sábado, 5 de maio de 2012

Mais uma conversa com a minha consciência

Estava eu em mais um dos meus momentos depressivos, mais uma vez parecia que nada estava a meu favor. Começando com os meus pais que passaram praticamente a semana toda brigando, e o motivos das brigas sempre era o mesmo, ''dinheiro''. A cada dia as brigas ficavam piores e mais frequentes, e pra piorar, algumas vezes eles descontavam a raiva deles um do outro em mim.
E alem disso a pressão na questão escolar tem me enchido cada vez mais, desde o simulado em que fui mal meus pais tem pegado no meu pé cada vez mais sobre o vestibular, e sempre que eu penso nesse maldito vestibular eu fico a beira de um ataque. Porque eu sei que ando muito vagabundo ultimamente, e se eu continuar assim não passarei no vestibular nem fodendo, e se isso acontecer meu pai acaba com a minha raça.
E se já não bastasse, ainda aconteceu outra coisa que faz essas duas coisas virarem fichinhas. Júlia veio falar comigo pedindo um ''tempo'' na nossa relação, usando aquela velha desculpa dizendo pra gente sair com outras pessoas e ver se a gente realmente se ama, porque no momento ela não estava com certeza de que se realmente me amava, e cara, pra mim quando a menina vem pedir ''um tempo na relação'' é a mesma coisa de terminar. Nesse dia eu fiquei tão triste que eu estava a ponto de chorar, eu sinceramente não entendia porque que a Júlia fez isso, tava tudo bem entre a gente, não tinhamos brigado nem nada, fiquei realmente arrasado.
Já era noite quando ela me disse isso, depois de termos terminado de conversar eu fui pra casa quase que as lágrimas, e por um simples impulso eu fui para a cozinha. E lá eu de novo fui pegar uma faca, sim, mais uma vez eu pensei em me suicidar, estava quase com a mão no cabo da faca, até que comecei a pensar mais uma vez em meu entes queridos, e pensado também na última vez que eu tinha pensado em me matar. Na mesma hora eu me afastei da faca e fui direto para o meu quarto, já eram 20:30, eu pensei que talvez uma boa noite de sono me esfriasse um pouco a cabeça, e foi o que eu fiz, fui dormir extremamente cedo naquele dia.
Demorei uma hora e meia para pegar no sono por completo, foi dificil conseguir dormir com a cabeça cheia de pensamentos. Quando finalmente peguei no sono, eu comecei a sonhar, quando abri os olhos, eu me encontrei numa pequena sala suja, mal iluminada e fedida. Foi  então que reparei que eu estava amarrado numa cadeira e algemado pelas mãos, na mesma hora eu entrei em desespero, comecei a me remexer tentando afrouxar as cordas e gritando por ajuda, mas eu realmente duvidava de que havia alguem por perto para me ouvir, foi então que a porta daquela sala se abriu, e eu vi alguem passando por ela.
- Finalmente nos encontramos de novo! - disse a pessoa, e na mesma hora eu reconheci a voz, e percebi que eu estava sonhando, era minha consciência que estava naquela porta (que para variar, estava usando a minha imagem).
- Ah, então é você de novo? - disse eu
- Claro... - repondeu minha consciência - e eu não estou muito feliz de ta aqui, eu te garanto.
Foi então que a minha consciência se aproximou e eu pude ve-lo mais nitidamente.
- Eu realmente não queria ter essa conversa contigo, mas terá que ser do pior jeito! - disse ele
- Como assim ''do pior jeito''? - perguntei
Mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, minha consciência partiu pra cima de mim me dando um soco no rosto gritando:
- DE NOVO VOCÊ PENSOU EM SE MATAR? - gritou dando outro soco em meu rosto - MESMO DEPOIS DAQUELA CONVERSA QUE A GENTE TEVE?
- Mas isso é motivo pra me bater? - perguntei
