quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Uma simples troca de olhares na biblioteca

Antes de começarmos, só para deixar claro, o ocorrido que relatarei a seguir ocorreu há uns 6 meses atrás, ou seja, muito antes daquela festa em que eu e Marina finalmente conversamos pela primeira vez, ou seja, foi uma coisa que ocorreu já faz um tempo, mas só agora decidi falar aqui sobre isso.
Por que desse aviso? vocês vão entender daqui a pouco, mas por agora, é tudo que precisam saber. Mas enfim, comecemos...
Aquela era mais uma semana de provas, e eu, pra variar, tinha acumulado matéria pra cacete e estava desesperado tentando me organizar nos poucos dias que restavam para conseguir estudar pelo menos a maioria do assunto que iriam cair nas provas. E se tem uma coisa que sempre tive problema nessas horas era conseguir me concentrar para estudar em casa, por isso, quando chegava esses períodos de prova eu preferia ficar até tarde na faculdade estudando na biblioteca, pois lá haveriam menos coisas para me distrair do que teriam em casa, e isso já me ajudava muito.
E também pra conseguir dar conta de tudo, precisei deixar algumas disciplinas pra fazer na segunda chamada, enfim, coisas de universitário, muitos de vocês devem me entender bem.
A situação em questão era a véspera da minha prova de jornalismo opinativo, que era uma disciplina a qual eu estava com uma pulga atrás da orelha em relação ao meu rendimento, pois a professora tinha passado um enorme livro para a gente ler e eu não tinha lido nem um terço dele, então, tentava me virar o máximo possível com resumos feitos por terceiros.
Como de praxe, após a aula terminar naquele dia, eu jantei em uma das lanchonetes que tem nos arredores da faculdade e depois me dirigi para a biblioteca para tentar estudar.
Como grande parte do material estava na internet, fui estudar na sala de informática da biblioteca, e por sorte consegui um lugar vago, já que normalmente (principalmente em época de prova) aquilo ali está sempre cheio. Me sentei, abri o arquivo no computador e comecei a estudar sobre os tipos existentes de jornalismo opinativo.
De início, pequenas coisas conseguiam desviar minha atenção, mas aos poucos eu conseguia fazer o assunto fluir em minha cabeça, por isso que pra mim era indispensável fazer anotações ao longo que lia o assunto, isso ajudava a me manter focado e a absorver o conteúdo.
Mas indo finalmente pro ponto principal da história antes que vocês fiquem entediado (rs).
A área de informática da biblioteca é dividida em quatro salas, onde em cada há em certa de 15 computadores cada divididos em baias, e as salas são todas separadas por paredes com vidraças onde dava pra bater olhares tranquilamente com a pessoa que estava na baia a sua frente. Porque essas informações são relevantes? Vocês vão entender agora.
Passado alguns minutos, o cara que estudava na baia em frente a minha saiu, coisa que de início seria irrelevante para mim, se não fosse pelo fato que a pessoa que veio ocupa-la uns 5 minutos era ninguém mais, ninguém menos do que Marina, a garota das mechas azuis.
Naquela época, como já avisei no início desse texto, a gente nem sequer tinha tido uma conversa de forma direta, e eu ainda estava na minha "paixão platônica" por ela, apenas admirando a sua beleza de longe.
Quando ela se sentou na baiar, tentei agir normalmente, por mais que isso fosse um pouco complicado pra mim naquele momento. Não cheguei a ficar nervoso a ponto de ficar tremendo, mas quem olhasse pra mim naquela hora iria perceber uma certa "agitação" minha.
Mas de qualquer forma, tentei esquecer isso e voltar a focar nos meus estudos, afinal, aquilo não mudava o fato que eu teria uma prova difícil pra fazer no dia seguinte. Por um instante até que funcionou, voltei a fazer minha anotações e me foquei mais no assunto, mas havia momentos que era inevitável olhar pra ela, afinal, como ela é linda.
Ao que parecia ela estava tão concentrada no que estava fazendo que nem sequer reparava em mim olhando pra ela, e era bom que permanecesse assim, afinal, o que a coitada pensaria se visse um cara em frente a ela a observando fixamente? Por isso, evitei ficar encarando muito, simplesmente dava uma espiada ou outra e voltava a me concentrar no meu caderno (ou tentar).
Estava mais uma vez fazendo minhas anotações, até que a minha visão periférica acabou captando algo que eu supunha que era a própria Marina olhando para mim, cheguei a olhar rapidamente para confirmar se era isso mesmo ou se eu estava apenas delirando, ao que parecia era a segunda opção mesmo.
