segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Mundo Devastado 2 - Parte 6*

*Esse conto não tem nenhuma relação com o Brian
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Voltamos para aquele local no meio do nada e duelamos mais uma vez, e acredite se quiser, o duelo durou meia-hora. A luta ficou pau-a-pau por um bom tempo, até que mais uma vez, o cansaço chegou e eu acabei perdendo de novo, e certamente, Dylan me deu uma bronca por isso, disse que eu não podia deixar o cansaço me abater, e que em uma situação de real perigo eu acabaria morto.
Após o fim do duelo, pegamos o carro, voltamos para casa e não fizemos mais nada naquele dia.
E a partir do dia seguinte, passei por um longo treinamento intensivo de facão e de armas de fogo com o Dylan, um mês da minha vida que eu não tive paz, apesar de que desde que isso tudo começou não se dava mais pra se ter paz. Mas o trabalho duro valia a pena, afinal de contas.
Foram um mês, treinando todos os dias, 4 horas com o facão, 5 com a pistola e vez ou outra, tendo que ficar 6 horas caçando na mata. E aos poucos os resultados disso tudo começaram a aparecer, eu continuava perdendo os duelos com Dylan, mas pelo menos eu estava conseguindo aguentar mais, tanto que houve um dia que ficamos 1 hora duelando. E aos poucos também fui melhorando minha precisão com a arma, depois de uma semana eu consegui passar nos três testes passados por Dylan, eu consegui acertar o tiro na testa do desenho, acertei os dez pratos arremessados por ele, e o principal de tudo, estava conseguindo matar zumbis gastando apenas uma bala.
Da mesma forma eu também melhorei a minha caça, definitivamente era muito mais fácil caçar com a pistola, e depois de duas semanas, Dylan me permitiu utilizar a sniper dele tanto para matar zumbi, quanto pra caçar animais maiores.  E claro, houveram os momentos em que tivemos que escapar de alguma enrascada, que foi onde eu tive que por em prática todo o treinamento que eu tive, e felizmente não tive problemas com isso, Dylan não demonstrava mais nada que não fosse orgulho. Principalmente quando chegou o dia em que eu finalmente o venci no duelo, foi mais ou menos quando havia se completado um mês desde que nos achamos, numa luta em que eu não apenas consegui desarma-lo, mas também o derrubei, luta essa que durou 25 minutos.
E mesmo depois de um mês de convivência, Dylan ainda era muito fechado comigo, ainda tinha descoberto poucas coisas sobre ele, o máximo que consegui arrancar dele foi que ele serviu no exército por um ano e que ele já praticou kung fu, e só. Isso sem falar que eu ainda não tinha coragem de perguntar sobre a foto da família dele que eu encontrei no criado-mudo, a história dele em si pra mim ainda era um mistério.
A gente conversava nas horas livres, mas definitivamente os assuntos dele eram limitados, enquanto eu falava bastante da minha vida antes da epidemia, ele só falava das coisas que aconteceram com ele após, e em nenhuma envolvia a família. O máximo que ele falava de coisas que ele falava que aconteceu antes, ou era do tempo de escola ou então da época que ele serviu no exército, e assim dava o mínimo de informação possível, mas eu por um lado já estava começando a aceitar aquilo.
Mas também vale ressaltar as vezes que eu o vi acordado tarde da noite na frente da casa, bebendo perto de uma fogueira olhando pro nada, provavelmente pensando em alguma coisa em relação ao passado, e eu, claro, preferi fingir que não tinha visto nada.
Depois de finalmente ter vencido Dylan no duelo, nós voltamos pra casa, eram seis da noite e as estrelas aos poucos iluminavam o céu naquele momento. Chegando na casa, cada um de nós tomamos um banho pra depois jantar o quati que eu tinha caçado naquele dia.
Não falamos muitos enquanto comemos, mas durante a refeição Dylan me deu o seguinte aviso:
- Amanhã acordaremos cedo, ou seja, aconselho que você vá dormir assim que terminar de comer.
Então eu perguntei:
- A gente vai pra onde?
- Para a cidade grande.
- Pro Rio de Janeiro? – perguntei surpreso
- Exato! – afirmou – esse será seu principal teste.
- Que teste?
- Amanhã você verá!
Eu já esperava por essa resposta.
- E só pra lembrar... – continuou – Você vai dirigir.
- E é quanto tempo de viagem daqui pra lá?
- 3 horas.
No mesmo momento eu cuspi a água que eu estava tomando.
- Como? – perguntei – vou ter que ficar dirigindo por 3 horas?