- CLARO QUE É! - falou ele me dando mais um soco - QUANDO A PESSOA FAZ A MESMA MERDA PELA SEGUNDA VEZ, PRA MIM ELA MERECE APANHAR! - e me deu um último soco.
- Mas foi por causa da nossa última conversa que eu não fiz, eu pensei em tudo aquilo que você me falou da última vez.
- Mas ainda assim você pensou em agir que nem um fraco.
- Você sabe pelo que eu ando passando!
- E é assim que você pretende resolver tudo? Simplesmente fugindo dos problemas?
- Já que eu não acho uma solução!
E de novo ele me deu mais um soco.
- Pare de agir que nem um covarde, até parece que você não sabe como é a vida.
- Muito pelo contrário, eu sei muito bem como a vida é, a vida é uma bosta por completo, o mundo é uma bosta por completo, o mundo anda tão ruim que morrer ta virando um privilégio.
E desta vez ele inves de me da um soco, me deu um chute nos testículos tão forte que meus olhos quase lacrimejaram.
- Se você continuar com esse tipo de pensamento, eu juro que eu acabo com a tua raça aqui mesmo!
Então ele começou a respirar fundo, e falou:
- Agora vamos falar sobre os seus ''motivos''.
- Sim, melhor do que você ficar me enchendo de porrada.
- Pronto, começando com seus pais. - falou ele - sim, eu sei que a barra ta pesando não so para eles mas pra você também, e infelizmente não há nada que você possa fazer...
- Agora chegamos num ponto em comum! - interrompi ele
- ESCUTA! - esbravejou - ...mas ainda assim, eles podem ta brigando da forma que for, mas ainda há uma coisa que os mantem unidos, você e sua irmã, eles podem discordar em várias coisas, mas quando for algo a favor de vocês 2, eles sempre estarão unidos.
- Sim, beleza - falei - mas ainda assim não me ajuda em muita coisa!
- Então vamos pro próximo motivo, o vestibular.
- Agora você também vai me da puxão de orelha?
- Claro, esse é meu dever, e você ja imagina o que eu vou falar?
- Claro, mas fale mesmo assim!
- A solução pra isso é simples, deixe de ser vagabundo, sente a bunda na cadeira e ESTUDE, mais simples que isso é impossivel! - falou ele - porque se você realmente continuar do jeito que ta você ta fodido.
- Certo, nisso eu concordo, mas não podemos esquecer do motivo principal né?
- Claro que não.. - falou ele - Júlia.
- Poxa, tava tudo tão bem entre a gente!
- Sim, mas nós dois sabemos que já faz um tempo que ela andava um pouco mais fria contigo.
- E isso me incomodava profundamente.
- Então você devia ter previsto isso.
- Eu sou apaixonado por ela, ou seja, sou completamente besta, a unica coisa que eu fiz foi não levar isso em questão.
- Esse é seu problema, você devia ter perguntando pra ela o que tava pegando, mas você escolheu por aceitar a situação.
- É porque eu amo ela.
- Então lembre-se dessa frase de John Lennon: ''Deixe as coisas que você ama livre, porque se elas voltarem é porque você as tem, se não voltarem é porque você nunca as possuiu''.
Foi então que eu percebi que ele estava certo, e que o ''tempo'' com a Júlia ia mostrar se eu realmente a tinha, ou se não passou tudo de uma grande ilusão.
- E lembre-se disso Brian, a vida é um jogo de várias rodadas, rodadas essas onde você pode ganhar ou perder, tudo depende apenas de você!
Esse foi mais um grande pensamento que eu lembro por toda a minha vida, foi então que tudo começou a tremer.
- Bom, nossa conversa acaba aqui, lembre-se de tudo que aconteceu por aqui - falou ele - e eu não quero ter outra conversa desse tipo contigo de novo!
E eu acordei, acordei com a sensação de que tudo aquilo realmente tinha acontecido, sentia ate a dor dos socos em meu rosto, até que olhei o relógio e vi que ainda era 3 da manhã, então depois de refletir um pouco sobre tudo aquilo, eu voltei a dormir tranquilamente.


Brian

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