorrido, mas só sei que eu estava esperando ela. Então, sendo assim, me sentei na borda da piscina, coloquei meus pés na água e fiquei aguardando.
Não demorou muito para eu ouvir uns passos chegando no local, e assim que os ouvi, me levantei e fiquei na expectativa, mas acabei tendo uma desagradável surpresa, não era Júlia que estava vindo.
- Olá, Brian! - falou minha consciência entrando no local
"Estou fodido." pensei
- Esperando alguém? - falou ele de novo
- Você, eu acho... - falei
- Não, você não estava me esperando, sua expressão facial diz tudo.
- Quem eu estaria esperando, então?
- Não sei... - falou ele - alguém, possivelmente, uma garota, para ser mais exato...
Sabia muito bem aonde ele queria chegar, mas o deixei falar.
- Acho que você deve saber quem é, ela começa com "JÚ" e termina com "LIA". - falou ele já cara a cara comigo naquele momento.
- Chegue no seu ponto logo. - falei
Minha consciência respirou fundo, e disse:
- Se é assim que deseja...
E quando dei por mim, minha consciência tinha acabado de me dar um soco no rosto.
- O QUE VOCÊ TINHA NA CABEÇA? - vociferou ele
Fiquei calado, sabia que qualquer coisa que eu falasse ele não iria engolir.
- RESPONDA! - gritou ele me dando outro soco.
Continuei calado por alguns segundos, e falei:
- Carência, possivelmente...
Não me senti bem respondendo aquilo, e claro, ele não engoliu aquela conversa e me deu outro soco.
- Você não sabe controlar seus instintos, por acaso? - falou minha consciência mais uma vez.
- É como dizem, a carne é fraca... - eu sabia que não iria dar certo eu falar aquilo
Dito e feito, mais um soco.
- Porra nenhuma, você que é fraco.
- Já ta bom de socos, né? - questionei
E claro, ele me deu mais um.
- Não, não está, NADA está bom nessa história!
- Ok, mas podemos conversar que nem pessoas civilizadas por um momento?
Pelo visto, finalmente o que eu falei fez algum efeito nele (o que raramente acontece), então ele afastou um pouco de mim.
- Você está ciente da merda que isso pode dar, né? - falou ele
- Claro que estou, só tenho pensado nisso pelo resto do dia.
- E na hora? PENSOU?
Simplesmente não falei nada.
- Pior de tudo, que na hora eu fiquei me esgoelando dizendo que era uma péssima ideia, e eu sei que você me ouviu, mas ainda assim o fez.
E eu continuava calado.
- Por que não impediu que isso acontecesse?
Demorei um pouco para falar, mas depois que vi a cara de sério que a minha consciência estava fazendo, achei melhor dizer alguma coisa:
- Sei lá... não quis desaponta-la, talvez.
- Mentira, você queria que acontecesse, por isso não tentou impedir.
Continuei o ouvindo.
- Aproveitou que ela estava emocionalmente "vulnerável" e agiu que nem os "playboyzinhos" filhos da puta agem, agora me diga, você tem orgulho disso?
Respirei fundo, e disse:
- Não.
- Fico feliz que você ainda tem essa consciência. - disse ele - e isso sem falar, se ela e o Roland voltarem, e ele descobre essa história, tu já imagina a confusão que pode dar, né?
- Sei sim. - falei baixo
- Pois é cara, vez ou outra é bom usar essa cabeça pra pensar.
Não falei mais nada porque eu merecia aquilo tudo.
- Mas agora é o seguinte... - falou ele praticamente me empurrando pra beirada da piscina - você vai consertar essa merda toda que você fez, você vai falar com Júlia amanhã na primeira oportunidade que tiver e vai garantir que isso não ocorra de novo, ta entendendo?
Eu apenas concordei com a cabeça tentando evitar que eu caísse na piscina.
- Pois bem, então não me decepcione de novo, porque se você o fizer, eu não largarei do seu pé tão fácil, e você sabe muito bem o quão chato eu consigo ser quando eu quero, né?
Mais uma vez concordei com a cabeça sem dizer nada.
- Ótimo, e uma última coisa... - nesse momento, ele me forçou a olhar nos seus olhos - próxima vez que eu avisar que algo não é uma boa ideia, trate de me obedecer! - falou ele irritado
Ele me olhou profundamente nos olhos com aquele olhar de irritação, e depois de alguns segundos, me jogou dentro da piscina. O momento que eu senti a água batendo em minhas costas foi o momento em que acordei.
Acordei assustado, aquilo tudo ainda me martelava, não só o que ocorreu comigo e com Júlia, mas também essa conversa que tive com a minha consciência, pouco depois eu olhei meu celular e certifiquei de que horas eram.
Era nove e quinze da manhã, o horário que eu costumava a acordar nessas férias, e ao lado da minha cama se via o pequeno Riddle me pedindo pra por a comida dele, aliás, foi a motivação que precisava para me levantar.
Após por a comida do Riddle e tomar o meu café da manhã, eu fiquei ligado tanto no celular quanto nas redes sociais esperando por um sinal de Júlia, ela provavelmente ainda estava dormindo, então sabia que iria demorar um pouco.
Aproveitei esse tempo para pensar no que dizer para ela, poderia ser uma conversa simples, ou não, era impossível prever a reação dela, mas eu realmente estava decidido a desfazer aquela merda toda.

(continua...)

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