Vale ressaltar que eu sempre odiei dirigir, só o fazia porque era necessário.
- Por isso que é melhor você dormir logo depois do jantar, e sem enrolações, entendeu?
- Entendi! – falei nada feliz com aquilo
Então rapidamente terminei meu jantar e fui dormir, e por incrível que pareça não demorou muito pra eu pegar no sono.
No dia seguinte nos acordamos umas três e meia da manhã, tomamos um rápido da café da manhã, pegamos nossas coisas e seguimos o caminho pro Rio. Eu tive que vencer meu sono pra conseguir pegar no volante àquela hora, então pra isso eu tomei um café forte pra me despertar mais, e olha que eu odeio café.
Foi um longo caminho até o Rio de Janeiro, passamos por várias cidadezinhas, paramos em pelo menos duas pra abastecer e pra esticar as pernas. No caminho ficamos falando de coisas aleatórias, nada que a gente já não tenha conversado antes, ele mais uma vez falando da época em que ele serviu no exército e eu, como sempre, falando da minha vida anterior a esse caos todo.
E depois de três horas e pouca de viagem, a gente finalmente chegou ao Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, ou que um dia foi. A cidade estava completamente diferente do que era antes, estava tudo abandonado, não se via uma alma viva na rua, o máximo que a gente via era uns zumbis vagando por ali.
Mas o Cristo Redentor continuava lá de braços aberto pra cidade, sendo que agora não havia mais ninguém lá que se importasse com isso.  O bondinho do Pão-de-Açúcar estava destruído, muitos acabaram que se isolando lá com medo de serem infectados, certamente não deu certo, e com certeza hoje o local deve está infestado de zumbis (pelo menos esses já se tinha a garantia de que não iriam sair de lá).
- Nostalgia? – perguntou Dylan
- Um pouco... – respondi ainda analisando o como estava a cidade.
- Há quanto tempo você não vinha aqui?
- Dez meses!
- Bom, pela sua reação, muita coisa mudou.
- Você nem imagina quanto.
Uma boa resposta pra isso era a praia a qual estávamos passando naquele momento, a famosa praia de Copacabana, que um dia foi cheia de gente alegre, hoje estava completamente morta.
- Paramos por aqui!
Encostei o carro na calçada mais próxima, o desliguei e perguntei:
- A gente vai fazer algo na praia?
- Não... – respondeu ele – daqui vamos andando.
- Por quê?
- Porque aqui é a cidade grande, ou seja, o que não falta são zumbis, e entrar no centro de carro é o mesmo de chamar a população de zumbis toda pra uma reunião.
Descemos do carro, pegamos nossas coisas, e seguimos caminho até o centro da cidade. Dessa vez a cautela teve que ser redobrada, definitivamente o que não faltava na cidade era zumbis.
Dessa vez, a regra do “faça barulho antes de entrar” não poderia ser aplicada, já que se a gente o fizesse o risco de chamar a atenção de zumbis em outros locais era muito grande. Às vezes, pra evitar ter que passar pelos zumbis, a gente teve que pular as janelas de alguns estabelecimentos, e certamente, tivemos que sujar nossos facões vez ou outra.
Fim das contas, demoramos exatas 2 horas pra chegar no centro, e mais uma vez o que me matava era o sol quente. Tomei um gole d’água e perguntei:
- Sério Dylan, qual o objetivo disso tudo?
- Quando chegarmos no shopping você saberá.
- O que? Ainda temos que achar um shopping?
- Não um shopping, e sim esse shopping. – falou ele me mostrando a planta baixa do mesmo.
Respirei fundo, tentei não tacar o facão na cabeça de Dylan, e disse:
- Você sabe pelo menos onde fica?
- Sei sim, mas teremos que caminhar um pouco mais.
E minha vontade de meter uma bala na testa dele aumentava.
E assim tivermos que caminhar por mais 1 hora, tendo que sujar um pouco mais nossos facões com alguns zumbis que apareciam no caminho, até que finalmente chegamos no bendito shopping.
Só olhando os arredores eu já não gostava do que seja lá o que eu tivesse que fazer, a concentração de zumbis era grande.
- Chegamos! – falou Dylan
Ficamos em um beco vazio um pouco distante do shopping para descansar e comer um pouco. Depois que terminamos de comer, perguntei a Dylan:
- Você vai finalmente falar o que eu tenho que fazer?
- Sim, claro! – respondeu ele terminando a sua comida.
Ele pegou novamente a planta baixa, me mostrou e disse:
- Está vendo isso aqui?
- Sim! – respondi
- Isso, é o mapa do terceiro andar desse shopping, e exatamente nessa loja... – apontou ele com o dedo – tem algo que eu preciso.
