sexta-feira, 15 de março de 2013

A Busca na Escuridão* - parte 2

*Essa história não tem relação nenhuma com o Brian.
-
(...)
E então John me deu o seguinte depoimento...

''Há tempos a gente planejava essa noite, seria uma noite que a gente finalmente teria só para nós, os pais dela nunca aprovou o nosso namoro, certamente por causa da diferença de idades, por essa e outras que a gente só conseguia namorar as escondidas.

O plano era perfeito, falar para os nossos pais que íamos dormir na casa de algum amigo, e claro, falamos com esses respectivos amigos para que confirmassem a história se caso perguntas fossem feitas para eles. Depois de tudo planejado a gente só precisava encontrar o local ideal para acampar, e pra mim não havia lugar melhor que o bosque, já que a noite ninguém ia lá, e as chances da gente ser pego era menor, ela disse que não achava uma boa ideia ser lá, já que é escuro e coisa e tal, mas eu consegui convencê-la.
Chegado o dia a gente não se viu nem pela manhã e nem pela tarde, mas claros nos comunicamos via sms durante todo o dia, estava chegando a hora do nosso plano ser posto em prática, depois da gente sair de casa a gente iria se encontrar no parque, já perto do bosque. Eram quase 7 da noite, a gente tinha combinado de se encontrar lá as 8, saí de casa as 19:20, e cinco minutos depois Mariah me mandou um sms avisando que também estava saindo de casa.
Cheguei no parque as 19:35, ainda havia um pouco de movimento pela área, uns 10 minutos depois Mariah finalmente chegou, ficamos namorando no parque por um bom tempo, até finalmente não haver mais ninguém pelas redondezas, as 21:30 já não se via mais nenhuma alma pelo parque a não ser a gente.
- Chegou a hora! - disse eu
- Tem certeza? - perguntou ela
- Claro que sim. - falei - Por quê? está pensando em desistir?
- Não, claro que não.
Percebia no rosto dela que algo a pertubava.
- Mariah, tem algo errado? - perguntei
- Não, por que teria?
- Você me parece preocupada.
- Não é nada demais.
- Aconteceu algo?
- Não!
- Então por que você está assim?
- Só estou preocupada porque a gente vai passar a noite toda no bosque, no meio da escuridão.
- Calma, linda - falei beijando ela - nada de ruim vai acontecer, você mesmo diz, nada ocorre nessa cidade.
- Ainda assim, to com um mal pressentimento.
- É só nervosismo, normal, é o medo de seus pais descobrirem.
- Também... - disse ela - mas não é só isso!
- Como assim? - perguntei
- Há outra coisa também... - disse ela
- O que?
Ela ficou em silêncio por um instante.
- Nada não. - ela disse
- Ah, fala! - insisti
- Sério, não tem importância.
- Pra te deixar preocupada deve ter alguma importância!
- Sério, se eu te contar você vai dizer que to doida.
- Conta, vai!
- Não!
Eu queria que ela contasse de qualquer forma. Então eu disse:
- Vamos fazer assim, não importa o que você disser prometo que vou acreditar, por mais absurdo que seja.
Ela pensou e disse:
- Promete mesmo?
- Claro que sim! - falei oferecendo o dedo mindinho.
Demos os dedos, e então ela disse:
- É que quando eu estava passando por aqui hoje de tarde, quando estava voltando do curso, eu vi uma coisa estranha bem ali... - falou ela apontando para as árvores.
- Você viu o que? - perguntei
- Um homem, alto até demais para os padrões humanos, ele usava terno... - ela fez uma pausa - e o mais estranho, ele tinha tentáculos e não tinha rosto.
Realmente no inicio achei que fosse loucura, mas não falei nada, deixei que ela continuasse.
-  Ele estava meio que... olhando pra mim, mesmo não possuindo olhos, posso até estar doida, mas foi o que eu vi.
- Ele fez algo com você? - perguntei
- Não!
- Então porque essa preocupação?
Ela pensou um pouco e disse:
- Eu sinceramente não sei.
Então eu disse pra ela:
- Relaxa gata, é só paranoia tua, vamos entrar no bosque e vamos ter a noite que a tempo estamos planejando. - disse eu abraçando ela.
Ela ficou calada por um instante e disse:
- Ta certo! - e se virou pra me beijar - é que isso me assustou um pouco, sabe?
