sábado, 30 de abril de 2011

O roubo do celular

Era sexta a tarde e eu estava voltando do colégio (as provas eram realizadas a tarde), aquele tinha sido o último dia da semana de provas e então o que eu mais queria naquele momento era chegar em casa, descansar pelo resto do dia.
Tinha chegado no prédio e chamei o elevador, fiquei esperando por alguns minutos, quando eu tinha apertado o elevador estava no 17º andar (e o prédio tem 20 andares), enquanto eu estava esperando olhei para trás e vi ela, Júlia, a garota o qual eu ainda tinha uma queda, ela chegou completamente desesperada e quando me viu veio correndo até mim, me abraçou e falou:
- Brian, ainda bem que te encontrei.
E eu confuso falei:
- Oi Júlia, o que houve?
- Acabei de ser assaltada!
- Meu Deus! - exclamei, e vendo que ela ainda estava em choque falei - Vem cá, se senta primeiro e se acalme que eu vou lhe arranjar um copo de água.
- Ok. - falou ela
Pedi ao porteiro o copo de água e ele me arrumou um, entreguei o copo para Júlia, e depois que ela bebeu a água eu falei.
- Ta mais calma agora?
- Sim! - respondeu ela
- Beleza, agora pode me falar o que aconteceu?
- Ok, foi assim, eu tava na avenida, estava voltando do reforço, foi então que um cara de bicicleta veio em minha direção.
- Ele parecia ser algum tipo de cara suspeito?
- Sim, tanto que quando vi que ele estava se aproximando eu acelerei o passo, mas não adiantou, ele acelerou, pulou na minha frente e anunciou o assaltado.
- Ele estava armado?
- Sim, com uma faca, e falou que... - então ela começou a chorar e falou - ... falou que se eu fizesse qualquer besteira iria arrancar minhas tripas com ela.
- Calma, calma. - falei abraçando ela. - ele levou o que de você?
- Minha bolsa! - falou ela ainda chorando - tava la uns livros, meu material escolar e meu celular.
- Mas isso é o de menos, pelo menos você ta bem, isso é o que importa. - falei - vou pegar outro copo de água para você.
E quando voltei com o copo, ela falou:
- Olha, se caso você receber uma ligação do meu celular... - e antes que ela pudesse completar a frase meu celular tocou.
Quando fui ver, era o número de Júlia, quando falei isso para ela, ela me falou:
- Não atende, é ele!
- Calma que eu tive uma ideia.
Então atendi e botei no viva voz.
- Alô?
- Quem ta falando? - falou a voz de um homem.
- Alô? Esse é o celular de Rebeca?
- Sim, mas não é ela falando.
- Então quem é? - falei tentando parecer preocupado.
- Isso não importa, o que importa é que to com ela aqui comigo.
Nessa hora quase que soltava uma risada, e Júlia estava la ouvindo tudo.
- Ela é sua namorada? - perguntou o cara.
- Sim, ela é! - falei eu fazendo voz de preocupado.
- Então é o seguinte, eu quero 10 mil reais pelo resgate, e quero que você mesmo venha me da o dinheiro e venha sozinho, ou ela pagará pelo seu erro!
- Pera ai, 10 mil reais?
- Isso mesmo, ou ela morre.
- Então não conte com isso, velho.
- Como é que é? Tu quer que tua namorada morra por acaso?
- Se tratando da Rebeca se você fizer isso vai ate me fazer um favor, ela é a pior namorada que já tive, eu dou tudo que ela pede mas ela não me retribui, muitas vezes me trata mal sem nenhum motivo e isso sem falar que ouvi boatos de que ela anda me botando gaia. - Júlia naquela hora tava segurando o riso - E tem mais, 10 mil reais? ninguem vale isso tudo, velho.
- Mas... - falou o cara.
- Olha, faça o que quiser com ela, eu não ligo, passar bem.
Quando desliguei o celular eu vi que Júlia estava chorando de novo, sendo que desta vez estava chorando de tanto rir, ela estava rindo de uma forma que me fez sentir bem.
- Não acredito que você fez isso! - falou ela ainda rindo.
- Eu disse que tinha uma ideia - falei sorrindo.
- Ai Brian, você é uma figura mesmo, só você mesmo para me fazer rir numa hora dessas. - falou ela me dando um abraço e um beijo no rosto - É por isso que eu te adoro.
Quando ela falou isso meu coração disparou, sim, eu pensei em beija-la naquela hora, mas não fiz, dessa vez não tive tamanha ousadia.
- Agora, bloqueie o chip e o aparelho, ok? - falei
- Ok. - falou ela ainda sorrindo - acho bom agora a gente ir subindo né?
- É! - concordei.
Então pegamos o elevador, quando chegamos no andar dela, antes de sair ela falou:
- Tchau Brian, e obrigada mesmo pelo que você fez agora por mim. - e me deu outro beijo no rosto.
- De nada. - falei sorrindo. - Tchau.
E então ela saiu do elevador e a ultima coisa que vi dela naquela hora foi ela acenando para mim com um grande sorriso no rosto. Eu estava sentindo como se meu coração fosse pular pela boca, e quando finalmente cheguei em casa eu pensei:
''Mais um grande passo dado''.


Brian

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