- O que tem lá?
- Uma caixa marrom com uns detalhes dourados, não há muitas desse tipo, você vai achar fácil.
Então peguei o mapa e comecei a analisa-lo melhor. Olhei pra e ele e pro shopping, e vi o quão extenso aquele lugar era.
- Já estou vendo que só pra chegar no terceiro andar vai ser difícil. – falei
- O shopping é bem grande, como você pode ver.
“Não me diga” pensei.
Foi então que eu me lembrei de um detalhe...
- Vai estar iluminado lá dentro? – perguntei
- Pouco, mas vai... – explicou – você vai ter a iluminação do teto solar, não é muita, mas já é alguma coisa
- Imagino!
- Bom, minha dica é a seguinte, entre pelo depósito, as chances de você esbarrar em um zumbi lá é menor... – falou – e o mais importante de tudo, cautela sempre, faça tudo pra não ser percebido, a última coisa que você quer é atrair uma horda desse tamanho de zumbis pra você...
Eu o ouvia atentamente.
- ...e claro, só atire em caso de extrema necessidade, e se o fizer eu entrarei pra lhe ajudar.
- Certo! – respondi
- Eu estarei aqui nesse mesmo beco lhe aguardando, agora são dez horas, se caso você não aparecer aqui até três da tarde, eu irei atrás de você, estamos entendido?
- Sim!
- Boa sorte!
- Obrigado! – falei pegando minhas coisas
E assim fui em direção ao depósito, chegando lá avistei uns 3 zumbis logo na entrada, nada que o facão não resolvesse, depois de matar cada um deles, entrei calmamente pela estreita abertura do portão do depósito, a visibilidade estava quase zero lá dentro, por isso abri um pouco mais o portão. A visibilidade deu uma melhorada considerável, mas certamente ainda não estava perfeita, sendo que já dava pra eu me virar com aquele pouco que eu tinha.
Certamente quando abri um pouco mais o portão fez um estrondo, o que chamou a atenção dos zumbis que estavam lá dentro. Nesse caso eu simplesmente os esperei virem pro portão, havia cerca de 7 zumbis ali, e assim que os ouvi correndo em minha direção eu preparei meu facão.
Quando os 7 saíram pelo portão não tive muito trabalho de abatê-los, cada um que vinha eu parti o crânio em dois, depois de mata-los esperei mais uns instantes pra garantir que não vinha mais nenhum e logo após entrei no depósito ainda com o facão em mãos.
Andei com calma, já prevenido do risco de qualquer outro zumbi aparecer, e então logo achei a porta que dava dentro do shopping. Eu estava prestes a abri-la, quando eu me surpreendi ao olhar pela sua janelinha, o shopping inteiro infestado de zumbis, havia muito mais lá dentro do que fora.
“Passe sem ser percebido, tá fácil...” pensei.
Eu precisava de um plano, simplesmente não tinha como eu abrir aquela porta sem que os zumbis me vissem, foi então que concluí que eu teria que sujar minhas mãos, literalmente. Fui até o lado de fora do depósito e trouxe o corpo de um dos zumbis que eu matei pra dentro.
O deixei na luz e peguei meu pé-de-cabra, e assim eu fiz uma “pequena” operação no cadáver. Usei meu pé-de-cabra pra abrir a barriga do zumbi, e assim feito eu comecei a fazer uma coisa da qual eu nunca esperei que fizesse um dia, e também não estava feliz com isso.
Peguei suas tripas e comecei a espalhar pelo meu corpo, aquilo era completamente nojento, mas se eu queria passar por aqueles zumbis sem ser percebido, a melhor forma era fingindo que eu era um zumbi, e pra isso eu precisaria parecer um, e principalmente, cheirar como um.
Depois de me lambuzar com as tripas do zumbi, fui novamente em direção à porta de entrada do shopping, no caminho até lá eu fui mancando como se fosse um deles. Antes de abrir a porta eu me cheirei novamente, eu estava fedendo a coisa morta, e assim finalmente entrei no shopping.
Até aquele momento meu plano parecia dar certo, eu passava pelos zumbis tranquilamente e eles nem reparavam em mim. Eu ainda estava no térreo, e eu precisava encontrar a escada mais próxima, e pra piorar a escada mais próxima estava longe pra caramba, e eu tendo que andar naquela velocidade só dificultava mais as coisas.