- Te entendo.
- Isso sem falar que eu vi essa coisa perto do bosque. entrando lá estaria sendo o mesmo de uma ovelha entrar na casa do lobo.
- Mas fique calma, certo? Eu to aqui.
- Eu sei - disse ela me abraçando.
E ainda abraçado com ela eu disse:
- Prometo que não deixarei nada de ruim lhe acontecer, ta certo?
- Ta certo! - respondeu ela
- Agora, vamos lá?
- Vamos!
Entramos no bosque e arrumamos um bom local para montar o acampamento, acendemos a fogueira e começamos a nos divertir, pelo menos até o momento em que comecei a contar histórias de terror para ela, enquanto eu contava para ela a lenda do The Rake ela voltou a ficar nervosa, ela começou a olhar fixamente para as árvores.
- Algum problema gata?
Ela não respondeu.
- Mariah?
Ela estava começando a ficar pálida.
- Mariah, to começando a ficar preocupado!
- Ta sentindo essa sensação? - perguntou ela
- Que sensação?
- Como se alguém estivesse observando a gente!
Aquilo começou a me assustar.
- Acho melhor a gente parar com as histórias de terror por aqui. - eu disse - aliás, olha só, são quase 2 da manhã, acho melhor a gente ir dormir.
Ela demorou pra responder.
- Ta certo! - respondeu
- Vamos, a gente dorme abraçado, você vai se sentir melhor.
- É, eu acho.
Eu não gostei daquela resposta.
Percebi nos olhos dela que ela estava com medo de algo, perguntei o que tava de errado, mas ela se recusava a responder, comecei a beija-la, mas nem isso adiantava, aquilo estava me assustando. Uns 15 minutos depois eu finalmente caí no sono,
Estava em sono profundo, até que no meio da noite, umas 3:30 para ser mais exato, eu ouço Mariah gritando do meu lado.
- SAI, SAI DAQUI, ME DEIXA EM PAZ!
- MARIAH, MARIAH! - gritei
- AAAAAAAAH! - gritou ela quando acordou
- CALMA, CALMA MARIAH... - gritei - já passou, já passou, eu to aqui... - falei abraçando ela.
- Era ele. - disse ela
- Ele quem? - perguntei
- O homem que te disse, alto, de terno, sem rosto... Ele estava aqui! - falava ela - ele estava tentando entrar na barraca!
- Calma linda, calma, isso só foi um sonho maluco, não tem mais ninguém aqui a não ser a gente.
- Tem certeza?
- Se quiser eu vou lá fora agora e checo!
- NÃO, não me deixa aqui sozinha!
- Calma, não irei muito longe.
- Eu to com medo!
- Não tenha, eu to aqui, não estou?
Beijei ela e disse:
- Vou manter minha promessa de que não deixarei nada de ruim lhe ocorrer, ta certo?
- Ta!
- Então vou lá fora da uma checada rápida, só por garantia, você mal vai perceber a minha falta.
- Ta bom, mas não demore!
- Não demorarei!
Peguei a lanterna e saí da barraca, fui olhar os arredores pra ver se achava algo de estranho, na hora me subiu um frio na espinha, o bosque realmente ficava estranho a noite, eu estava começando a ficar assustado. Até que ouvi um barulho de estranho, barulho de folhas, como se alguém estivesse andando por ali, meu coração acelerou e me virei pra ver o que era. Fiquei mais tranquilo quando vi que eram só ratos, então decidi voltar pra barraca.
- Dei uma olhada na área e não achei nada de estranho... - disse eu - só vi uns ratos passarem por ali, mas nada com que devessemos nos preocupar.
Mariah me abraçou e disse:
- To com medo, John.
- Eu sei, gata, mas fique calma, nada irá acontecer. - Ah, como queria que isso tivesse sido verdade
15 minutos depois voltei a pegar no sono e só acordei na manhã seguinte.
Acordei eram 9:25 da manhã, nessa hora eu demorei pra me da conta, mas pouco tempo depois eu olhei pro lado e vi... Mariah não estava mais lá. Fiquei desesperado, saí da barraca correndo e comecei a correr pelo bosque gritando pelo seu nome, procurei pelo bosque, pelo parque, pela cidade, e nem sinal dela, informei as autoridades do ocorrido e aos pais dela, eles certamente me culpam por isso, agora se passaram quase 1 mês do ocorrido, e ninguém mais teve nenhuma notícia dela.''

[FIM DO DEPOIMENTO]




[continua...]

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