Sendo assim, tentei ficar de boas, e falei pra mim mesmo: "Se concentra no assunto, porra".
E assim mais uma vez tentei me focar, mas já estava complicado, porque se qualquer merda costuma de distrair fácil, imagina aquela situação em que eu tinha a impressão que Marina estava olhando pra mim?
E era constante essa sensação, eu evitava olhar muito para não ficar parecendo estranho, mas a vontade de checar me matava por dentro, e por um bom tempo fiquei nessa frescura, entre uma espiadinha ou outra olhava para Marina e tinha aquela sensação de que ela fazia o mesmo comigo, o que na minha cabeça não fazia sentido nenhum.
"Você ta ficando é doido, Brian, isso sim!" pensei comigo mesmo.
"Se concentra nessa merda, senão você vai ta fodido na prova de amanhã" falava pra mim mesmo.
Por alguns minutos isso deu certo, conseguir me focar em saber as principais características de uma resenha e a sua diferença para uma crítica.
Mas mesmo assim, vez ou outra eu dava uma espiada de leve em Marina na esperança que a gente fosse cruzar os olhares, nas vezes em que fiz isso, ela aparentava estar realmente concentrada em seja lá o que estivesse fazendo. Com isso, fiquei menos "alvoroçado" do que estava antes, tanto que consegui estudar melhor.
E assim minutos se passaram, o assunto fluía em minha mente e ficamos os dois cada um cuidando dos seus afazeres.
Até que chegamos em um momento estranho, onde estava finalizando minhas anotações sobre as características de uma resenha e de um texto crítico, quando resolvi dar uma olhada pra frente simplesmente para dar uma respirada, e me deparei com a Marina olhando para mim (e dessa vez eu falo sério). Claro, quando ela percebeu que eu tinha reparado nisso, tentou disfarçar voltou a olhar para o computador, fingi que nada havia acontecido, mas por dentro ri um pouco disso.
No fundo, eu sabia que aquilo poderia significar algo, mas achei melhor deixar quieto mesmo, não estava afim de ficar me remoendo apenas por causa de possibilidades que provavelmente seriam coisas que apenas a minha cabeça inventava, então simplesmente voltei a estudar.
Não vou mentir que criei alguma expectativa e que fiquei pensando nas possibilidades do porquê que ela estava olhando para mim naquele momento, mas como disse anteriormente, evitava ficar pensando muito nisso pra não acabar ficando com as minhas paranoias de sempre.
Mas quem disse que era fácil esquecer isso? Ainda mais sendo eu?
Tanto que acabei voltando a dar aquelas olhadas de leva nela, como se esperasse que nossos olhares cruzassem de novo, o que acabou ocorrendo, mas dessa vez a iniciativa foi minha. Estava a olhando mais uma vez abobado, reparando nas feições de seu belo rosto, até que percebi os olhos dela se direcionarem a mim. Rapidamente, voltei a minha atenção ao meu caderno e fiz de conta que nada havia ocorrido, e claro, não faço a menor ideia de qual foi a reação dela, estava constrangido demais para tentar reparar isso. Após isso que não tive mais coragem de dar mais nenhuma "espiadinha", fazendo com que eu me focasse cem por cento agora no conteúdo.
Depois de alguns minutos sem nenhuma "ocorrência" e mais 9 parágrafos de um texto chato pra caramba, ao que parecia, Marina tinha terminado o que ela tinha ido fazer ali e se levantou da baia, um fato que de início não teria nada de demais, se não fosse pelo fato que mais uma vez nossos olhares se cruzaram, e dessa vez ela claramente sorriu pra mim. Involuntariamente, retribuí o sorrido e a vi indo embora, mas apenas depois tinha me caído a ficha do que tinha acabado de acontecer ali.
Uma sensação boa, misturada com uma estranha pra caramba me subiu a mente e fiquei quase 15 minutos pensando naquilo, ou seja, foi inevitável que minha cabeça começasse a criar teoria malucas. Depois disso, simplesmente não conseguia mais estudar, tanto que decidi parar ali mesmo e arriscar fazer a prova com aquilo que tinha conseguido estudar. E como vocês podem imaginar, o ocorrido ficou em minha mente por um bom tempo, e passei a olhar pra Marina com outros olhos quando a gente se cruzava após isso tudo, com os olhos de alguém que esperava ser surpreendido a qualquer momento com algum outro gesto do tipo.
E o resto dessa história, vocês que acompanham meus textos periodicamente devem saber muito bem (rs).


Brian

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