Foram momentos tensos, qualquer deslize meu disfarce ia pro espaço e todos aqueles zumbis vinham em cima de mim, e nisso o Dylan estava certo, eu não iria querer aquela horda toda no meu pé. Até que depois de muito tempo andando eu finalmente cheguei na escada rolante (que certamente não funcionava), e de lá subi pro primeiro andar. Mas a má notícia era que a escada que levava pro segundo andar estava no outro lado do shopping, ou seja, ia ser uma longa caminhada até lá, isso me irritou profundamente.
“Qual era o problema de deixar essas merdas tudo juntas?” Pensei.
Nunca na minha vida tive tanta dificuldade para andar em um shopping, dava a impressão que aquilo era maior do que o normal, e a passos de zumbi então, pior ainda.
Minha caminhada pelo segundo andar, felizmente, não teve nada de demais, apenas eu passando pelos zumbis sem chamar a atenção, certamente demorou bastante, mas eu consegui chegar no outro lado e subi pro segundo andar.
Mas eu ainda teria que fazer outra longa caminhada até a outra escada rolante pra finalmente chegar no terceiro andar, felizmente o número de zumbis no segundo andar era menor do que nos dois , mas ainda assim haviam bastantes, ainda tinha que manter a cautela. Aproveitei pra olhar melhor as vitrines ao meu redor, a maioria estavam quase vazias, provavelmente foram saqueadas quando a coisa ficou feia, o que por um lado era um reflexo do consumismo, já que a maioria daquelas lojas eram de roupas, maquiagem, bijuterias, sapatos, eletrônicos e entre outros. No geral, coisas que não eram essenciais para a sobrevivência.
Como o número de zumbi era menor naquele andar eu pude acelerar um pouco o passo, fazendo assim que a caminhada até a escada rolante fosse menor e menos cansativa. Mas ainda assim eu tive outro problema, uma das escadas estava parcialmente destruída e simplesmente sem como ter acesso, e a outra tinha um zumbi com o pé preso nas engrenagens.
“E agora, o que eu faço?” me perguntei mentalmente.
Felizmente ele estava caído, o que facilitava um pouco as coisas pra mim, mas ainda assim eu precisava ir com calma, e bem devagar, eu pus meu pé-de-cabra em mãos. Fui subindo a escada de degrau em degrau, e o zumbi continuava lá tentando se mover, aos poucos fui me aproximando, e quando cheguei perto o suficiente, da forma mais sutil possível, enfiei o pé-de-cabra no olho dele, e assim finalmente cheguei no terceiro andar.
Lá o número de zumbis era muito menor, se tivesse 30 lá já era muito, então já era seguro eu parar de bancar um, finalmente pude voltar a andar na minha velocidade normal. Guardei meu pé-de-cabra, peguei o mapa e o meu facão e segui caminho, eu ainda cheirava a coisa morta, o que era uma vantagem, mas de qualquer forma eu achava melhor matar os zumbis que aparecessem no meu caminho, logo após sair da escada já haviam dois e logo os abati.
A tal loja não estava muito longe, mas ainda assim eu não achava, olhava no mapa mil vezes e ainda assim tinha as mesmas conclusões, e nessa confusão um zumbi saiu de uma das lojas e veio em minha direção, cortei a sua cabeça e depois enfiei o facão em seu olho. Voltei a olhar pro mapa e comecei a olhar os pontos de referência, fui avançando um pouco mais, e mais a frente apareceu um zumbi ainda criança vindo até mim, precisei ser rápido pra acerta-lo, já que ele corria muito rápido, mas consegui.
E logo após fui reparando que eu já estava chegando aos pontos de referência do mapa, estava mais perto do que nunca, até que depois de procurar com atenção eu finalmente achei. Lá estava à bendita loja indicada por Dylan, ela pelo visto não tinha sido muito saqueada, ainda tinha bastantes coisas lá dentro.
Assim que entrei na loja, fui surpreendido com dois zumbis na entrada, o primeiro eu abati metendo o facão na testa dele, e o outro eu precisei derruba-lo com uma facada no pescoço pra depois mata-lo, então comecei a olhar as prateleiras procurando a tal caixa que Dylan disse, e realmente não foi difícil acha-la, ela se destacava bastante entre as outras, mas assim que eu a peguei eu simplesmente não acreditei.
“Dylan me fez passar por tudo isso por uma caixa de charutos? Eu vou matar esse desgraçado” Pensei puto da vida com que eu estava vendo.
Tentei relevar e pus a maldita caixa na mochila, agora só precisava dar o fora dali, olhei a hora, e já era quase uma da tarde, ainda tinha duas horas pra encontrar Dylan no beco, só precisava passar pelos zumbis novamente, sendo que desta vez eu queria um método mais rápido, e também queria me livrar logo daquela camisa suja com tripa de zumbi.
Foi então que eu me lembrei do isqueiro que eu tinha na minha mochila, o que me fez pensar em um novo plano. Tirei minha camisa, peguei uma lata que tinha em uma das prateleiras e a enrolei nela, o fedor de carne morta ainda era grande, mas tinha que aguenta-lo ainda por um tempo.
Saí da loja com a lata enrolada na camisa e fui pra sacada mais próxima, peguei a garrafa de álcool que eu tinha na mochila (usava quando precisava fazer fogo) e a molhei na minha camisa com a lata dentro, depois peguei o isqueiro e ateei fogo nela. O plano era usar o fogo pra distrair os zumbis pra assim eu poder fugir, após por fogo na minha camisa, e a joguei no térreo do shopping.
Atingi num local que tinha umas plantas mortas e bastantes zumbis por perto, assim então o fogo foi se espalhando por entre eles, no mesmo momento saí correndo em direção da escada normal, voltei a por o facão em mão e abati 5 zumbis até chegar nela. Fui descendo rapidamente até o térreo, tive que abater alguns zumbis na escada, mas nada muito difícil.
Chegando no primeiro andar eu tive que ter mais cuidado, já que boa parte dos zumbis estavam descendo por ali para poder chegar ao fogo, me abaixei e esperei que eles passassem aos poucos, a partir dali as coisas ficariam um pouco mais complicadas, destravei minha pistola por via das dúvidas.  Quando eu percebi que já era seguro continuar, fui descendo. O fogo aumentava cada vez mais, já chegava às vitrines, e a fumaça subia cada vez mais. Eu precisava sair dali logo, porque se eu não morresse por causa dos zumbis eu morreria asfixiado.
Quando finalmente cheguei ao térreo eu fui procurando a direção da porta do depósito, sendo que meu erro foi parar pra ver as referências, e com isso eu me esqueci dos zumbis que vinham do primeiro andar, quando me dei conta, havia 4 zumbis atrás de mim que tinham notado minha presença.
Um eu abati com o facão, e o outro me segurou pelo ombro e tentou me morder, usei todas as forças para afasta-lo, mas o problema era os outros 2 se aproximando, foi o momento em que eu larguei o facão, peguei e pistola e dei um tiro na testa de cada um, ou seja, a merda estava feita.
Depois empurrei o zumbi que tentava me morder pra longe e lhe dei um tiro na testa também, e quando olhei vários zumbis ao meu redor vinham em minha direção. Apanhei meu facão, o guardei e comecei a atirar em cada um deles, quando eu vi a direção do portão saí correndo e atirando em todos os zumbis que apareciam na frente, aos poucos também atirava nos que corriam atrás de mim.
Felizmente o portão estava perto, quando finalmente o avistei, me virei e descarreguei a pistola nos zumbis que vinham atrás de mim, conseguindo um pouco mais tempo, corri o mais rápido que podia pro portão. Entrei nele rapidamente, e na mesma velocidade voltei a pegar a minha garrafa de álcool, e então a derramei toda perto da porta, e assim que avistei os zumbis chegando em minha direção, me afastei dela, liguei meu isqueiro e o joguei por cima do álcool, fazendo assim uma barreira de fogo entre eu e os zumbis.
E assim fui correndo para o depósito, e logo na saída eu avistei Dylan.
- Ouvi os tiros e vim correndo pra cá, e que fumaça é essa que tá saindo? – perguntou ele – e por que está sem camisa?
- Depois eu explico, agora vamos dá o fora daqui.
E saímos correndo para o mais longe possível do shopping, que aos poucos ardia em chamas.
Quando finalmente nos afastamos o suficiente, Dylan perguntou:
- Conseguiu a caixa.
- Sim... – falei ofegante – e eu vou te matar!
Na mesma hora peguei a mochila e tirei a caixa de lá
- Ai está às belezinhas! – falou Dylan
- Quer dizer que eu poderia ter morrido por uma maldita caixa de charutos?
- Relaxe garoto, só foi um teste, e você passou.
Aquilo não me deixava nem um pouco mais feliz.
- Sério... – falei – me agradeça por não meter uma bala na sua testa nesse momento.
- Fique calmo... – insistiu Dylan – agora vamos nos sentar pra você me contar tudo que aconteceu com os mínimos detalhes.
Respirei fundo e disse:

- Ok, mas antes... – dei uma pequena pausa pra respirar – vamos a alguma loja arrumar outra camisa pra mim e ver se a gente acha um local pra eu tomar um banho.


(continua)

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